Os problemas da Policia Civil paulista

Por César Parra Campos

Sr. Luis Nassif, vejo que deixa bem claro o seu total desconhecimento do que acontece na Polícia Civil de São Paulo. Esse cidadão, que “está” secretário, já deixou claro sua antipatia para com a Polícia Civil, coisa que o senhor não vem acompanhando.

Toma atitudes sem ouvir o Delegado-Geral de Polícia, colocado lá por ele mesmo, tampouco o Conselho da Polícia Civil. Talvez por ser oriundo da Polícia Militar, ele fecha os olhos para o que acontece lá, demonstrando o seu corporativismo.

CasoCaso o senhor queira perder alguns minutos (já que teve tempo de colocar esta porcaria na internet), dê uma olhada no site do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP) e veja a declaração, pertinente, coerente e corajosa do presidente da entidade, George Melão, Delegado de Polícia, muito conceituado na Instituição, homem íntegro, e talvez entenda um pouquinho do que vem acontecendo na Segurança Pública do Estado de São Paulo, que está nas mãos do PSDB há 16 anos e ficará mais 4 (isso o senhor não relata).

O senhor não relata também o lobby descarado e imoral que a Folha de São Paulo fez para manter o secretário (em minúsculo mesmo), com reportagens como essa que o senhor publicou. Entenda uma coisa: quem faz a segurança, quem esclarece, quem prende não é o secretário, é quem está na linha de frente.

O secretário deve dar condições para quem está na linha de frente, coisa que esse cidadão não fez. Só fez desagregar a Instituição, retira um Diretor do DENARC sem consultar ninguém, após um ano de prisões e apreensões (veja o site do SINDPESP), e ao mesmo tempo, esconde o que os policiais da ROTA fizeram na zona leste de SP, obrigando uma juíza decretar a liberdade provisória de três pessoas presas após um flagrante forjado.

A Corregedoria da PM não foi para o gabinete da secretaria, como foi a da Polícia Civil. A cúpula da PM não será trocada, como será a da Polícia Civil. Ele é só mais um burocrata com apetite político, mais um promotor como Saulo de Castro, Vinícius Petreluzzi, Michel Temer, Ronaldo Marzagão, entre outros, que não saem de seu gabinetes e sequer sabem o que acontece nas ruas. Juristas, juízes, promotores, advogados.

A segurança pública esteve nas mãos de homens como estes, que cansaram de tomar decisões erradas, como o sr. Fleury, ex-governador, responsável pelo massacre do Carandiru e nunca citado pela imprensa tupiniquim, parcial até a alma. Se quer falar algo útil, faça como Bob Woodward e Carl Bernstein, e não esse lixo que vocês chamam de jornalismo.

Para seu conhecimento aqui está só um trecho do manifesto do SINDPESP (caso tenham coragem de publicar isto):

” No que se refere ao Denarc, mostra o senhor secretário não possuir conhecimentos suficientes para se manifestar sobre suas atuações, pois o Denarc encontra-se instalado em um prédio totalmente inadequado e em péssimas condições. Sofre, como toda a Polícia Civil, a enorme falta de Delegados e de funcionários, não possui equipamentos tecnológicos de última geração para aprimorar os trabalhos investigativos, a legislação engessa a atuação policial como um todo, mas principalmente no que se refere a investigação sobre tráfico de drogas, e, apesar de toda esta dificuldade, o Denarc além de fazer um brilhante trabalho policial, também faz excelente trabalho social, seja quando profere palestras sobre entorpecentes em escolas, associações, Igrejas, Rotary, Maçonaria, Lions etc, seja quando faz trabalhos de recuperação de drogados e encaminhamentos para clinicas especializadas etc.

Ademais, durante a gestão do atual diretor do Denarc, registre-se, nomeado pelo atual secretário, foram apreendidas 5,23 toneladas de maconha, 2,31 toneladas de cocaína, quase 0,5 tonelada de crack; foram realizadas 299 prisões em flagrante com um total de 499 pessoas presas e 1.017 interceptações telefônicas, o que gerou milhares de conversas a serem ouvidas e degravadas. Tudo isto, somente em 2.010, e se não teve maior êxito em suas ações foi por culpa única e exclusivamente do estado, e não do Diretor do Departamento, o qual tem feito um excelente trabalho por onde tem passado.”

Luis Nassif

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