Por que até agora não houve uma intervenção militar no Brasil?

Por que até agora não houve uma intervenção militar no Brasil?

Fico assistindo no Youtube diversos vídeos de pessoas sem visão estratégica que ficam ameaçando a esquerda com intervenção militar, e fico surpreso com outros elementos, que se acham de esquerda, recordando os fatos de 1964 como as coisas possam se repetir, entretanto ao meu julgamento ambos possuem uma visão errada e anacrônica da história.

Nas décadas de 50 a 70 o Império via como aliados as Forças Armadas dos países do terceiro mundo, principalmente baseados numa ideologia anticomunista que era ciosamente encucada na mente dos militares. Mesmo assim na época dos governos militares o General Geisel esboçou uma parcial independência da tutela norte-americana, saindo um pouco da polaridade de Leste-Oeste com o acordo atômico com a Alemanha.

Com a queda do muro de Berlin, com uma Rússia debilitada e com uma China ainda na sua adolescência de grande potência, o imperialismo norte-americano forjou uma nova base para as relações entre o eles e o resto do mundo em que as bases desta doutrina era, eles mandavam e os outros obedeciam.

Porém, como sempre nem tudo é previsível, um tal de ex-agente da KGB, Vladmir Putin assume o governo da Rússia e além de colocar em marcha de novo a política de rearmamento, começa a repassar a seus aliados Indianos, Chineses e outros tecnologia de ponta, que mesmo um pouco defasada em alguns setores militares tem condições de com estratégia correta e grande quantidade de material fazer frente às Forças Armadas Norte-Americanas. Esta tecnologia é rapidamente transferida aos seus aliados internacionais, que com seus técnicos locais desenvolvem e aprimoram mais os equipamentos russos.

O que há neste momento é uma imensa força militar norte-americana, num país que abriu mão de parte de seu parque industrial e, confrontando este, potências regionais que tornaram seus países sem possibilidade de serem invadidos pelas forças norte-americanas e seus cambaleantes aliados da OTAN.

A estratégia norte-americana de reforçar suas forças com países do ex-pacto de Varsóvia parece uma vitória de Pírro, pois o reforço de países do leste simplesmente reacendem disputas milenares entre estes e seus novos aliados e inimigos.

Além de todos estes acontecimentos algo interessante na América Latina, um tenente-coronel engenheiro das Forças Armadas Venezuelanas promove um fracassado golpe militar no seu país em 1992, que apesar de frustrado alavanca o mesmo com apoio das Forças Armadas ao poder, e neste momento todos esquecem que Hugo Chávez antes de ser um presidente foi um militar.

Agora o que enxergam os Norte-Americanos, um grande país como o Brasil, que era gerido por um governo de centro-esquerda em crise, não pensaram em nenhum momento em que as Forças Armadas Brasileiras assumam o comando do país. Simplesmente porque uma primeira geração no poder pode ser facialmente escolhida a dedo pelas forças imperialistas, como foi escolhido o Marechal Castelo Branco devido a aua grande afinidade as forças armadas norte-americanas, porém eles sabem muito bem que se não houver um controle extremamente repressivo e doutrinário sobre as Forças Armadas Brasileiras, o futuro torna-se completamente incerto, podendo surgir no país um grupo de militares nacionalistas que não aceitem a tutela norte-americana.

Mas não pensem que o Império não pensou em nada para anular as Forças Armadas Brasileiras, pois o que estamos vendo nas intervenções destas nos presídios e no Rio de Janeiro como um primeiro passo para desmoralizá-las como instituição.

Podem-se entender estes passos como uma forma de primeiro transformar as FFAA como uma guarda pretoriana defendendo o corrupto Temer, segundo colocando as mesmas em contato com a mais forte arma de corrupção do mundo, o trafico internacional de drogas!

Colocando um contingente insuficiente de 10.000 militares sem o treinamento necessário para fazer o papel de polícia, num primeiro momento haverá uma espécie de desmoralização das mesmas por não conseguir impedir a criminalidade nas grandes cidades, coisa que em parte nenhuma do mundo se espera das forças armadas.

Com a continuação da intervenção os comandos serão instigados a entrarem em operações mais diretas contra os traficantes e neste momento se verá coisa que se vê nas próprias forças armadas Norte-Americanas, o conluio de alguns elementos criminosos no transporte e distribuição de entorpecentes de armas.

Mas não pensem que isto acaba por aí. O último passo a ser feito contra as forças armadas é a colocação destas sob leis e tribunais civis para o julgamento de crimes comuns envolvendo o tráfego de entorpecentes, provavelmente mais cedo que se pensa, os tribunais militares serão extintos ou diminuídas as suas funções, passando o julgamento desses que estão envolvidos com o tráfego por tribunais civis. Da mesma forma que se aceitou no STF a doutrina do Domínio do Fato para condenar no mensalão, como as forças armadas são estruturas altamente hierarquizadas, não será difícil encontrar algum procurador e juiz inebriado e cooptado pelos Estados Unidos que facilmente irá associar um oficial qualquer e meia dúzia de comparsas pegos em ações criminosas a toda a cadeia de comando, e da mesma forma que vice-almirante Othon encontra-se preso num processo que é no mínimo estranho, veremos generais e demais oficiais superiores sendo presos ao sabor dos humores do judiciário, pois segundo a doutrina do domínio do fato, qualquer comandante superior deveria em tese saber do que qualquer um dos seus comandados está fazendo! Para completar a pseudo isenção dos julgamentos, não faltarão partidos de esquerda pequenos burgueses vinculados ao capital internacional, como PSOL, aplaudindo o circo.

Redação

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