Até quando os evangélicos vão se esconder na desculpa da Banda Podre, por Rogério Maestri

Pastores e fiéis desculpam seus crimes e desvios como resultado da ação do demônio ou de outras entidades sobrenaturais

Agência Brasil

Até quando os evangélicos vão se esconder na desculpa da Banda Podre

por Rogério Maestri

Durante anos a fio quando se falava nas arbitrariedades da polícia, tanto as autoridades como a imprensa atribuíam esses desmandos a chamada banda podre da polícia, ou seja, seria uma parte minoritária da polícia que estava envolvida com o crime ou com desmandos. Atualmente a população já se refere aos policiais honestos e não envolvidos nestes casos como quase que a antítese dessa banda, ou seja, há atualmente uma banda limpa na polícia correspondendo a minoria dos seus quadros, não há para a maioria da população nenhuma esperança de encontrar uma maioria de policiais honestos e não violentos, quando se acha um esse é visto quase como uma aberração nos quadros que são mesmo estigmatizados pela corporação.

Pois bem, cada vez mais os evangélicos aparecem a sua banda podre, composta de pastores e fiéis que desculpam seus crimes e desvios como resultado da ação do demônio ou de outras entidades sobrenaturais, o tal de livre arbítrio foi para o saco, é tudo influência de espíritos malignos.

Começam por pastores vigaristas que simplesmente saqueiam seus fiéis em nome de releituras convenientes de passagens da bíblia. Além disso como “ungidos pelo senhor” eles devem ser intocáveis e não denunciados por aqueles que enxergam tudo. Mas se fosse só isso estaríamos ainda em crimes menos graves de charlatanismo e outros congêneres. Entretanto essa “imunidade” que é garantida pelas suas ovelhinhas, grande parte ingênuas e ignorantes como deve ser uma ovelha, está permitindo que os crimes aumentem de grau partindo para casos de cárcere privado, tortura e assassinato, além de crimes de abuso de incapazes e outras verdadeiras abominações.

Além de tudo isso temos fiéis, ou pessoas usando o nome de deus, para com papos indecentes de dizer que esse está lhes fazendo passar por provas para depois resgatá-los, pois dizem que os caminhos do senhor são nada transparentes aos olhos dos humanos. Os mais safados dizem que a verdade os libertará e vivem numa vida de mentiras, se apropriam da posse do divino citando de novo trechos bíblicos tanto do novo como do velho testamento.

Na igreja católica, que nos séculos passados era uma fonte de diversos crimes principalmente contra menores, segue um caminho inverso das igrejas evangélicas, há determinações expressas que crimes cometidos por seus religiosos sejam denunciados pelos seus superiores e vira e mexe aparecem crimes cometidos há décadas que começam a ser exemplarmente punidos, porém nas igrejas evangélicas há um processo de acobertamento como o Vaticano fazia há algumas décadas.

Esse comportamento diferenciado entre duas religiões não pode ser atribuído existência de religiões, mas sim a inércia de setores do que se pode chamar banda limpa, que sabem dos crimes dos religiosos desses grupos, mas por algum motivo, não procuram purgar os seus criminosos do seu grupo religioso.

Essa desculpa, dos mais honestos, da existência de uma banda podre, mas sem dar nomes aos mercadores da fé nas diversas denominações, começa a criar dúvidas sobre como essa se comporta perante notáveis vigaristas ou farsantes que dizem se basear em livros sagrados. Numa análise mais fria pode-se chegar à conclusão de que esses livros não são sagrados, pois se fossem as palavras vindas de uma deidade, não se prestariam a tantas mentiras.

Em resumo, se esconder atrás da existência de uma banda podre, que só é punida quando setores laicos da sociedade reagem contra os crimes mais fragrantes, começa a criar uma sensação da existência de todo um setor religioso que mais está para o crime do que outra coisa.

Redação

7 Comentários

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  1. Os Evangélicos? Agora teremos Patrulha Ideológica na Guerra Santa? Uma ‘Jihad Tupiniquim’? Do Povo, pelo Povo, para o Povo. Saiam da frente, Aqueles que ainda não perceberam que estão sendo atropelados.

    1. Meu caro, quando uma religião se mete a tentar retirar direitos dos outros simplesmente porque se denominam donos da verdade e intocáveis, vai contra os princípios laicos do Estado que servem exatamente para evitar guerras santas.

  2. E a crise concentrador de riqueza em poucos e que vai empobrecendo a maioria e trazendo a fome e a carestia, vai se tornar na maior pedra de tropeço das religiões, em especial dos falsos profetas que prometem prosperidade, em tempos de escassez. Vão se aproximando os dias em que os falsos profetas serão severamente cobrados e perseguidos e não será por Deus, mas por seus outrora seguidores.

  3. Mateus capítulo 18

    https://www.bibliaonline.com.br/ara/mt/18

    Jesus promete justiça ao que provoca escândalos já no século I.
    O capítulo é interessante por conta de Pedro que pergunta sobre o perdão, e o Senhor responde:
    “Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.” (Mateus 18:22)

    Há outras passagens no AT e NT e sempre lembramos da máxima “Atire a 1a pedra aquele que não pecou”

    Enfim, acho que se a riqueza econômica deveria ser socializada. A responsabilidade dos erros, crimes não ?

    Deus tenha misericórdia de mim, sou um pecador. Não por me omitir perante um ou outro pecado da lista bíblica de pecados, mas por ser um ser social. Tudo é um um.

    Recomendo a leitura (li ano passado) de A Marcha da Insensatez de Barbara W. Tuchman. Ela narra o pontificado de 6(seis) papas do Renascimento, um revezamento entre Borgias e Médicis produzidos no início da era Moderna. Fizeram tudo errado. A cristandade se dividiu, quando a Europa parecia encontra um caminho humanista e luzes. Ainda assim como percebe o prof Rogério Maestri parece que a Igreja católica não acoberta mais crimes de seus sacerdotes.

    Está na hora da sociedade exigir que o Estado, sem impedir o livre direito de culto e reunião, audite a relação de poder dos sacerdotes e fieis.

    Em Democracia na América, o autor francês descreve a princípio algo fora da religião:
    “Compreende-se que a centralização governamental adquire uma força imensa quando se soma à centralização administrativa. Dessa maneira, ela habitua os homens a fazerem abstração completa e contínua de sua vontade; a obedecerem, não uma vez e num ponto, mas em tudo e todos os dias. Não apenas ela os doma então pela força, mas também os agarra por seus hábitos; ela os isola e os pega em seguida um a um na massa comum.” (p.98)

    No fundo, é o que se verificou no totalitarismo do séc. XX na visão de Arendt. Qualquer organização social está sujeita a criar uma atmosfera de impunidade e obediencia cega. Não sei se devemos criar um Tribunal eclesiástico pois lembraria a abominável Inquisição, mas o fato é que a Justiça laica não está dando conta. Nem nossa legislação.

    O aviso do professor é importante e uma resposta deve ser construída para o próprio bem do direito humano a crença religiosa. Mas como?

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