PF investiga o que Bolsonaro foi fazer na embaixada da Hungria

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Hipótese do noticiário é de pedido de refúgio político. Para a PF, Bolsonaro queria se encontrar com aliados, escondido da Justiça

Bolsonaro na Embaixada da Hungria. Crédito: Reprodução

A Polícia Federal começou a investigar por que Jair Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, enquanto está sendo investigado em diversos inquéritos. A tese dos investigadores é que o ex-mandatário buscou se encontrar com aliados dos quais estava proibido de manter contato, por ordens judiciais.

Reportagem do The New York Times, que teve acesso a vídeos da representação diplomática da Hungria no Brasil, revelou que Bolsonaro esteve do dia 12 de fevereiro ao dia 14 de fevereiro na embaixada.

A primeira suspeita levantada pelo noticiário é que o ex-presidente estaria pleiteando refúgio político, caso seja alvo de prisão pela Justiça brasileira. Ao se exilar em embaixada, o ex-presidente atenderia às autoridades e legislações daquele país e não à do Brasil.

Jair Bolsonaro é alvo de diversos inquéirtos no Supremo Tribunal Federal (STF), alguns deles já bem próximos de decisões judiciais – como é o caso da falsificação do cartão de vacinas, que levou à prisão aliados do ex-presidente, e a da articulação para implementar um golpe de Estado e impedir a posse do presidente Lula.

Diante disso, o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos no STF, concedeu o prazo de 48h para que a defesa de Bolsonaro explique a razão da estadia na embaixada da Hungria.

Publicamente, os advogados do ex-presidente afirmaram que a visita foi apenas um “convite” para conversar com “autoridades do país amigo” e que outras interpretações são “obra ficcional”.

Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, a Polícia Federal acredita que Bolsonaro usou a representação diplomática para se encontrar com aliados dos quais está proibido, judicialmente, de manter contato.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Pera lá… se lhe foi tomado o passaporte, ele estaria impedido de deixar o país.
    Ao penetrar, como cidadão comum numa embaixada – que é juridicamente território estrangeiro – ele estaria infringindo a Lei, não? Independente do que foi fazer.

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