Teles brasileiras também querem fim da neutralidade de rede

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Depois que os Estados Unidos derrubaram a neutralidade de rede, com teles podendo cobrar por pacotes de navegação diferenciada, as teles brasileiras querem que Michel Temer reavalie a situação brasileira. Isso significa pisar em cima do Marco Civil da Internet, que garantiu um só valor pelo tráfego realizado pelo internauta. Se isso acontecer, será preciso pagar por serviços digitais diferenciados.
 
Nos Estados Unidos, nesta quinta-feira, 14, o Federal Communications Commision (FCC), a agência de telecomunicações local, derrubou as regras que impediam que as teles dessem tratamentos diferenciados na oferta de internet ou “microgestões” do tráfego de dados na internet. O presidente da FCC, Ajit Pai, indicado por Trump, já havia cantado a intenção de ver a agenda de desregulamentação da intenet aprovada. E conseguiu.

 
Na prática, esta mudança permitirá o bloqueio de acessos a determinados conteúdos ou aplicativos, piora na velocidade de navegação ou pagamento extra para que alguns aplicativos de vídeo entreguem filmes de alta definição mais rápido que nas conexões convencionais.
 
No Brasil estivemos protegidos disso desde 2016, quando a presidente eleita Dilma Rousseff, fechou essas possibilidades em decreto que proíbe qualquer tratamento discriminatório no tráfego da internet. Segundo o decreto, as teles precisam tratar de forma igualitária a todos em todos os serviços oferecidos, impedindo que houvesse gestão de tráfego sem discriminação.
 
As empresas, agora, afirmam que podem fazer esta gestão de conteúdos sem prejuízo na velocidade final de navegação contratada pelo cliente – algo que configura quebra da neutralidade de rede – pois que os equipamentos têm “inteligência”. As teles brasileiras entendem que a decisão da FCC americana abre espaço para o decreto no Brasil seja revisto no primeiro trimestre de 2018.
 
Na prática significa que o consumidor terá que pagar por pacotes diferenciados, ou seja, paga-se tanto por música, mais um tanto por vídeos, mais xis por e-mail, mais um cadinho por jogos on-line e mais uns trocados por redes sociais. O Marco Civil da Internet impediu isso, agora as teles vão pressionar o governo para rever a neutralidade.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

4 Comentários

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  1. As companhias de telefonia

    As companhias de telefonia brasileiras que fiquem bem quietas no lugar delas, porque essa bobagem já está sendo contestada e irá ser derrubada em pouco tempo.

    1. as…..

      Estas imbecilidades nos EUA são resultado do momento ‘cachorro que caiu de mudança’ que estão vivendo. Mas aqui no Brasil é trabalho incansável das Teles. Só não passou ainda por momentos políticos que impossibilitaram tal pratica e que exporiam o Poder Político que apóia esta escravidão. 

  2. TOMOU?

    Todo castigo pra eleitor coxinha, seja lá ou aqui, é pouco.

    O IMBECIL MÉDIO ESTADUNIDENSE votou no Zé Ruela do Trump, assim como o IMBECIL MÉDIO BRASILEIRO, se manifestou em massa a favor do GOLPE e agora “colhem os dividendos” oriundos de suas panaquices.

    Vai ser daí para pior, com a benção dos setores das igrejas protestantes que lá e aqui, se engajaram numa agenda retrógrada e conservadora onde os maiores prejudicados são justamente os IMBECIS que os apoiam.

  3. Em 13/5, dia relacionado a
    Em 13/5, dia relacionado a escravidão, será aniversário de 2 anos do afastamento de Dilma pelo crime organizado incrustado no Congresso, data em que deu-se inicio ao desmonte deste pais

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