Redução da Selic em 0,25%.

Nesta semana o Copom reduziu em mais 0,25% a taxa básica de juros, a Selic. Com esta última redução, a Selic abaixou 5,25 pontos percentuais desde agosto de 2011. Apesar dessa substancial redução dos juros básicos, a economia não está reagindo da forma que era de se esperar. Evidentemente a retração dos investidores tem a ver com a crise atual, mesmo assim era de se esperar uma reação mais rápida. Na minha opinião, a política monetária expansionista não está obtendo os resultados esperados por causa do nosso sistema bancário.

Não é segredo para ninguém que os bancos brasileiros trabalham em forma oligopolista. Apesar da substancial redução da taxa básica, os bancos reduziram minimamente seus juros ao consumidores e produtores. Na medida em que não repassam integralmente aos consumidores e fabricantes a redução da Selic, estão na verdade aumentando seu spread, anulando parcialmente a política expansionista do Banco Central.

Outro benefício esperado da redução da Selic é a redução do custo da dívida pública. Como sabemos, parte da dívida pública (cerca de 25%) é atrelada à Selic, através das LFTs. Uma redução da Selic resulta portanto em redução do custo da dívida. Alguns já estavam calculando a economia, e como essa folga fiscal poderia ser aplicada. O problema é que os investidores estão rapidamente trocando LTFs por títulos vinculados ao IPCA, as NTN-B, que estão rendendo mais. Talvez a economia com a redução dos juros básicos não seja tão grande como a inicialmente esperada, na medida em que LFTs são trocados por NTN-Bs.

Apesar da redução dos juros, os bancos ainda estão na zona de conforto. Quem está na zona de desconforto são os poupadores da poupança, investidores em fundos mútuos, fundos de aposentadoria, etc. Sem perspectiva de melhora nos próximos anos, já que o desenvolvimento de um mercado de títulos corporativos toma tempo.

Importantíssimo progresso foi feito na redução dos juros básicos. Precisamos agora atacar o oligopólio dos bancos, promovendo a concorrência. Que é o que o governo está fazendo através do bancos públicos.