Foto Geledés
Contra o fascismo: Paz Social, Prosperidade e Democracia
por Ion de Andrade
O desenrolar dos fatos
- O golpe vem sendo derrotado em todas as frentes. A neutralização de Lula não ocorreu e as forças progressistas têm a maioria dos votos nas pesquisas.
- O candidato da extrema direita, como uma tábua de salvação, se tornou a última alternativa dos golpistas. Todos os demais candidatos do campo do golpe se inviabilizaram;
- Esse candidato, porém, tem um teto eleitoral de difícil superação e nas projeções de segundo turno não consegue reunir a maioria dos votos. Ele figura portanto, se o processo eleitoral for respeitado, como o virtual derrotado nas próximas eleições, qualquer que seja o seu opositor;
- Para dar ao candidato alguma chance eleitoral a grande mídia preparou-se para um apoio ostensivo. Quando a estratégia parecia estar montada, esse candidato sofre um ataque a faca desferido por um desequilibrado mental, devendo afastar-se da campanha;
- Ocorre, e é mais uma infelicidade para ele, que para dar suporte ao discurso de ódio aos opositores (tônica da sua campanha), a sua imagem teve que ser assimilada à de um guerreiro invulnerável, um “justiceiro invencível”. Porém, atentemos para isso, a sua agora patente vulnerabilidade e o êxito do ataque são politicamente devastadores e demolem de uma vez (1) a sua imagem que se mostra falsa e (2) a alma da sua campanha, a violência, que se mostra completamente cega e incontrolável;
- Como a maioria da população brasileira rejeita a violência e a entende inclusive como pecado, o ataque carrega um incontornável significado simbólico: o candidato não é a vítima inocente do ataque de um louco, mas alguém que parece ter sido castigado por ser um ardoroso defensor do seu uso para a eliminação dos seus opositores;
- Trata-se portanto de uma bomba semiótica com implicações éticas, religiosas e políticas que dificilmente poderá beneficiá-lo. Em outras palavras, no imaginário simbólico, que instiga o homem à busca de um significado último e escatológico para tudo, se o ataque não pode ser atribuído ao PT, PDT ou PSOL, que claramente não estão envolvidos, então o que significa esse ataque?
Essa derrocada de imagem e de propostas que são aniquiladoras para a extrema direita, e isso será visto em breve, traz também novos riscos de retaliação contra a esquerda, com o fito de manter viva a narrativa da contenda ideológica…
No campo progressista, entretanto, apesar da expressão generalizada nas redes sociais de uma legítima indignação a tudo que vem dando conteúdo ao golpismo, nenhum candidato jamais apregoou a violência como forma de resolver os graves problemas que afligem o país. Os progressistas estão, portanto, bem posicionados para passar à etapa seguinte do discurso, que poderá ser a do xeque mate sobre a extrema direita.
Discurso e Xeque Mate
- A extrema direita precisa, para sobreviver, da polarização com a esquerda. Não a ofereçamos;
- O discurso da esquerda deve estar concentrado no seu projeto de sociedade;
- Ao mesmo tempo esse discurso deve estar atento à conjuntura, oferecendo respostas para os desafios postos pelo momento;
- A ideia de Paz Social que significa a determinação para a solução pacífica dos conflitos e divergências deve ser fortemente posta em relevo;
- A Prosperidade Econômica e a inclusão social dos mais pobres é também um fator diferencial importante frente a uma extrema direita que já assumiu de público que o trabalhador deverá escolher entre emprego e direitos, o que é sinônimo de trabalho escravo;
- O aprofundamento da Democracia Política deve ser apontado como o caminho para a construção de uma sociedade plural e respeitosa dos direitos e garantias individuais.
- Vale ressaltar que a convocação de uma Constituinte Livre e Soberana para a discussão da Reforma Política permite aos setores moderados não polarizados pela extrema direita, mas não incluídos no campo da esquerda, o horizonte da disputa de hegemonia no fórum constitucionalmente previsto no Estado de direito para o aperfeiçoamento institucional, (a Constituinte) dando fôlego e tempo para a distensão e ampliando a base eleitoral em favor da democracia;
- Esse discurso deve ser assimilado não só pelos candidatos, mas também pela militância. Não nos deixemos levar pela adrenalina que a polarização nos oferece e que é vital para manter a proposta da extrema direita em evidência;
- Façamos as pessoas dos nossos círculos de familiares, colegas e amigos que estiverem influenciadas pelo fascismo refletirem e tenhamos paciência. Façamos esse último esforço, tentemos mais uma vez o diálogo. Vamos, sem polarizar, estimular as discussões onde pudermos. Estimulemos a percepção das incoerências internas das propostas: É mesmo a violência a melhor política? É mesmo vantajoso escolher entre emprego e direitos? É mesmo vantajoso o fim da democracia e a implantação de um Estado de exceção?
- Com firmeza e serenidade, trabalho e foco entraremos nessa reta final da campanha em condições muito vantajosas, pois a proposta da violência foi derrotada em praça pública. Não nos assombremos.
Como escreveu Sun Tzu na Arte da Guerra, “a força mais ética é a que ganha a guerra”.
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Contra o fascismo
Estranho não ler nehuma palavra neste texto sobre a violência cometida contra o candidato favorito e virtual presidente, preso em Curitiba e alijado da disputa por meios no mínimo questionáveis. Que paz social é essa que se pretende quando a Cosntituição Federal é violentada por aqueles que ganham mua exorbitância para protege-la? Que prosperidade é essa que aniquila os direitos sociais conquistados em anos de luta trabalhista? Com chamar este sistema de democracia? Vivemos um sistema de exceção e, como disse o candidato a vice-presidente desta chapa que prega a violência, um golpe de estado em caso de derrota será normal. Nosso erro foi anistiar torturadores criminosos que agora estão aí botando as manguinhas de fora.
Não existe paz unilateral, só
Não existe paz unilateral, só se faz a paz com que está disposto a ela; não parece ser esse o caso….
Fascismo é filho do sectarismo
Sectarismo: opostos entendidos como fonte de conflitos, não de sínteses. O lado oposto deve ser combatido, não existe terreno comum, objetivos comuns.
Mereceria um estudo porque o sectarismo se tornou a ideologia dominante em nossa sociedade.
O General Mourão na globonews apontou para um dos principais problemas de nossa sociedade, o controle à força de regiões inteiras por grupos criminosos, que rapidamente vão expandindo essa influencia sobre instituições, policia, judiciario, elegem e compram politicos…
É um ponto da agenda que além de prioritário encontra pouca divergencia na opinião publica.
No entanto o debate é todo focado em memes sobre herois mortos que pouco acrescentam para a resolução das prioridades, apenas acirram divisões e conflitos.
Será simples coincidencia ou querem mesmo dividir ara dominar?