O câmbio não é “casa da sogra”

Ninguém de bom-senso pode achar que num mundo como o de hoje, cheio de vasos comunicantes entre as esconomias e empresas, seja possível adotar um câmbio extremamente rígido, a não ser que o Governo queira manter uma cotação artificial à custa da queima de suas reservas ou de um endividamento brutal para obter recursos.

O Brasil fez isso naquele famigerado tempo da “banda cambial”, que acabou terminando do jeito que todos sabemos.

O que acontece agora, e que a presidenta Dilma Rousseff chamou hoje de “tsunami monetária” é simplesmente o fato de estarem-se simplesmente lançado uma quantida imensa de diheiro em circulação , como os 530 milhões de Euros liberados ontem pelo Banco Central Europeu, sem políticas capazes de absorvê-los sem que se lancem sedentos sobre os países em desenvolvimento, porque não encontram, por lá, nem juros compensadores nem a perspectiva de investir em produção, pois o desemprego e a queda da renda arruinaram o consumo.

Embora os apressados quisessem que se anulassem todas as medidas restritivas à entrada de dólares logo que a moeda americana se valorizou, o que estamos é na imiência de te-las de torna-las ainda mais drásticas.

O “Valor” divulga hoje que os investidores não residentes no Brasil saíram de uma posição comprada em dólar (o que significa aposta na alta da moeda americana) de US$ 1,5 bilhões no início de fevereiro, para uma posição vendida (aposta na valorização do real) de praticamente US$ 6 bilhões, ontem.

E as apostas especulativas seguem fortes, por as intervenções do Banco Central no mercado cambial não tem produzido mais que uma redução temporária na tendência de baixa do dolar que esses imensos aportes criam.

Circulam notícias de que o Ministro Guido Mantega iria impor cronogramas de ingresso de Investimento Estangeiro Direto, para evitar que, enquanto não seja aplicado, este dinheiro “se aproveite” da isenção de IOF para lucrar na arbitragem da taxa de juros brasileira, muito maior do a que de seus países de origem.

Mas o boato mais interessante – e porque sabe o mercado que é isso o realmente decisivo – é de que o BC poderia, na semana que vem, ir além do corte de 0,5% na Selic que todos já esperam.

Pode ser. Tomara que seja.

Por: Fernando Brito

Redação

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