AEPET contesta afirmações equivocadas da CNT sobre Petrobras

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN –  A Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) enviou correspondencia à Confederação Nacional de Transportes (CNT) contestando citações sobre a estatal. “Competência e a eficiência da PETROBRÁS são comprovadas por índices e prêmios internacionais”, avisa a Associação.

Assinada pelo diretor jurídico da AEPET, Ricardo Maranhão, a carta foi endereçada ao presidente da CNT, Clésio Soares de Andrade, que em nota cita a Petrobras como empresa ineficiente e marcada por escândalos de corrupção.

No quesito corrupção, vale lembrar que a Companhia foi vítima, e não autora de atos ilegais, diz Maranhão. “A Petrobrás foi vítima da ação combinada de políticos inescrupulosos, empresários corruptos e servidores desonestos, já afastados e presos”, afirmou o diretor da AEPET.

Com relação à ineficiência apontada, vale lembrar que a eficiência e competência da Petrobras foram comprovadas por índices e prêmios internacionais recebidos, principalmente na produção de óleo e gás em águas profundas e ultraprofundas.

Leia a seguir a íntegra da correspondência enviada à CNT

Prezado e ilustre presidente Dr. CLÉSIO SOARES DE ANDRADE,

A Associação dos Engenheiros da PETROBRÁS – AEPET, entidade com 57 anos, é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, sede no Rio de Janeiro e núcleos/delegacias em Macaé – RJ, Salvador – BA, Mossoró – RN, Aracajú – SE, Angra dos Reis – RJ, Vitória – ES, Porto Alegre – RS, São Paulo – SP e Santos – SP, reunindo mais de 4000 profissionais das diferentes categorias universitárias do SISTEMA PETROBRÁS, tem dentre seus objetivos estatutários, a defesa da PETROBRÁS, de seu CORPO TÉCNICO e da SOBERANIA NACIONAL.

Nesta oportunidade fazemos referência à NOTA divulgada pela CNT – Confederação Nacional do Transporte, relativa aos preços dos combustíveis e à paralisação de milhares de caminhoneiros em todo o território nacional.

Sobre este assunto nossa entidade divulgou dois documentos, anexos, com os títulos Editorial: Política de preços de Temer e Parente é “America First! ” e Nota sobre a política de preços da Petrobrás.

Entendemos que a política de preços para os combustíveis, deve ser transparente, divulgada de forma clara, com ética, em respeito aos consumidores e à toda sociedade.

O petróleo, seus derivados e o gás natural são responsáveis por mais da metade do consumo de energia primária no Brasil, por consequência fundamental para a competitividade de nossa economia.

A fixação dos preços dos derivados não pode deixar de considerar características econômicas e sociais de nosso povo, como a profunda desigualdade de renda e milhões de brasileiros ainda mergulhados na pobreza. Também é fundamental levar em conta a estrutura dos transportes, concentrada no rodoviarismo, graves deficiências de logística, insegurança, dentre outros problemas.

Como a CNT, também o Corpo Técnico da PETROBRÁS, considera a atual política de preços para os derivados, adotada pela gestão do Sr. PEDRO PARENTE, equivocada, perversa, prejudicial aos consumidores, aos transportadores, à sociedade, ao país, e, também, à PRÓPRIA PETROBRÁS.

Permita-nos o ilustre presidente discordar de trecho da nota da CNT que afirma não poderem os transportadores responder “pela ineficiência da estatal e pelos escândalos de corrupção que ocorreram na empresa”.

Quanto aos escândalos, fique claro: A PETROBRÁS FOI VÍTIMA da ação combinada de políticos inescrupulosos, empresários corruptos e servidores desonestos, já afastados e presos. Tenha certeza V.Sa.: A PETROBRÁS É CASA DE GENTE SÉRIA, COMPETENTE, MOVIDA POR PATRIOTISMO, CIENTE DE SUA MISSÃO. Não fosse assim não teria se transformado na mais importante empresa de nosso país, décima petroleira do mundo, em apenas 64 anos, numa indústria com mais de 180 anos.

A competência e a eficiência da PETROBRÁS são comprovadas por índices e prêmios internacionais, recebidos da comunidade petroleira, em três ocasiões, com destaque para a produção de óleo e gás em águas profundas e ultraprofundas.

A política de preços da gestão PEDRO PARENTE, atrelada à paridade internacional é equivocada, entreguista, e prejudica a todos. Ela só aproveita aos importadores, atravessadores, refinadores estrangeiros.

Milhões de consumidores, aqui incluídos não apenas os caminhoneiros, mas todo o setor de transportes, estão pagando preços absurdos.

O mesmo ocorre no setor de GLP – Gás Liquefeito de Petróleo, onde as donas de casa, sobretudo em amplos segmentos de baixa renda, voltam à lenha e ao carvão com nefastos impactos ambientais.

O país importa, desnecessariamente, mais de US$ 10,00 bilhões, em derivados, especialmente diesel e gasolina, que poderiam ser aqui produzidos por nossas refinarias, hoje operando com absurda ociosidade de 32%.

A ociosidade do parque refinador, no qual foram investidos bilhões de dólares é absurda. Antes da adoção desta política insensata as refinarias operavam à plena carga. Gasto desnecessário de divisas preciosas, impactando o balanço de pagamentos. Volta a formas rudimentares de energia (lenha e carvão). Tudo isto em nome da concorrência… Que concorrência é esta que faz subir os preços? Esta política desconsidera o fato de que a PETROBRÁS produz (dados da ANP) 2,4 milhões de barris de óleo e 109 milhões de metros cúbicos de gás natural, por dia, quase 3,10 milhões/dia de barris de óleo equivalente.

Esta produção de óleo/gás é quase toda ela feita em REAIS. Por que dolarizar o preço dos derivados para os consumidores brasileiros que não têm condições de controlar a taxa de câmbio e o preço do óleo e dos derivados no exterior? As cotações internacionais dependem, naturalmente, da oferta e da procura, em mercado sabidamente cartelizado, oligopolizado. Chefes de Estado e ministros de energia manifestam abertamente suas intenções de restringir a produção para elevar os preços. As cotações também dependem de fatores climáticos (furacões, tsunamis, nevascas, invernos rigorosos e geopolíticos (guerras, agressões verbais entre representantes de diferentes países USA, Coréia do Norte, Irã, Síria, Rússia, Turquia, outros).

Sobre todos estes fatores, incluindo as imprevisíveis variações nas taxas de câmbio, os consumidores brasileiros não têm qualquer influência ou controle, mas são afetados, duramente, pelas oscilações dos preços.

Urge alterar esta política de preços – REPETIMOS – INSENSATA, EQUIVOCADA, NEFASTA, PERVERSA, ENTREGUISTA. Para investigá-la, foi solicitada, por iniciativa das Senadoras VANESSA GRAZZIOTIN e LÍDICE DA MATA, apoiada por mais 27 senadores, a instalação de CPI, no Senado Federal. Pedimos a manifestação da CNT e de suas filiadas, junto à Mesa Diretora do Senado, para que a CPI seja imediatamente instalada.

Atenciosamente,

Ricardo Moura de Albuquerque Maranhão

Diretor

AEPET – Associação dos Engenheiros da PETROBRÁS

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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