Uma alma que gosta de chuva

Por: Eliana Rezende

 

A voz da chuva acalenta meu espírito, tranquiliza meus olhos e afaga meu coração.
O seu som preenche cada canto recôndito do meu ser e dá-me a companhia mais que desejada.
As gotas que chegam uma a uma e que, rápido são uma multidão oferecem sons ao meu silêncio.
Preenchem sem encher, silenciam para dar eco ao que vem de lá de dentro.

Sempre acho que minha alma é outonal.
Gosto de dias molhados, chuva miúda, água encharcando a terra e dando mais verde à paisagem, gotas que respingam e desenham vidraças que emolduram. Tudo fica enquadrado… e calmo…
Gosto das folhas e dos tons de outono e da forragem que oferecem à paisagem. Casadas com a chuva, molham a terra e fornecem uma composição perfeita de tons e odores.
Entorpecem os sentidos, acomodam vontades, liberam prazeres.

Gotas que lavam o céu ao mesmo tempo em se se desabotoam sobre a terra.
O silêncio fica então cheio de elementos e sensações, uma sinfonia que ganha notas ora metálicas, ora graves a cada gota que encontra resistências: pedras, baldes, troncos, bancos, pisos….

O espaço desta composição em notas molhadas e folhas caídas é o lugar onde guardamos nossa alma e nos enchemos do silêncio de seu canto.
É só saber ouvir tanta harmonia!

https://www.youtube.com/watch?v=Wb1JwB4lUKc align:center

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2 Comentários

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  1. A chuva chove…

    Cecília Meireles                                                                   

    A chuva chove mansamente… como um sono
    Que tranqüilize, pacifique, resserene…
    A chuva chove mansamente… Que abandono!
    A chuva é a música de um poema de Verlaine…

    E vem-me o sonho de uma véspera solene,
    Em certo paço, já sem data e já sem dono…
    Véspera triste como a noite, que envenene

    … Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
    Com muita névoa pelos ombros da montanha…
    Paço de imensos corredores espectrais,

    Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
    Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
    Revira in-fólios, cancioneiros e missais…

    Melhores Poemas, Global Editora, 1984 – S.Paulo, Brasil

    Fonte: http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia57.html

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