Morre homem que tentou ajudar família alvejada com 80 tiros

"Foi baleado pelo Exército, foi levado para hospital estadual sem condições de realizar todos os procedimentos e foi impedido de ser atendido em outro hospital", afirmou a advogada da família

Foto: Fabio Teixeira/Midia Ninja

Jornal GGN – Morreu na madrugada nesta quinta (18), no Rio de Janeiro, o catador de materiais recicláveis Luciano Macedo, 28, que foi ferido pelo Exército ao tentar ajudar a esposa de Evaldo Pereira, um músico que teve o carro fuzilado pelos militares, com cerca de 80 tiros.

Evaldo transportava a esposa, o sogro e duas crianças para um chá de bebê quando seu veículo foi alvejado pelos militares. Nove de um total de 12 envolvidos estão presos. Macedo tentou ajudar a família e acabou ferido pelos tiros. Ele estava internado há 11 dias no hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, na zona norte do Rio.

Segundo informações do UOL, a família de Macedo havia obtido na Justiça duas ordens para que ele fosse transferido de unidade de atendimento. A última delas determinava que o catador fosse encaminhado para um hospital privado e tivesse as despesas médicas custeadas pelo governo.

Macedo, contudo, foi submetido a cirurgia de emergência, o que inviabilizou o cumprimento das decisões judiciais. A defesa reclamou que seu estado de saúde “passou de grave para crítico, após o procedimento cirúrgico”.

“Foi baleado pelo Exército, foi levado para hospital estadual sem condições de realizar todos os procedimentos necessários e foi impedido de ser atendido em hospital municipal por falta de vagas”, afirmou a advogada Maria Isabel Tancredo.

Em nota, a “Secretaria de Saúde informou que Macedo foi submetido na tarde de ontem a uma cirurgia torácica bem-sucedida e que o paciente não teria condições de ser transferido devido ao quadro de saúde gravíssimo”, anotou o UOL.

O sogro de Evaldo, que também foi ferido, continua internado. Seu estado de saúde é estável.

Redação

6 Comentários

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  1. E tem debate na ALERJ para autorizar servidores, incluí GM, a usar armas de fogo. Não estão satisfeitos ainda, querem mais mortes por “incidente”, conforme Moro.

  2. Nassif: há de se dizer “quem mandou se meter”. Podia, com sua marmitinha na boroca, ter seguido para aquela construção que estava trabalhando. Se eventualmente pérguntado, diria que nem estava pelo pelo pedaço naquela hora sinistra, mesmo sabendo de tudo.

    A ordem era pra não deixar testemunha. Uma tática aprendida no Haiti. E o cara ainda resolve tentar ajudar uma família de negros a se safar das rajadas propositais. Queria o quê?

    Há suspeita que estavam só testando as novas armas enviadas pelos “Marines” gringos, já que possuem imunidades de liquidar quem quer que seja, inclusive negros com mais de 3,5 arrobas. E que os soltos (dizem à boca miuda) teriam a missão de embaralhar os vestígios. Em dúbio pró réu. A imaginação dos VerdeSauvas não tem tamanho…

  3. É uma pena que esse brasileiro não tenha tido o “perfil” do paciente apto a ser tratado num hospital privado.
    Depois dessa “fatalidade” de ter sido alvejado por uns dos 83 tiros de soldados do exército ele veio a óbito.
    Foi morte natural, assim como foi natural a morte do Evaldo com 80 tiros, porque é natural que todos nós venhamos a falecer.
    A ” fatalidade “, no caso, segundo o entendimento do bravo exército brasileiro, decorre da interpretação do “o caso fortuito” , (um acontecimento que não pôde ser evitado), e da força maior, que é acontecimento natural, normalmente atribuído ao acaso ou a uma autoridade superior, cuja responsabilidade não tem como ser apurada ou exigida.
    Assim, o céu estava azul, a família passeava de automóvel, mas de repente começou a chover balas .
    Uma fatalidade. Foi uma chuva espontânea, sem agentes, sem mandantes e sem causa, sem raios nem trovões.
    Esse negócio de dizer que poderia haver milicos treinando tiro-ao-alvo na população é fakenews, coisa de vermelhos.
    Uma dúvida me persegue:
    Se uma pessoa jovem, saudável, armada com fuzil e metralhadora, com colete à prova de balas, capacete, coturno, tem medo e atira pra matar, podemos chamá-la de corajosa? Medo do quê?

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