Banco Central quer trazer inflação de volta para perto da meta de 4,5% em 2014, diz Tombini

Jornal GGN – O Banco Central trabalha este ano para conter a inflação e atingir o objetivo de, em 2014, manter a alta dos preços abaixo de 5% e convergindo para a meta de 4,5%. Com isso, avalia o presidente do BC, Alexandre Tombini, em entrevista à edição desta sexta-feira (31) do jornal Folha de S. Paulo, é possível “reforçar a confiança na economia”, garantir investimentos e melhorar o PIB, que cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre e frustrou a expectativas do Governo. 

Segundo Tombini, o BC pretende trazer a inflação de volta para uma faixa próxima às estimativas de junho de 2012, entre 4,7% e 4,8% de taxa anual – frustradas, segundo ele, por fatores como um choque externo, a depreciação do câmbio e por um choque de alimentos no país. Esse objetivo passa pela alta dos juros de 7,5% para 8%, decidida na reunião do Copom desta semana.

A elevação das taxas de juros, ainda segundo ele, reforça a confiança nos fundamentos da economia ao sinalizar inflação baixa e sob controle, necessária para o planejamento dos investimentos dos empresários, e que devem se tornar o principal motor de crescimento do país. “O carro-chefe do crescimento deve ser, neste período à frente, o investimento. O consumo, naturalmente, ajuda a propagar o crescimento, mas não necessariamente vai ser o carro-chefe, definir a dinâmica de quanto a economia cresce no período à frente”, disse o presidente do BC à Folha.

Na entrevista, Tombini rebate críticas de que a postura recente do banco, de apertar a política monetária para privilegiar o combate à inflação, represente uma mudança de visão do governo. Ele reitera que as políticas adotadas pelo Banco Central caminham na mesma direção das metas do governo e que a autoridade monetária tem “integral apoio do Governo Dilma”.

A contenção da inflação, diz Tombini, “sempre foi” o objetivo do Banco Central. Ele argumenta que, em 2012, as estimativas não se confirmaram por conta de uma série de fatores que elevaram a inflação para a casa dos 5,84%. “A política estava toda apontando na direção de uma inflação na meta. Tivemos um choque externo e houve uma depreciação do câmbio, fatores que levaram a inflação para cima, combinados com um choque de alimentos no país”.

Atenção do dólar

Tombini mantém uma postura neutra em relação à recente valorização do dólar, apesar de dar indícios de que a entidade se mantém atenta ao mercado internacional. Ele afirma que o Banco Central vai acompanhar a variação do câmbio para ver onde se estabiliza e garante que “o Banco Central intervirá sempre que necessário para reduzir a volatilidade” da moeda norte-americana.

O presidente do Banco Central defende, ainda, que as atuais taxas de inflação vão começar a declinar na direção da meta de 4,5%, em 2014 – e que a economia inicia um processo de recuperação, apesar da alta dos juros e da estabilidade do consumo. “A economia brasileira começa agora uma recuperação gradual. Não caracterizaria isso como processo de estagflação (inflação alta combinada com um cenário de economia sem crescimento)”, afirma Tombini.

Redação

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