Como assim? Ficamos em casa!
por Ricardo Mezavila
Tudo indica que o 7 de setembro será apenas uma data comemorativa da independência do país para lembrar o dia, em 1822, segundo os livros, em que o Brasil deixou de ser colônia portuguesa para virar império.
As duas últimas datas comemorativas da independência foram palco para manifestações da extrema direita sob o comando do ex-presidente Jair Bolsonaro que fez comício, ataques contra os Ministros da Suprema Corte, discursos golpistas, de ódio, de insubordinação às leis e barbaridades chulas como puxar o coro de ‘imbroxável’.
Esse ano, com a volta da normalidade institucional, a Presidência da República fará uma comemoração discreta e tradicional. Com organização a cargo da Secretaria de Comunicação Social – SECOM, o tom será o de uma festa mais enxuta, com o retorno dos protocolos tradicionais dos desfile em Brasília, além de um pronunciamento do Presidente Lula em rede nacional de rádio e televisão.
A pergunta que muitos estão fazendo é: onde estarão os ‘patriotas’ na data mais importante do país?
Os ‘patriotas’ decidiram resgatar com ironia o slogan ‘fique em casa’, muito usado durante a pandemia, como protesto pela omissão das Forças Armadas que não garantiram o êxito dos atos golpistas.
Outra récua de ‘patriotas’ está combinando ir às ruas protestar vestidos de preto. Essa manifestação tem a ver com o resgate do verde e amarelo como símbolo de toda a nação e não de domínio de um grupo. Para essa facção, os símbolos como a bandeira e o hino nacional pertencem aos seus pesadelos fascistas de pátria.
Ainda há outro segmento que lançou o movimento “fique em casa, ou doe sangue”. Isso é intrigante porque podemos esperar tudo de um ‘patriota’, menos que tenha um gesto solidário. Existiria aí uma mensagem subliminar onde a primeira frase seria álibi para a segunda?
Esse 7 de setembro, aconteça o que acontecer, colocará uma pedra em cima dos lesas pátrias, dos párias, dos protofascistas.
Ricardo Mezavila, cientista político
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