Temer usará Secretaria de Governo para pressionar Reforma da Previdência

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Beto Barata/Fotos Públicas
 
Jornal GGN – Da mesma forma como fez com o engavetamento das duas denúncias na Câmara, o presidente Michel Temer pretende usar de chantagem para conseguir aprovar a Reforma da Previdência. Desta vez, a moeda de troca é o posto de ministro na Secretaria de Governo.
 
Após o anúncio de que o PSDB quer o desembarque do governo a tempo de garantir espaço para se preparar para as eleições 2018, parlamentares do PMDB e da base aliada pressionam diariamente o governo pela saída de ministros tucanos.
 
Temer concordou com aliados e decidiu, ainda que a contragosto, tirar o ministro Antonio Imbassahy da Secretaria de Governo. Entretanto, uma ala do PSDB, liderada por caciques como Aécio Neves (PSDB-MG), pediu a manutenção do ministro e defende que o partido não abandone o atual governo peemedebista.
 
Nesse vai e vem, Temer traçou outra estratégia para angariar, por meio de pressão, votos a seu favor. Ele quer aprovar a Reforma da Previdência, ainda que a pauta seja polêmica e muitos partidos, apesar de concordarem, não querem colocar suas imagens em risco junto a redutos eleitorais.
 
A estratégia, então, será a seguinte: Temer já se comprometeu a trocar o ministro tucano do importante cargo no governo. Mas isso seria concretizado depois da votação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara, o que está previsto para o dia 6 de dezembro.
 
Ainda que não abordado, até lá muitas articulações devem ocorrer. Se, por exemplo, parte da base aliada, incluindo partidos menores, do chamado “Centrão”, que pressionam pela saída de Imbassahy, e do próprio PMDB, votar contra a reforma, Temer deverá voltar atrás da troca na Secretaria de Governo. Será mais uma moeda de troca, nas negociações para alcanças as medidas de interesse do Planalto.
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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