O Brasil é o centro do MUNDO. Globo, Folha, GGN, mídia alternativa, todos pensam o mesmo.

O Brasil é o centro do MUNDO. Globo, Folha, GGN, mídia alternativa, todos pensam o mesmo.

A uma unanimidade em toda a imprensa brasileira, de extrema direita a extrema esquerda, o nosso país é o famoso Milagre do Terceiro Milênio e na sociedade brasileira está a resposta de tudo.

Se olharem nas páginas dos grandes jornais, assistirem a um jornal televisivo ou até tentarem escrever um artigo sobre o que se passa no mundo, terão uma grande surpresa, o mundo não existe para a IMPRENSA BRASILEIRA.

A subida e a descida do valor da Petrobras nas bolsas de valores dependem 100% do que fala o Parente ou do discurso da oposição. De tempos em tempos as ações da Petrobrás dão um pulo para cima ou para baixo e aí se descobre que a OPEP fez um movimento, talvez em função de um discurso no Senado brasileiro.

Nas eleições norte-americanas, talvez mais influenciadas pelo Congresso do DEM ou do PSDB, só se vai descobrir que além do anedótico que se contava sobre Trump, que há um grupo de norte-americanos descontentes.

Europa é um lugar que as pessoas não gostam muito de tomar banho, segundo as lendas urbanas brasileiras, Paris só tem importância para se falar no apartamento de FHC e a Suíça passou a existir somente depois do Cunha.

Agora o oriente, aí o absurdo toma conta, todos conhecem mais a venda pela Internet pelo Ali-babá do que se China, Coréia e Japão não são todos os mesmos países povoados de japonesinhos de olhos puxados que dentro de uma Kombi ficam todos iguais.

Se falarmos em Filipinas para 95% da população brasileira, intelectual, culta, burra, mal informada, coxinha ou petralha, provavelmente vão achar que é a casa do Felipe, ou seja, o nosso nível de ignorância da geografia, história, política e geopolítica atual é surpreendente.

Brincamos que partes dos Norte-americanos não sabem se o México é no sul ou no norte do seu país, porém além da Venezuela, Cuba e Argentina também uma imensa parte da nossa população nem sabe onde ficam os demais países da América Latina, achamos engraçado que o nosso ministro de relações exteriores não saiba direito os países que compõe os BRICS, porém isto não tem a mínima graça é uma verdadeira tragédia.

Porém de quem é a responsabilidade de tudo isto? Será dos nossos professores de geografia e história ou do hábito dos estudantes em colarem desavergonhadamente nas provas? Ou será da nossa incapacidade de olharmos o mundo fora de suas notícias anedóticas? Esta incapacidade é carinhosamente embalada e cultivada pela nossa imprensa de todos os Matizes.

Quando falo de imprensa de todos os matizes estou incluindo este órgão de divulgação que é o GGN, pois se colocares no meio de cinco artigos sobre um fato ocorrido na cidade de São Paulo uma sexta visão sobre o mesmo assunto que seja simplesmente uma compilação do que já está escrito, a chance disto ser publicado e comentado por uma série de experts de fatos nacionais é imensa. Porém se falares sobre a Indonésia, Malásia, Itália ou França, se não tiveres um título do tipo, “A Lava Jato da Indonésia usou conduções coercitivas”, mesmo que na Indonésia se lave automóveis com escovões e a figura jurídica “condução coercitiva” não exista, a chance de ter repercussão aumenta em 300%.

O Brasil é um país em que a relação de mercado externo – mercado interno é ainda pequena em relação a maior parte dos países do mundo, porém se quisermos continuar raciocinando como na época do Brasil Colônia que a nossa comunicação com o exterior era somente com Portugal e pior, ficarmos simplesmente como um país que simplesmente descobre o que passa no mundo depois que isto acontece, deveríamos agir de forma mais aberta.

As chamadas mídias progressistas são uma verdadeira brincadeira de Chefe Manda, para quem não está lembrado do passado de criança, um virava repentinamente e dizia:

-Chefe manda todos colocarem uma mão no chão.

Nestas mídias que algumas têm a pretensão em influir na política nacional, a brincadeirinha do Chefe Manda é seguida a rigor. Não que mandem a gente colocar a mão no chão, mas a pauta é dada e dezenas de artigos e centenas de opiniões são tecidas sobre aquilo que o Chefe Manda.

Gostam de falar em autocríticas, porém o que estou fazendo não é uma autocrítica, é uma CRÍTICA MESMO, mas como não sou o chefe que manda, provavelmente nem este artigo será destacado e se for, terá um ou dez comentários, dois falando sobre o assunto e os outros oito sobre “A Lava Jato da Indonésia não usou conduções coercitivas”.

 

 

P.S.: Detesto choro!

Redação

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