Aonde iria dar, em algum louco?
Em algum misógino? Em um fantasma delirante?
Em um alucinado amante? ou, pior, em um gozador?
Ou em um cético contaminado
pelas libações da Internet,
(como aquele médico pirado de Floripa,
que exercitou as armas da conquista…
E, depois, simulou a própria morte,
deixando-a perdida entre o real e a fantasia).
E o que viu a deixou mais intrigada.
Quem era aquele desbocado
que inesperadamente
lhe fazia confidências doloridas?
que usava as mensagens reservadas,
não para corte ou cantadas,
ou trepadas virtuais em malcomidas,
mas para confissões de vida?
Aceitou de pronto a proposta.
E, montando em conjunto a conspirata,
criou-se total cumplicidade,
entre os dois tipos mais trocistas da sala.
Primeiro, matricular-se no curso de inglês
onde a mulher preenchia sua vida vazia
dando aulas comedidas.
Depois, insinuar-se junto a ela,
falar dessa nova invenção que
permitia
a quem buscava, encontrar,
ao romântico, romancear,
ao incuravelmente travado
destravar a declaração reprimida.
(continua)
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