“Política? Não pode!” Acham o PIG e a falecida oposição

Há tempos, ainda quando eu era professor universitário, um artigo acadêmico sobre comunicação me chamou a atenção para algo que seria corriqueiro em nossa “velha mídia”: a desqualificação das instituições e dos agentes da política “tradicional”.  Após um tenebroso inverno democrático, onde a politica se resumia a dois partidos (o do sim e o do sim, senhor), época em que floresceram os majestosos impérios midiáticos até hoje dominantes no país, nos acostumamos a ver retratados na mídia seus “comentaristas, especialistas ou os representantes oficiais do governo”.  Raramente aparecem na telinha as lideranças comunitárias, populares, representantes da sociedade civil ou militantes engajados em alguma causa específica.

Assim, especialmente nos programas tipo “desgraça a toda hora”, surge a própria mídia, encarnada nos Datenas da vida, como “intermediadores” entre o cidadão comum e “as autoridades”, seja para conseguir marcar uma cirúrgia, ter o asfalto na rua, dar segurança em determinada região ou ter qualquer direito seu (estabelecido e previsto em nossa Constituição) atendido.

A “demonização da política” foi assim construída por gerações, difundindo conceitos de que “político é tudo igual”, “todos são corruptos”, etc… Volta e meia surge um pretexto qualquer que “abala a opinião publicada” para “acabar com esta pouca vergonha” e algum Marcelotas da vida se lembrar de pregar a “volta da Ditadura, fechando o inútil Congresso Nacional”.

Desde a eleição de Collor, em 1989, a “velha mídia” e em especial “a tv do Jardim Botânico” passaram a ser decisivos nas disputas eleitorais. Engessados pelas regras eleitorais, com pouco tempo para conversar com o eleitor, os debates na TV obrigavam os “atores políticos” a se adequarem às regras do espetáculo midiático. Tinha o tempo escasso, a presença de Deus, manifestada através dos “apresentadores-jornalistas”, que regulavam as falas, escolhiam os assuntos e não permitiam o aprofundamento das questões. Se alguém se interessar no assunto, recomendo a leitura do Professor Antonio Rubim Neto, que publicou vários livros e artigos a respeito. Para facilitar, segue um link dele:

 http://www.cebela.org.br/imagens/Materia/2002-3%20189-207%20antonio%20albino.pdf

Tudo corria bem, até que Lula “resolveu” ganhar as eleições em 2002. Ok, tem que ter “marketeiro”? Chame um bom. Tem que aparar a barba, vestir Armani e ser o Lulinha Paz e Amor para ser eleito? Façamos assim. Afinal, “são as regras do jogo”…

Porém, Lula fez um governo que “surpreendeu” muitos empresários que ameaçavam deixar o país caso ele fosse vitorioso, conquistou o carinho da população, ao melhorar a qualidade de vida de grande parte de sua população, além de obter o respeito internacional para o Brasil. Se reelegeu e “plantou um poste” para sucedê-lo.

Com Dilma eleita, em 2010, foi a terceira derrota seguida dos “conservadores, queridinhos da grande mídia”. Vieram as Eleições de 2012 e novamente o PT foi o partido que mais cresceu e as oposições definhando a olhos vistos, mais e mais.

A “velha mídia” então manipula, inventa crises, raios e apagões. Assume o seu papel de “agente político” na base do “quanto pior, melhor”. No lugar dos “representantes oficiais”, quem ganha espaço nas mídias são os “representantes da oposição”.

Mas o país vai bem, o desemprego é o menor em décadas e o Governo resolve abaixar as tarifas de energia elétrica, beneficiando cidadãos e, principalmente, a produção industrial. Choro, ranger de dentes, defesa “dos pobres acionistas” das companhias de energia por parte da mídia e da oposição.

Então, a Presidenta legitimamente eleita utiliza cadeia nacional de Rádio e TV (que são concessões públicas, é bom lembrar) para comunicar à população que apesar dos “do contra” o país vai continuar a crescer, sim.

Eis que então assisti a coisa mais absurda que já vi em meus quase meio século de vida: a oposição demo-tucana (quase extinta) “condena” (claro que com a generosa boa vontade da velha mídia) o “uso político” da fala presidencial.

Queridos. “Política” é o que se faz todos os dias e é tudo aquilo que afeta nossas vidas. Do preço da gasolina ou da conta de luz, ao emprego, salário, educação, saúde, etc… Infelizmente, para a “velha mídia” e a oposição, seria conveniente que continuassemos “alienados politicos”, pois assim sua “manipulação” continuaria dando bons resultados. Bastaria veicular a “indignação” dos Demóstenes e dos Alváros Dias da vida. Ah, coitados…eles caíram em descrédito, né?

Pobres coronéis de outrora, o Pig e a oposição demo-tucana. Pararam no tempo, não perceberam que estamos na segunda década do Século XXI e que o Brasil mudou. É a 5ª economia do planeta, a maior parte de sua população já faz parte da chamada “classe média”, com maior escolaridade, além de noções de cidadania e engajamento político muito mais amplas. Depois não entendem porque perdem “audiência” e “votos”, respectivamente.

Redação

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