Nas mãos do Senado a regeneração da República, por J. Carlos de Assis

Movimento Brasil Agora

Nas mãos do Senado a regeneração da República

por J. Carlos de Assis

A mensagem em concreto escrita na arquitetura da Praça dos Três mostra uma Câmara  aberta ao infinito, irreverente e às vezes irresponsável como o próprio povo, em contrapartida de um Senado circunspecto, um tanto fechado em si mesmo e consciente de suas responsabilidades para com a República. Nunca essa metáfora produzida pelo gênio de Niemeyer se revelou tão visível como agora. A Câmara esgotou sua quota de irresponsabilidade ao aprovar a emenda 241, chamada do teto ou da morte. O Senado terá agora de dar sua quota de responsabilidade para salvar a Nação.

É incrível como estamos tão perto da redenção quanto do abismo mais profundo. Nas análises que tenho feito nas últimas semanas e meses procurei mostrar à saciedade que temos um caminho, sim, para a superação da crise econômica e política, longe de precisar de dar o passo definitivo para cair no abismo. Somos uma economia estruturalmente forte, com um estoque de capital razoável, quase 400 bilhões em reservas internacionais, inflação relativamente baixa, uma imensa folga na dívida para financiar o investimento público e uma disciplinada força de trabalho louca para trabalhar.

Entretanto, por pura ideologia, este governo nos empurra para o abismo, e agora pretende ter o salvo conduto do Senado para liquidar a República. Claro que não é uma ideologia descolada do real. É a ideologia do Estado mínimo, cujos proponentes querem entregar todos os serviços públicos hoje destinados aos pobres para exploração privada e como fonte de lucro para os picaretas do capitalismo interno e internacional. Já para atender aos interesses dos privilegiados, notadamente da banca privada, querem o Estado máximo, como é o caso dos generosos empréstimos do BNDES para PPPs.

A emenda 55 precisa de 33 senadores para ser rejeitada. Se Deus mandar ao Senado, como mandou a Sodoma, dois anjos para verificarem a tendência dos votos da Casa, não é impossível que encontrem número correspondente de homens bons para a rejeição. Mas nos preparemos. Caso esse número não se verifique, seja pelo voto presente, seja por abstenção, então a ira do Senhor pode se transformar numa bomba atômica ainda pior que a da Odebrecht e a nós, inocentes, só resta fugir do Senado como Lot fugiu de Sodoma, para não sermos alcançados pela ira de Deus e do povo.

No Senado, como no Brasil, há de tudo. Há gente bem informada e consciente, há gente manipulada, há corruptos, há ingênuos, há inclusive homens sábios. Contudo, não é possível saber como, entre essas categorias, se distribui o corpo dos senadores. Daí minha aposta em que a emenda da morte pode ser rejeitada. Inclusive porque mesmo entre corruptos há um valor inegociável: a vida. E a aprovação da emenda 55 significa expor o Brasil inteiro ao risco de vida pelas convulsões sociais, os atentados políticos, a guerra civil e a ditadura. Tudo por conta da manipulação pela mídia de grande parte da população brasileira.

Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. O jogo já está jogado: os congressistas sofrem chantagem

    Eu sei que você e Requião ainda tentam sensibilizar os senadores, como tentaram com os deputados, mas o jogo já está jogado há muito tempo.

    O acordo do golpe foi claro: em troca de não irem para a cadeia, os deputados não apenas dariam o golpe, mas teriam que votar todas as PECs da morte: limite de gastos, previdenciária e trabalhista.

    Só o sucesso desta agenda de PECs da morte é que garante Temer no poder e livra os congressitas da cadeia.

    A política está completamente descolada do povo. E atrelada, por um pacto de sangue, ao capital rentista. E não só a política, mas também o judiciário.

    E se o povo ficar só resmungando pelos cantos, como tem feito até agora, serão aprovadas também as reformas da previdência e trabalhista: de lavada.

    Se os deputados e senadores que deram o golpe não votarem sim para as reformas do mercado, estarão expostos à mídia, ao Ministério Público e ao Supremo, que também estão fechados (por interesse ou medo) com a banca rentista.

    Há claramente um jogo de chantagem sobre os congressitas golpistas (todos com problemas comprovados de caixa 2) para não cederem ao apelo popular. Só uma revolta massiva do povo poderia contrabalancear esta pressão do mercado.

    Aliás, a anistia ao caixa 2 fracassou, mas não por conta da pressão das manifestações “coxinhas”. É que ainda não é hora de anistia: ela virá apenas quando aprovarem todas as PECs da morte e leis favoráveis à banca rentista.

     

  2. Profecias

    “O retrato esta feito. Apaguemos as sombras” — Walmir Ayala

     

    Nassif: o Assis, perfeito e preciso nesse retrato corpo inteiro, devolveu-me a esperança com a lembrança dos “dois anjos”.

    Hoje mesmo vou rogar, em minhas preces noturnas, que o Senhor do Tempo e da Verdade os mande imediatamente. Se possível, uns 7.

    Isto porque com o poder de corrupção que hoje enfrentamos no Judiciário e no Legislativo e no Executivo, temo que uns 2, talvez 3, sejam desvirtuados na missão. Lembra de Lúcifer?

    Você sabe que Brasília em nada perde para das hordas de Belzebu.

    E agora que os do Jaburu instalaram o Reino de Ali Babá no Pais e que os 2/3 de bandidos do Congresso ganharam a senha (“abre-te, Césamo!”) para o tesouro, que lhes foi dada (não gratuitamente) pelos componentes da Corte Mor de Suplicação Constitucional, vem aí o botim, revestida de PEC241/55.

    Assis só esqueceu de avisar que se tivermos que fugir dessa Sodoma e Gomorra tropical, não devemos olhar para trás. Viu o que aconteceu com a mulher de Lot?

  3. O que é o “agorismo”?
    As análises feitas nos últimos meses pelo “agorista” J.C. de Assis são fantásticas. Mas a prática é simples: apoio ao obscurantista senador Marcelo Crivella à prefeitura da já sofrida São Sebastião do Rio de Janeiro.

    Isso mesmo, leitores desatentos: o senhor J.C.de Assis, junto com intelectuais de gabinete vaidosos de seus currículos e esquerdistas arrependidos apoiaram o senador traidor da sra. Dilma Rousseff. Aliás, já haviam apoiada sua candidatura ao governo do estado do Rio de Janeiro em 2014.

    O critério da verdade é a prática.

    Portanto, o “agorismo” prega uma coisa e faz outra. Ou não?

    Algumas perguntas ao “agorista”:

    1. O senhor considera o senador Crivella, que votou pelo impedimento da sra. Dilma Rousseff, um traidor?;

    2. Se não o considera um traidor, por que, agora (sem trocadilhos), condena as medidas de um governo resultante da traição de um político que o senhor veio a apoiar após o golpe consumado?;

    3. Se o considera um taidor, por que diabos (sem trocadilho) o apoiou?;

    4. O que pensa o senhor dos pronunciamentos do senador Crivella no evento promovido pelo LIDE?;

    5. Aliás, o senhor ainda apoia o obscurantista senador Marcelo Crivella, ou foi uma mera aliança (Pelo Brasil) eleitoral?;

    6. Como o senhor acha que votará na PEC 241/55 o senador obscurantista Marcelo Crivella, o que o senhor apoiou aqui no sofrido Rio de Janeiro?

    Aguardo sua resposta e a “mega-manifestação” convocada pelo “agorismo”.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador