Novo insumo para biodiesel

Na busca por novas fontes de energia, que se torna cada vez mais necessária tanto pela escassez futura do petróleo quanto por fatores ambientais, diferentes matérias estão em estudos para verificar suas aptidões energéticas. Recentemente, uma pesquisa da USP apontou a possibilidade de obter biodiesel a partir da borra do café.

Os estudos conduzidos pela professora Denise Moreira dos Santos comprovaram a possibilidade de produção de biocombustível a partir do resíduo em escala laboratorial. A modalidade pode ser aplicada para a produção em pequenas comunidades, para o abastecimento de equipamentos agrícolas. Além disso, a produção de energético pode trazer benefícios ambientais além da sua substituição por um combustível fóssil, isso porque a borra libera substâncias químicas que podem contaminar o solo caso o resíduo seja descartado no ambiente.

A cultura forte de consumir café no Brasil gera uma grande quantidade de resíduos. De acordo com Moreira, é consumida uma média de 2 a 3 xícaras diárias por habitante, em residências ou estabelecimentos comerciais. A partir de um quilo de borra de café é possível extrair até 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.

Em uma comparação com estudos semelhantes, já apontados em Brasilianas.org, há necessidade de se pensar em um trabalho de logística para coletar o resíduo em uma maior escala dos estudos. Nos estabelecimentos comerciais, por exemplo, o sistema de coleta de óleo de cozinha, que algumas cidades contam, pode também ser responsável por coletar outros insumos, reduzindo assim o custo e ampliando a possibilidade de matérias-prima. O Projeto Brasil Biodiesel, vem na fila do reaproveitamento, transformando os resíduos do óleo de cozinha em biocombustível. O projeto é liderado pelas empresas Martin-Brower e McDonald’s. O trabalho já utiliza o cenário de uma futura adição de 20% de biodiesel puro ao diesel mineral

“Neste projeto já trabalhamos com a utilização de B20 em alguns caminhões e estamos obtendo resultados bem positivos. No futuro a estimativa é que esta porcentagem cresça e estimule outras empresas a também utilizarem este tipo de produto como um exemplo de ação bem sucedida”, afirma Haroldo Barros, sócio-diretor da SP Bio. Por enquanto o projeto está na fase experimental. A Martin-Brower, empresa de logística de alimentos, ao entregar os produtos, recolhem o óleo dos restaurantes.

Procedimento

No processo da borra de café é o mesmo que adotado em outros materiais. O óleo  é extraído da borra de café por meio da utilização de etanol como solvente, em seguida  é posto em contato com um catalisador alcalino, que realiza uma reação de transterificação, explica Denise As características dos ácidos graxos do óleo essencial do café são semelhantes aos da soja, embora estejam presentes em menor quantidade.

Segundo a professora, a implantação do processo de produção do biocombustível em escala industrial dependeria de um trabalho de conscientização da população para não jogar fora a borra de café, que seria recolhida para extração do óleo.

Redação

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