Estamos na terceira temporada da série de Horror e Ficção Científica: O Golpe, por Rogerio Maestri

Estamos na terceira temporada da série de Horror e Ficção Científica: O Golpe. Mas parece que jamais terá fim!

por Rogerio Maestri

Antes estávamos acostumados com filmes, e por mais negativos e mais deprimidos que eles deixavam eles tinham um fim! Pois nos dias atuais estamos nos tempos das séries, ou seja, um novo tipo de diversão mórbida nos chega aos nossos lares, o sofrimento que nunca tem fim e que devemos aguardar uma nova temporada, pois no bojo da anterior sempre se avizinha o mal da seguinte.

Algumas séries já passam de três ou quatro temporadas e a cada fim de temporada se vê uma solução que já no início da seguinte é desmontada e mais sofrimento é introduzido ao longo dos vários capítulos, é o verdadeiro sofrimento sem fim. Pois o golpe nos proporcionou uma série de terror/ficção científica que tem um agravante, é real e não ficção.

Talvez para que possamos entender o que nos ocorre devemos pensar num novo tipo de diversão, o sofrimento sem fim. Para entendermos este novo tipo de diversão temos que assistir os vários fins de temporada, ou há uma esperança de luta ou há uma rendição que aparentemente leva aos protagonistas uma trégua que na próxima revela que tudo volta ao estado inicial e pior, pois as ilusões que se tinha no fim da anterior se desvanece numa traição de alguém ou mesmo no retorno dos algozes.

Primeiro o início do golpe, quando no julgamento de Dilma no Senado, Renan conclui por não punir com a cassação de Dilma, e o malvado do Cunha vai para a cadeia é o fim de uma primeira temporada, com gosto de amargo para todos, tanto para uma grande parte da população que votou em Dilma como para os que desejavam ela até presa. A prisão do Cunha foi simplesmente a vitória parcial que levava a segunda temporada.

Na segunda temporada entra Temer, parecia para os que apoiavam o golpe que haveria alguma solução, para os que eram contra o aparente vilão fica desvendado, porém a temporada se torna mais emocionante e menos dualista, o vilão Temer deixa de ser o principal e muitos outros aparecem, em determinado momento há os Irmãos Batistas, coadjuvantes com atuação sofrível, pois só num capítulo parecem de forma vigorosa, depois desparecem como elementos principais. Começa as caravanas Lula, ele é saudado por multidões, porém todos acham que as multidões farão algo, porém como nas séries em geral as multidões são somente figurantes, e o vilão para uns o heróis para outros começa a mostrar suas garras, Moro para o mocinho ao reverso, Lula, mocinho para os outros da outra parte que achava o Moro como vilão, termina a temporada com os tiros na caravana prevendo novos acontecimentos na seguinte.

Terceira temporada começa com o fim do julgamento, o Moro (o vilão/mocinho) julga Lula (o mocinho/vilão) e condena, porém, a prisão é deixada para o fim, pois outros atores deverão entrar, e num anticlímax para todos procede-se a prisão. Entretanto algo que fica aparente para pouquíssimos no início e que ao longo das três temporadas vai se revelando a todos os espectadores é que na realidade eles não são os espectadores, eles são as verdadeiras vítimas do golpe. Ou seja, no máximo jamais atingido por nenhuma arte cênica, todos que acompanham a série, e o mais surpreendente de tudo é que esta série vais se tornando compulsória para todos, é que além de protagonistas da série o público vai se tornando vítima.

Não sei se no fim da série aparecerão aos verdadeiros papeis do grande vilão descarado que tenta assumir a posição de primeiro plano, o Bolsonaro, porém devido a sua canastrice como ator, talvez no fim da terceira temporada apareça mais um outro personagem, um tal de Ciro, que desde o início da série são passados pequenos flashbacks sobre um passado duvidoso que encobre uma visão aparentemente otimista na terceira temporada, porém o que vai resultar ninguém sabe, pois as características da séries é prolongarmos enquanto há audiência, e para uma série com duzentos milhões de figurantes que são espectadores obrigatórios, talvez o terror irá se aprofundando cada vez mais para manter o público cativo (ou os cativos como público).

 

Redação

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