O legado de Olavo de Carvalho: uma sustentação ideológica do neoliberalismo, por Adriana Ribeiro de Macedo

A reflexão central deste texto gira em torno da compreensão de que a ideia de globalismo que circula na extrema direita explora contradições da esquerda em sua relação com a lógica de mercado.

Reprodução redes sociais

O legado de Olavo de Carvalho: uma sustentação ideológica do neoliberalismo

por Adriana Ribeiro de Macedo

Tenho acompanhado, em decorrência da morte de Olavo de Carvalho, algumas análises e entrevistas sobre o tema na esquerda e também assistido a alguns vídeos de propagadores de direita dessas ideias. Gostaria de destacar algo que permeia todos esses debates, mas que não me pareceu marcado: a estratégia discursiva usada por essa extrema direita é uma forte estrutura de sustentação ideológica do neoliberalismo, porque entende como comunistas tanto os Estados capitalistas, quanto as instituições supranacionais que defendem seus interesses, ou seja, o interesse de seus capitalistas. Por isso as instituições devem ser destruídas. Só o mercado é capitalista. A esquerda é o próprio estado comunista contra o mercado. A explicação encantada é imperativa para a sustentação ideológica do próprio neoliberalismo que a direita e a extrema-direita apoiam. Por isso a direita convencional perde espaço. Isso pode abrir tanto ao controle do Estado por militares, quanto por grupos religiosos.

Destaco esse ponto porque essas ideias, ao alcançarem os sujeitos, fazem com esses sejam capazes de defender com convicção sua própria destruição e transferir a culpa pela autodestruição para o outro. Destroem a si e aniquilam o outro, pois, ao mesmo tempo são capazes de defender fervorosamente o neoliberalismo e projetar os efeitos das políticas que defendem naquele que, não sendo “capitalista” e “conservador”, impede o progresso da sociedade. Utilizei em outro texto (https://jornalggn.com.br/artigos/o-sujeito-neoliberal-a-vulnerabilizacao-de-si-e-o-autoritarismo-por-adriana-macedo/) o termo vampirização para dar conta desse tipo de influência externa perniciosa sobre as emoções do sujeito, capaz de mobilizar sua energia ao dar sentido à vida, produzindo movimento. Porém, sendo esse movimento produtor de desamparo e insegurança material e psíquica, o sujeito entra numa espiral de medo, angústia e esgotamento, apesar de toda a retórica da liberdade de seu discurso neoliberal.

A reflexão central deste texto gira em torno da compreensão de que a ideia de globalismo que circula na extrema direita explora contradições da esquerda em sua relação com a lógica de mercado. Cria-se uma amálgama entre capitalismo e comunismo que permite acusar no comunismo os efeitos do capitalismo. O complemento do globalismo são as ideias de marxismo cultural e de ideologia de gênero, braço fascista que cria o inimigo, formas de identificá-lo no discurso e enuncia que esse deve ser exterminado.

O mito de que há sempre um outro, inimigo, que degenera a civilização e impede o mercado, objetivo e racional, de funcionar como deveria não é novo, acompanha o capitalismo desde sempre. Essa lógica explica a existência da pobreza, que a dinâmica capitalista produz, como consequência da irracionalidade ou da incapacidade dos indivíduos e nações. A comparação entre Somália e Inglaterra por Sergio Moro é só mais um exemplo dentre inúmeros [1]. Tal falácia criou e sustenta o racismo, a misoginia, a LGBTfobia, promoveu as justificações para a colonização e para as guerras através da ideia do outro que desvirtua a sociedade do seu caminho de progresso inexorável. Os grupos desumanizados como irracionais e incapazes se esforçam para obter as condições dignas de vida e o reconhecimento de sua humanidade. Contudo, quando a sociedade perde a esperança de que a mudança venha a acontecer, ou seja, percebe que o “futuro” prometido nunca chegará, as condições se tornam mais favoráveis à revolução no presente.

Esse elemento da perda da esperança está aí. Se por um lado pode haver apatia, como no movimento TINA – There Is No Alternative [2], por outro, é possível a abertura à crítica e ao conhecimento se a ausência de saída é associada a uma causa, logo, há um caminho a trilhar. Contudo, estabelece-se o paradoxo, a esquerda se assusta com a reação das pessoas que se revoltam contra o sistema e que, por terem como seu o pensamento dominante, da burguesia, abraçam o movimento reacionário. Em reação ao movimento reacionário, a esquerda passa a produzir mais e mais suas contradições, pois se coloca a defender as instituições que ela antes problematizava, sem contextualizar ou fazer as considerações complexas devidas, especialmente nas redes, onde considera que não seja espaço para o debate mais aprofundado. Assim, produz os elementos concretos a partir dos quais a direita alimenta sua narrativa. O globalismo é essa teoria fantasiosa que pode salvar o capitalismo de suas contradições explorando os paradoxos da esquerda.  As ideias de marxismo cultural e ideologia de gênero desrecalcam o espírito fascista de destruição do outro. Esse é o legado de Olavo de Carvalho.

Tendo a discordar dos que afirmam que o pensamento dessa extrema direita simplifica a realidade. Essa dupla globalismo-marxismo cultural produz uma explicação alternativa complexa porque explora contradições concretas que se apresentam, permitindo a análise da realidade embora por uma lente distorcida que leva ao erro. Por um lado, as narrativas são fantasiosas porque se afastam da verdade racional [3], não respeitando conceitos, apoiando-se em premissas e chaves de leitura equivocadas, ignorando contextos e conjunturas complexas etc. Por outro, entretanto, elas permitem a produção de seus próprios especialistas, pois, embora incorporem elementos fraudulentos (ex. o comunismo está nas universidades), elas abusam dos elementos factuais (existem professores comunistas nas universidades) sempre necessários para dar credibilidade ao que é falso. É com base na incorporação do que é verificável que análises da realidade vão produzindo não só bibliografia como um meio intelectual próprio. O mais pernicioso é que toda essa ficção atua na realidade, produz efeitos no presente, ainda que na direção do retrocesso. Esse é o tipo de pensamento que não permite que a insegurança, o desamparo e a angústia, produzidos pela própria dinâmica capitalista e sentidos de forma mais radical no neoliberalismo, possam ter sua origem localizada, porque essas ideias sustentam o sistema capitalista como racional produzindo o inimigo que o desvirtua, pois, infiltrado nas instituições, destrói a família e os valores cristãos, logo, precisa ser eliminado. Sendo assim, essa lógica corrobora o neoliberalismo e o controle autoritário de seus efeitos.

As seguintes ideias de globalismo circulam na extrema direita: (1) socialismo/comunismo e mercado não são contraditórios e podem se aliar; (2) as organizações supranacionais, não eleitas, como ONU, OMS, União Europeia, fazem parte do projeto de internacionalização do comunismo para enfraquecer os Estados-nação. A defesa do desarmamento seria, dessa forma, um projeto da esquerda para o enfraquecimento das soberanias nacionais; (3) os monopólios tiram a liberdade dos cidadãos e a China é o país imperialista de referência neste caso; (4) o comunismo se adapta para atingir seus objetivos, nesse sentido, deixa estrategicamente de falar de luta de classes e comunismo e passa a falar de bem comum, distribuição e coletividade. Assim, as pessoas defendem o comunismo (se tornam comunistas) ainda que não saibam disso; (5) os comunistas estão infiltrados nas universidades e na “indústria cultural”, buscando implementar uma mudança cultural nesses espaços visando à dominação, logo, as instituições devem ser destruídas; (6) A ideia de interesse comum permite o controle monopolista e imperialista da nova ordem mundial, supranacional.

A compatibilidade entre lógica de mercado e socialismo e a infiltração comunista nas instituições e na indústria cultural são exemplificadas com frases e discursos de pessoas associadas – devida ou indevidamente – à esquerda apoiando a lógica de mercado ou elogiando as organizações supranacionais. Também a relação comercial entre países capitalistas e socialistas e o financiamento de fundações privadas a ONGs, projetos e pessoas consideradas esquerdistas são usados como evidência. Qualquer fala é prova e todas as instituições públicas que contém pessoas que não sustentam o discurso e as pautas da extrema direita estão infiltradas por comunistas e não são confiáveis. Isso talvez explique porque há desconfiança quanto às orientações, os estudos, os produtos e as análises feitas pelo corpo técnico de instituições de referência do país como a Fiocruz, o Instituto Butantan, no caso da Pandemia de Covid-19. Essa chave de pensamento também torna inteligível afirmações fantasiosas antes incompreensíveis como as de que Hollywood, as fundações Ford e Hockefeller, dentre outras, e pessoas como George Soros são comunistas ou associados ao comunismo ou financiadores do comunismo ou propagadores de suas ideias.

A premissa de que organizações supranacionais constituem um movimento imperialista para internacionalizar o comunismo talvez explique porque o Brexit foi um movimento encabeçado pela extrema direita e a sigla URSAL, desconhecida por estudiosos da América Latina, foi introduzida ao grande público por um candidato à presidência da república em um debate, numa fala sem pé nem cabeça. Através das organizações e instituições, o comunismo estaria se espalhando facilmente, após ter abandonado estrategicamente o vocabulário da luta de classes e da luta pelo socialismo ou pelo comunismo. O comunismo agora entraria na sociedade através do campo da cultura e da educação colocando Gramsci em prática.

A retórica é de que o comunismo está em todos os lugares, no interior de todos os países, dentro das instituições nacionais e supranacionais. Por todo lado há inimigos a serem combatidos. Por consequência, o fascismo é o horizonte desse movimento, o extermínio daqueles que, nessa concepção fantasmática, propagam o marxismo cultural e a ideologia de gênero, destruindo as famílias e atacando os valores cristãos. Por isso o combate ao preconceito de raça, gênero e orientação sexual e o financiamento de projetos nesse sentido podem ser considerados pautas esquerdistas. Por isso as medidas sanitárias da OMS não são confiáveis. O texto do Zizek [4], Covid-19 e a reinvenção do comunismo, e o país de origem do vírus “são provas” da relação entre a pandemia e um plano comunista.

No Brasil, pensando estarem as universidades públicas brasileiras tomadas pelo comunismo, esse movimento inspirado em Olavo de Carvalho aposta na “educação”. Assim, a produtora Brasil Paralelo busca entrar nas favelas e o projeto “Escola sem Partido” procura limpar as escolas do marxismo cultural. Professores, artistas, movimentos identitários e críticos ao sistema capitalista precisam ser silenciados.

Alguns dos elementos acima são pensados por importantes intelectuais de esquerda. Por exemplo, Vladimir Safatle [5] e Nancy Fraser [6], para citar alguns, falam da mudança da centralidade das lutas da questão de classe para as identitárias. Safatle diz que esse movimento em direção à cultura se dá num horizonte de abandono da ideia de revolução. Essa mudança da centralidade com a queda do muro de Berlim e o fim da União Soviética ocorre paripassu com a implementação de agendas neoliberais. O filósofo considera que o deslocamento do debate para o campo da cultura tem permitido a retirada acelerada de direitos sociais sem resistência social. Os ideólogos de extrema direita do globalismo entendem essa mudança como uma estratégia do comunismo. O ataque aos direitos conquistados promove uma precarização radical das condições de vida das pessoas e a extrema direita cola na esquerda a culpa da piora sentida no corpo e na alma. Assim, o comunismo se torna responsável pelos efeitos nefastos do capitalismo que se radicaliza.

Outro ponto interessante do globalismo como pensado pela extrema direita é a ideia de que mercado e socialismo/comunismo podem se aliar para garantir monopólios. Partindo da premissa liberal de uma relação de oposição entre Estado e mercado, os ideólogos associam o fortalecimento do Estado ao socialismo e a sua diminuição ao capitalismo. Nesse sentido, monopólio de mercado com Estado forte seria o resultado dessa associação e a China seria o exemplo clássico.

No fim do século XX, com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, o capitalismo, vitorioso, pôde se desfazer do Estado de bem-estar que havia construído e intensificar seu processo de expropriação. Wolfgang Streeck [2] considera esse período de bem-estar social como tempo que adia a crise do capitalismo que hoje se apresenta após a implementação da agenda de desregulação dos mercados, flexibilização e retirada de direitos sociais. Para o autor, nesse movimento ocorre o deslocamento da ideia de Estado fiscal (aquele que arrecada da população para distribuir para a própria população) para a de Estado endividado (aquele que mantém suas atividades através da dívida adquirida com o sistema financeiro, devendo arrecadar do povo para transferir esse dinheiro aos credores). O sistema financeiro, ao ter alcançado o livre fluxo, submete os Estados a ameaças constantes de transferência de capital de um para outro país em caso de não atendimento aos interesses dos credores, garantindo o serviço da dívida em detrimento do atendimento aos interesses sociais. Inclusive as leis e a constituição dos países são modificadas para proteger o orçamento público da interferência dos cidadãos, assegurando o pagamento de extraordinárias parcelas relacionadas à dívida. A lei de responsabilidade fiscal e a emenda constitucional que congela os gastos públicos com despesas primárias são exemplos no Brasil desse mecanismo.

Enquanto a esquerda critica o FMI e outras instituições supranacionais por imporem aos países medidas contrárias aos interesses de seus cidadãos, como privatizações, enxugamento do Estado e perda da autonomia no gerenciamento de seu orçamento, o movimento antiglobalista de extrema direita defende o neoliberalismo, logo, o Estado mínimo e o livre fluxo de capitais e empresas. A globalização, então, é associada ao livre mercado e vista como positiva. O globalismo, ao contrário, é colado ao comunismo, adota a linguagem do comum e do multiculturalismo contra a liberdade individual e ataca os cristãos e a família. Ou seja, o capitalismo se torna globalizado e intensifica o sofrimento social com o aumento do poder via desregulamentação dos mercados, mas a culpa dos efeitos dessa globalização é transformada numa questão cultural na qual o caos decorre da “perda de valores” da sociedade. Assim, produz-se uma cisão interpretativa: é possível olhar para o capitalismo globalizado como neutro, racional, objetivo e positivo, apartando-o de suas próprias contradições, reunidas sob a denominação de globalismo. O que desvia o capitalismo é a degeneração da sociedade que contesta a razão econômica fazendo emergir as irracionalidades incivilizadas e imorais que visam a tirar a liberdade individual e dominar o mundo.  

Duas questões são então centrais para a compreensão da extrema direita, em especial no Brasil sob a influência do olavismo. A primeira é o movimento equivocado de rotular como irracionais e negacionistas as pessoas que embarcam nessas ideias buscando uma nova (não hegemônica) compreensão que dê sentido ao mundo que perdeu o sentido. O movimento antiglobalista e contra o marxismo cultural se sustenta explorando as contradições da esquerda, embora soterrando a verdade raciona [3] em meio a erros e opiniões. De fato, não se deve debater com os idealizadores e propagadores dessas ideias, colocando-os no mesmo nível de estudiosos cuidadosos e criteriosos. Não se deve abrir espaço para a inverdade. Por outro lado, é preciso enfrentar esse discurso, desconstruí-lo. Se as ideias dominantes são as ideias da classe dominante, a máxima de que não se dialoga com fascistas, racistas, machistas, etc. pode resultar no crescimento da extrema direita a partir da adesão de pessoas que, na busca de uma saída, passam a encontrar sentido nesse discurso falacioso. Possivelmente existe muita gente perdida em meio a enxurrada de informações conflitantes. A segunda questão problemática é a ausência de uma alternativa revolucionária e antissistêmica pela esquerda em meio à forte insatisfação social, à ausência de esperança de que as necessidades humanas materiais e relacionais básicas sejam atendidas e à revolta com a ausência de respeito e reconhecimento, ou seja, em meio ao desejo de sair desse estado de coisas. Se após a crise de 1929, como coloca Hobsbawn [7], havia três opções, duas capitalistas, o fascismo e a social democracia e uma que visava romper com o capitalismo, hoje a saída é pela direita, via contra-revolução conservadora. A esquerda está no centro, defendendo as instituições e a social democracia capitalista que foi abandonada pelo próprio capitalismo. Não há a opção de superação desse sistema de expropriação material e da humanidade humana no horizonte.

[1]Brasil247, “Moro diz que são as instituições que fazem a Inglaterra crescer e a Somália não, e é ridicularizado nas redes,” 18 janeiro 2022. [Online]. Available: https://www.brasil247.com/tanostrends/moro-diz-que-sao-as-instituicoes-que-fazem-a-inglaterra-crescer-e-a-somalia-nao-e-e-ridicularizado-nas-redes.
[2]W. Streeck, Tempo comprado: a crise adiada do capitalismo democrático., Coimbra: Actual, 2013, p. 293.
[3]H. Arendt, “Verdade e política,” em Entre o passado e o futuro, São Paulo, Perspectiva, 2016.
[4]S. Zizek, Pandemia: covid-19 e a reinvenção do comunismo, São Paulo: Boitempo, 2020.
[5]V. Safatle, “Por um conceito “antipredicativo” de reconhecimento,” Lua Nova, vol. 94, pp. 79-116, 2015.
[6]N. Fraser, “Reconhecimento sem ética?,” Lua Nova, vol. 70, pp. 101-138, 2007.
[7]E. Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX 1914-1991, São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Adriana Ribeiro de Macedo cursou Ciências Sociais na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), é Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Extensão e Pesquisa Social (LIEPS/IFRJ) e do Núcleo de Estudos do Movimento Humano (NEMOH/UFRJ), é especialista em Biomecânica, Mestre e Doutora em Engenharia Biomédica (COPPE/UFRJ).

Este texto não expressa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Redação

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Um belo exemplo do que a mistura de autores equivocados, referencias ruins e falta de referencias pode oferecer. Um texto confuso, que que finaliza parágrafos com conclusões que nao foram previamente sustentadas, e uma variedade de equívocos. Por desconhecimento de referencias relevantes aos temas abordados, extrai dos fenômenos uma interpretação de epiderme, e reprisa enganos ja devidamente desfeitos, misturados a traços de explicações adequadas, porem mutiladas. Por fim, não é porque a autora se prende à esquerda institucionalizada, domesticada e neutralizada (como acontece com movimentos de esquerda desde a social democracia alem do final do XIX) que eles nao existam. Movimentos, coletivos e partidos revolucionários têm crescido em todo o mundo capitalista. É só parar de achar que rede social é o locus da revoluçao que ela acha

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador