Aliança antinacional faz de Rodrigo Maia o “Temer de Temer” e deflagra o “golpe dentro do golpe”, por Daniel Samam

O maior erro: “É muito melhor um Temer moribundo e sem ……

“É muito melhor um Temer moribundo e sem capacidade alguma de governar.”

O que pode significar a todos esta frase?

Ela tem duas direções, a primeira é que a presença de Temer no poder significa a falência do atual sistema oligárquico por um sangramento sem fim e com o desmonte completo da economia brasileira, pela não existência de um projeto nacional, enquanto por trás disto o Imperialismo Internacional, que é ciosamente escondido no desenvolvimento do artigo, continuaria por outras vias consumindo a riqueza nacional.

A segunda direção é que com a derrubada de Temer assume diretamente o Imperialismo Internacional através da Banca Nacional dependente do grande capital. Esta poderosa associação teoricamente teria melhores condições de delapidando o mesmo patrimônio nacional, como na primeira via, mas com maior capacidade de investir. Porém esta segunda hipótese esbarra num grande obstáculo que mesmo parecendo mais sofisticado que na anterior, continua com o mesmo problema, a inexistência de um projeto nacional.

Tanto na primeira como na segunda via há duas saídas com a mesma direção, a perda completa de qualquer planificação de um desenvolvimento sustentável. Temos que considerar que tanto uma como outra hipótese abre mão da criação do projeto nacional, que seria a única hipótese que tentaria dentro de uma sociedade globalizada com pressões imensas para que não haja nenhum desenvolvimento científico, tecnológico e industrial autóctone.

O grande erro de análise é que o Império permitiria em qualquer hipótese o desenvolvimento de uma base industrial e de serviços que permitissem a geração de valor agregado no país ao ponto que este se tornasse uma base de desenvolvimento.

Para explicar melhor devemos levar em conta o que está sendo feito por este mesmo Imperialismo em vários países desenvolvidos secundários que continuam na esfera de influência da influência dos Estados Unidos. Países como a Inglaterra, França, Espanha, Itália e outros menores, estão sendo meticulosamente desprovidos de seus parques industriais, pode-se pensar que na ótica de que numa sociedade moderna o setor de serviços tem possibilidade com sucesso de desenvolver uma base sólida para um desenvolvimento sustentável, porém este setor é dependente não somente da capacidade industrial de outros países, mas é principalmente dependente da capacidade científico-tecnológica que permitem saltos qualitativos na capacidade de produzir.

Sem esta base científico-tecnológica sempre países dependentes ficarão um passo atrás da capacidade de inovação do Império, que numa economia aberta significa uma capacidade de competição que não pode simplesmente ser superada por baixos preços de mão de obra.

A imensa parte da oligarquia econômica nacional, vinculada à produção de qualquer tipo de produto ou mesmo da prestação de serviços, acha que com baixos custos de produção, um dos motivos de apoio as famigeradas reformas das leis do trabalho e da previdência, pensam ainda num capitalismo baseado em mão de obra abundante e barata, utilizando junto a ela os recursos naturais existentes. Porém isto não passa de uma ilusão, o Império sabe que por mais levado à miséria o operariado brasileiro este não tem a mínima capacidade de competir com indústrias modernas que estão sendo sempre atualizadas.

O objetivo tanto em uma como em outra hipótese é de reduzir a capacidade de consumo da população brasileira ao nível de sobrevivência básica, ou mesmo abaixo desta, permitindo que além de não estressar as reservas naturais do país com o consumo interno não crie pressões nos preços das mesmas, por exemplo, a carne deve ser consumida pelo povo norte-americano e não pelo brasileiro!

Porém há um fator que todos esquecem, o Capitalismo é tão voraz e tão caótico que ele não se satisfaz com uma dada condição de acumulação que não seja crescente, e ao mesmo tempo em que se consumem as reservas dos países satélites a predação continua nos seus próprios países.

Há um problema simples que numa economia planejada poderia ser resolvido, porém num sistema capitalista é impossível, a necessidade de ganhos crescentes na economia, a crise é inevitável e ocorre em níveis planetários, e esta crise em que o Brasil fará parte, desarranjará todo e qualquer programação que se faça em prazos relativamente curtos, levando a desestruturação de todo o novo pacto e abrindo chance para uma nova estapa.

Temer dará o golpe final

Espere e verão. Temer vetará um ou dois artigos da reforma principalmente aquele que trata do “trabalho de gestantes em áreas insalubres” e pousará como herói. Foi tudo previamente combinado.