A ilusão do pacto democrático, por Ricardo Cappelli

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A ilusão do pacto democrático 
 
por Ricardo Cappelli
 
Uma parte da esquerda, respeitosos jornalistas e analistas políticos se especializaram em acreditar em fantasias. Passaram as últimas semanas dizendo que o PSDB e outros conservadores se aliariam a esquerda contra o fascismo.
 
São os mesmos que, movidos pelo republicanismo asséptico, levaram Joaquim Barbosa, Barroso e outros próceres para a suprema corte brasileira. Acreditam na imparcialidade do aparato estatal e na democracia como valor de união entre classes. 
 
Desconhecem que na guerra, se for impossível vencer, o objetivo passa a ser derrotar o inimigo estratégico, mesmo que para isso tenha que se aliar ao lado obscuro da força materializado num conjunto de tresloucados patéticos.

 
Na guerra o que importa é vencer. Quem escreve a história são os vencedores. Aos derrotados cabe apenas o chororô. 
 
Doria e Skaf lutam em SP para ver quem é mais Bolsonaro. Circula que Eunício Oliveira já aderiu e que o PSDB mineiro está a todo vapor na campanha do mito. No sul, o PP abandonou a vice do chuchu para aderir ao Capitão
 
Todo o chamado “mercado”, grandes corporações, agronegócio e mídia já pularam ou estão pulando no barco de Paulo Guedes. É questão de tempo.
 
Apenas FHC continua ainda no Teatro do “Pacto Democrático”. E deve ser calculado. Fiquem atentos. Um abraço do príncipe depois de uma declaração defendendo a legalização das drogas pode ser o beijo da morte. 
 
Ilusão de classe derruba presidente e é mortal na análise da conjuntura no campo de batalha.
 
Se houver segundo turno na eleição presidencial, a esquerda terá que lutar para sair do isolamento a partir de uma agenda em torno de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. 
 
Não bastará ficar repetindo a retomada de programas sociais. A questão nacional precisará ganhar centralidade.
 
Insistir em platitudes filosóficas e na agenda moral-identitária é o caminho mais curto para a derrota.
 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Se alguém tem alguma dúvida sobre possíveis fraudes nas eleições

    Se alguém tem alguma dúvida sobre possíveis fraudes nas eleições, leia

    URNAELETRÔNICA

    https://urnaeletronica.info/

    Fica claro que se for subornado algum (só um) técnico do TSE, quem o fizer está com a eleição no papo, pois o sistema é vulnerável.

    1. Caro rdmaestri

      Perante todas as fraudes perpetradas até aqui, com STF, com tudo, é impossível discordar que a probabilidade de fraude estatística golpista é enorme durante essas eleições fajutas, com Lula preso político amordaçado em regime de masmorra solitária.

      Por exemplo, veja o resultado da pesquisa autônoma financiada pelos leitores do BR 247 que acaba de ser publicada.

      Nela o Ciro numera apenas 1% mais dos votos válidos do que o Haddad no segundo turno e os números do Haddad no primeiro são melhores do que quase todas as pesquisas financiadas pelos golpistas. 

      Portanto, o “mercado” já estaria preparando os corações e as mentes do eleitorado para mais essa eventual fraude em tela.

      Abraço!

  2. Excelente post

    Para o povo o que importa já não é mais legalismos, grantismos, ou respeito a Constituição..Só o PT tem dogmas que priorizam isto e ainda as listas tríplices que nem estão na Constituição.

    O que importa para o povo brasileiro é emprego e crescimento de PIB! E é buscando isto que eles votarão. Não deixa de ser compreensível, num país com um dos maiores desempregos do planeta.

    Só que eles erram ao votar em Bolsonaro achando que este trará o milagre econômico da década de 70, pois naquela época não existia o neoliberalismo ainda. Para os neoliberais, o desemprego não é problema do estado.

  3. burguesia não rima como democracia

    Acho que a esquerda deve sim defender a democracia, pelo simples fato de que quem realmente fez isso foi a esquerda. Mas a democracia não é  a farsa burguesa. A ‘democracia’ burguesa sempre foi restrita no voto e subordinada ao capital (o que hoje chamam de ‘mercado’). O sufrágio universal foi conquista da esquerda; os direitos trabalhistas e a regulamentaçao de jornada foram conquistsa da esquerda; o Estado de bem-estar foi conquista da esquerda; a luta contra o fascismo e nazismo foi feita primeiro e principalmente pela resistencia de esquerda.

    E antes que alguém lembre do Stalin – aquele que fez pacto de não agressão com Hitler – e seus assemelhados é bom lembrar que isso foi um movimento contra-revolucionário, todos avanços democráticos da revolução russa foram cortados por Stalin.

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