Vera Santana: uma história dedicada à educação e cultura

Por Ana Luiza Basilio do, Centro de Referências em Educação Integral.

Há quem diga que educação e indisciplina não caminham juntas. Mas a personagem dessa história preferiu trilhar a “desobediência” e, para sorte de muitos, segue assim há 58 anos. Vera Santana rompeu muitas barreiras para não se afastar das convicções que teve ainda muito nova, aos 14 anos de idade. 

Aos 17, passou em um concurso do estado e seguiu para a Escola Estadual Presidente Kennedy para outra vivência que determinaria sua forma de pensar a educação. “Ganhei uma turma que ninguém queria”, conta, referindo-se à sala de alunos especiais com deficiências mentais graves. Para entender daquele universo, Vera saiu de sua cidade pela primeira vez para se especializar no Rio de Janeiro, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, no bairro da Tijuca, e voltou à sala de aula. “Enquanto os outros achavam trabalhoso por não se poder trabalhar com um currículo, eu segui pelo caminho das potencialidades que cada um tinha”, relembra.Quando cursista do ginásio no Colégio Estadual do Atheneu Norte Rio Grandense, em Natal, sua cidade de nascimento, teve a oportunidade de ingressar como educadora em um curso de alfabetização de adultos, ligado à Secretaria Municipal de Educação. E se aliou aos ensinamentos de Paulo Freire seguidos pelo grupo de educadores que já desempenhavam a tarefa. Foram quatro anos pensando a educação em um contexto de sociedade, relembra: “discutíamos o educar a partir da realidade que tínhamos, daquela comunidade. Quais seriam as formas de alfabetizá-los?”.

Um caminho sem volta

Dali em diante, a jovem educadora passou a contrariar as normativas do sistema educacional tradicional. Seguiu para outras escolas da rede desobedecendo currículos, secretarias de educação, muitas vezes desagradando a gestores e professores. O desconforto gerado fica quase incompreensível em sua forma segura de relatar o que fazia: “Imagine que eu tinha que explicar aos estudantes o que eram círculos. Eu só fazia de um jeito a estabelecer significado com a cultura local, com os desejos daqueles alunos. Por exemplo, João Redondo é um mamulengo conhecido no Nordeste. Por que não utilizá-lo?”. Para os que ainda questionavam a jovem, a resposta soava duplamente desafiadora: “estou dando aula a partir do lúdico, da cultura local, do que é realidade para os alunos, coisa que a escola também deveria pensar”.

A frase “Ivo viu a uva” comum nos manuais de alfabetização, ganhava marcas claras da aproximação da cultura e educação nas aulas de Vera. “Aqui as crianças comiam pitomba, chupavam caju”, exemplifica para evidenciar como o diálogo poderia ser enriquecedor para o desenvolvimento integral de seus educandos. Esses conhecimentos, claro, iam sendo acrescidos de outros de acordo com o o nível psicomotor e intelectual das crianças e adolescentes com os quais lidava.

Clique aqui e leia na integra a historia dessa querida educadora.
 

Redação

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