O líder do pensamento moderno e o apóstolo dos céticos

Por Tamára Baranov – Rio Claro/SP

No dia 22 de novembro de 1963, a cobertura mediática da mortes do britânico Aldous Huxley, autor de ‘Admirável Mundo Novo’, e do irlandês C. S. Lewis, autor da famosa série de livros infanto-juvenis ‘As Crônicas de Nárnia’, foi ofuscada pelo assassinato de John F. Kennedy, ocorrido no mesmo dia.  

Aldous Huxley através de seus romances e ensaios funcionava como um examinador e às vezes crítico dos costumes sociais, normas e ideais. Mais conhecido pelo seu romance ‘Brave New World’ (Admirável Mundo Novo), escrito em 1931, que aborda as suas preocupações ideológicas como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado, até o final de sua vida foi considerado, em alguns círculos acadêmicos, líder do pensamento moderno e um intelectual do mais alto nível. Membro da classe dominante britânica, Aldous Huxley fazia parte da uma família de intelectuais e viveu a maior parte da década de 1920 na Itália fascista de Mussolini que inspirou parte dos sistemas autoritários retratados em suas obras.

No final da década, no auge da sua carreira, chegou a Hollywood, como um de seus mais bem remunerados roteiristas. No passado, um entusiasta do uso responsável do LSD com fins experimentais e terapêuticos, o cinema foi tão fascinante quanto as suas experiências agora com a mescalina narradas em ‘The Doors of Perception’ (As portas da percepção) que tanto influenciou a cultura hippie; deu nome à banda ‘The Doors’; e seu rosto apareceu entre as personalidades que figuram na capa do disco ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ dos Beatles. Nos seus últimos dias de vida, impossibilitado de falar, Huxley escreveu um pedido à sua mulher, uma aplicação intramuscular de 100 microgramas de LSD pela manhã e outra algumas horas depois vindo a falecer aos 69 anos.

Clive Staples Lewis mais conhecido como C. S. Lewis nasceu em uma família protestante tradicional de Belfast. Neto de pastor e criado nos rigores da fé cristã pelos seus pais devido às dolorosas experiências que passou por algumas escolas de uma educação baseada na intimidação, aos 15 anos, C. S. Lewis abandonou o cristianismo e tornou-se um ateu convicto. Sob influência de Freud, não tinha mais interesse no que via em uma religião imposta e cheia de obrigações, culpas e regras. Uma longa discussão durante um final de noite com seu amigo mais próximo, Tolkien, o autor da trilogia ‘O Senhor dos Anéis’, foi decisiva para o seu retorno ao cristianismo. Lewis apreciava bastante a mitologia nórdica e o gosto por esse tipo de literatura foi o que o aproximou de Tolkien. ‘As Crônicas de Nárnia’ com seus animais inteligentes, centauros, faunos, anões e bruxas, é a obra mais importante de Lewis, porém, para o público adulto ‘A Carta do Diabo a seu Aprendiz’ é um trabalho mais denso e importante.

http://www.youtube.com/watch?v=H5H3-hgmWj0

Redação

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