O legado de Maria D’Apparecida

Em um primeiro momento, tornou-se intérprete de canções folclóricas brasileiras, do excepcional grupo de seguidores de Villa Lobos, com Waldemar, Heckel Tavares, Jayme Ovalle

Filha de mãe solteira, a mãe deu à luz à Maria D’Apparecida na casa dos Azambuja, no Rio de Janeiro, onde trabalhava como doméstica. Morreu quando D’Apparecida tinha 7 anos. Foi criada pela família, mas nunca formalmente adotada.

Formou-se professora primária e passou a dar aulas e trabalhar como locutora de rádio. Em 1948 foi eleita “Rainha das Mulatas”, em concurso do Teatro Experimental do Negro.

Depois, tentou carreira de cantora lírica no Brasil. Foi desestimulada devido à cor. Decidiu então ir para a Europa, acompanhado pelo pianista e compositor brasileiro Waldemar Henrique.

Em um primeiro momento, tornou-se intérprete de canções folclóricas brasileiras, do excepcional grupo de seguidores de Villa Lobos, com Waldemar, Heckel Tavares, Jayme Ovalle. Depois, ousou a ópera e estreou com Carmen, de Bizet. Mais tarde, aderiu à música popular brasileira, gravando LPs inesquecíveis com Baden Powell.

Sua vida pessoal não foi menos rica, como informa Maze, a brasileira radicada em Paris que escreveu sua primeira biografia. Digo primeira porque todos os documentos pessoais de D’Apparecida estão bloqueados depois da sua morte, pela não apresentação de herdeiros. Agora, um grupo de brasileiros montou uma associação e tenta resgatar seus documentos pessoais. Mazé Torquato Chotil

Em Paris, passou a se relacionar com um membro da família real belga. Acabou vetada depois que o pintor francês Felix Labisse pintou seu retrato com os seios de fora. De qualquer forma, sua grande paixão foi Labisse, vinte anos de relacionamento intenso que cessou em 1982, quando o pintor morreu em seus braços.

Dois anos antes de morrer, Maria D’Apparecida de isolou dos amigos. Sua certidão de nascimento dizia que seu nascimento havia sido em 1936. Descobriu que morreu com 92 anos.

Agora, os amigos planejam o translado de seus restos mortais para o túmulo onde está enterrado Labisse.

 

 

Redação

3 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Hoje à noite Mazé Torquato fara o lançamento da biografia “Maria d’Apparecida: Une vie”. Ha também a ideia de um documentario. Esperamos que Apparecida tenha enfim o descanso que merece, ao lado de seu grande amigo e amor.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador