Copom mantém taxa de juros em 14,25%

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A decisão foi unânime e sem viés. Selic está no mesmo nível há um ano

Jornal GGN – Copom mantém taxa de juros em 14,25%. Esta é a oitava vez consecutiva que o Comitê de Política Monetário, o Copom, mantém a Selic neste patamar. A divulgação da taxa foi feita ontem, dia 20 de julho. No comunicado feito pelo Banco Central, no lugar do usual, foi feito pedido para que os ajustes na economia, via Congresso, ocorram mais rapidamente para um controle efetivo da inflação. Ainda na nota, a certeza da entidade de que comunicados anteriores demonstraram uma confiança na recuperação da economia que não se justifica, visto que entendem que a economia “segue operando com alto nível de ociosidade”. 

da Rede Brasil Atual

Taxa de juros é mantida em 14,25%, e BC reforça pedido de ‘ajustes’

A decisão foi unânime e sem viés. Selic está no mesmo nível há um ano

A taxa básica de juros (Selic) foi mantida em 14,25% ao ano pela oitava vez seguida. Está nesse nível desde julho do ano passado. A decisão, esperada, unânime e sem viés, foi anunciada no início da noite de hoje (20) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na primeira reunião sob o comando de Ilan Goldfajn. O BC, em seu comunicado, fugindo do tom lacônico habitual, engrossa os pedidos de ajustes na economia, “de forma mais célere”, sob pretexto de controlar a inflação.

“O conjunto dos indicadores divulgados desde a última reunião do Copom mostra perspectiva de estabilização da atividade econômica no curto prazo. Entretanto, as evidências sugerem que a economia segue operando com alto nível de ociosidade”, diz comunicado divulgado pelo Copom. “No âmbito externo, o cenário permanece desafiador. No curto prazo, o ambiente encontra-se relativamente benigno para as economias emergentes. No entanto, a dinâmica da recuperação da economia global permanece frágil, com incertezas quanto ao seu crescimento.”

O Copom diz ver “riscos domésticos” no caso da inflação, que pode se mostrar acima do esperado no curto prazo de forma persistente. Além disso, “incertezas quanto à aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia permanecem”. Para o BC, “ajustes na economia podem ser implementados de forma mais célere, permitindo ganhos de confiança e reduzindo as expectativas de inflação”. No conjunto, o Copom considera que o cenário atual indica não haver espaço para flexibilização da política monetária.

Durante o dia, o presidente interino, Michel Temer, publicou mensagem em rede social afirmando que o BC tem “plena autonomia” para definir a taxa de juros. Horas antes, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, havia dito que Temer veria “com bons olhos” uma redução dos juros.

“Infelizmente, o governo continua sacrificando o crescimento econômico, estrangulando a produção e frustrando a geração de postos de trabalho. Como a atividade econômica continua estagnada, o País perde uma ótima oportunidade de reduzir drasticamente a taxa Selic e, assim, dar uma injeção de ânimo no setor produtivo”, diz, em nota, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Para o também presidente do Solidariedade, o rentismo e a especulação financeira “têm drenado imensas quantidades de recursos vitais ao pleno desenvolvimento nacional”. Ele afirma que a manutenção da Selic prejudica as campanhas salariais deste segundo semestre e contribui para aumentar o desemprego.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Mantém nada, com a deflação galopante é aumento na veia

    dinheiro; financas; economia;  (Foto: ThinkStock)Trinca fatal : Deflação X Desemprego X Inelasticidade dos salários

    A prova do aumento exorbitante pelo BC do Brasil dos já pornográficos juros está no forte desemprego provocado pela inelasticidade dos salários, que obrigam a demissão dos que ganham mais e a criação de vagas com salário mínimo, pois não dá para ser menor.

    Segue a matéria do G1 que não me deixa mentindo sozinho, mas o pior é que com o aumento da Selic, aumenta a quantidade de dinheiro que o Brasil manda para fora e é esterelizado no mercado financeiro ou usado para comprar bens e riquezas dos brasileiros. Com isto o déficit do Brasil que com a dona Dilma seria de 30 a 40 Bilhões, foi com o Temer para 120 Bilhões, depois 140 Bilhões e já está em 170 Bilhões com um viés para os 300 Bilhões no final de 2017.

    Brasil só cria vagas formais de até 1 salário mínimo, mostra Caged

    Em 2016, até maio, foram geradas 96,5 mil vagas de até 1 salário mínimo.
    Nas demais faixas, houve fechamento de postos de trabalho. 

    deflation-6-5

    Marta CavalliniDo G1, em São P

     Reprodução / EPTV)Setor de agronegócios foi um dos que gerou vagas neste ano entre as faixas salariais mais baixas (Foto: Reprodução / EPTV)

    Levantamento obtido pelo G1 com o Ministério do Trabalho e Previdência Social mostra que pelo menos desde 2015 o saldo positivo de vagas formais está se restringindo às faixas salariais de até um salário mínimo. Em 2014, houve saldo positivo de vagas até 1,5 salário.

    Em maio deste ano, houve o fechamento de 72,6 mil vagas, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos cinco primeiros meses do ano, um total de 448,1 mil vagas foram fechadas. Mas dentro da faixa salarial de meio a 1 salário mínimo, única a apresentar saldo positivo de postos de trabalho, foram geradas 96,5 mil vagas até maio.

    Já as faixas salariais que mais fecharam vagas em 2014 foram de 1,51 a 2 salários e de 2,01 a 3 salários. Em 2015 o cenário se repete. Neste ano, as faixas com maior saldo negativo até maio são de 2,01 a 3 salários e de 3,01 a 4 salários (veja na tabela).

     

     SALDO DE VAGAS CRIADAS (ABERTAS MENOS FECHADAS)Salário mensal
    (em salários mínimos)201620152014Até 0,515.81925.45242.381De 0,51 a 180.730172.533368.836De 1 a 1,5-55.534-235.222692.077De 1,51 a 2-158.139-396.716-28.559De 2,01 a 3-142.962-534.282-270.182De 3,01 a 4-66.786-197.055-138.175De 4,01 a 5-38.254-116.146-65.019De 5,01 a 7-32.758-97.299-69.024De 4,01 a 10-26.961-72.808-52.115De 10,01 a 15-18.235-46.459-31.732De 15,01 a 20-7.551-19.116-13.074Mais de 20-9.777-26.134-19.007não class.12.3072.7154.283Total-448.101-1.540.537420.690Fonte: Caged/Ministério do Trabalho

    Setores

     

    Deflation

     
    When the supply of money relatively to the demand decreases to such an extent that prices, in general, fall, there is said to be a contraction or deflation of currency. Deflation causes a rise in the value of money and fall in the prices of commodities.  

    De acordo com o Ministério do Trabalho, os setores que tiveram saldo positivo de vagas do último mês do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) dentro da faixa salarial de até 1,5 salário mínimo foram agropecuária, extração vegetal, caça e pesca (40.653 vagas abertas), indústria da transformação (9.190 vagas) e serviços (2.012).

    O sociólogo Ruy Braga, professor do departamento de sociologia da USP e estudioso do mercado de trabalho brasileiro, explica que, na década de 1980, o motor da criação de emprego estava concentrado na faixa salarial entre 3 e 5 salários mínimos e associado a empregos mais diretamente ligados à indústria.

    Nos anos 1990, com a reestruturação produtiva, globalização, derrubada das tarifas alfandegárias, estímulo às importações, abertura dos mercados e processo de privatização, diz ele, a dinâmica mudou e o emprego criado no mercado formal se concentrou nas faixas acima dos 5 salários mínimos, principalmente nos sistemas financeiro e bancário.

    De acordo com Braga, nos anos 2000, especificamente a partir de 2003, houve a criação de 2,1 milhões de empregos formais todos os anos, até 2014, concentrados na faixa salarial de até 1,5 salário mínimo. E a partir de 2015 começou a forte perda líquida de emprego.

    Segundo Braga, o modelo de desenvolvimento econômico brasileiro dos últimos 13 anos se estruturou em torno de setores que não são demandantes de força de trabalho qualificada, como o agronegócio, a construção civil, construção pesada e serviços.

    O sociólogo diz que o setor de serviços absorveu principalmente a massa de desempregados criada na década de 1990 pela crise do emprego na indústria. “Consequentemente essa massa de novos trabalhadores que foram inseridos em ocupações formais nos últimos 13 anos encontrou um mercado de trabalho que se especializou em multiplicar essas ocupações que não dependem de tempo de formação. Normalmente são empregos que pagam 1,5 salário mínimo na entrada, ou seja, empregos de classe trabalhadora, distribuídos principalmente no setor de serviços, que foi o que mais absorveu essa massa”, explica.

    Braga cita ainda a indústria do call center, que cresceu exponencialmente nos últimos 12 anos e que agora com a crise passou a demitir. “Mas até então se transformou na principal porta de entrada do mercado de trabalho principalmente para o grupo de trabalhadores mais jovens e que se especializou nesse tipo de emprego que paga até 1,5 salário mínimo, com alguma proteção trabalhista, mas altas taxas de rotatividade e de adoecimento, mas que ofereceu a possibilidade para que os trabalhadores subalternos, principalmente mulheres e negras, pudessem entrar no mercado formal como primeiro emprego, então é uma massa muito jovem que ilustra bem esse tipo de emprego que foi criado nos últimos anos no Brasil”, diz.

    O sociólogo lembra que a indústria de energia, petróleo e mineração tiveram um crescimento exponencial na década passada, mas entraram em crise com a queda nos preços das commodities nos últimos anos e, com a retração das atividades, passaram a fazer parte da realidade do desemprego. “São setores importantes da atividade econômica, mas não se caracterizam propriamente pela multiplicação de empregos qualificados”, afirma.

    Quem ganha mais é demitido
    Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria Integrada, diz que é natural na atual conjuntura econômica as empresas adequarem suas atividades à demanda menor, produzindo mais com a mesma quantidade de pessoas. “Para ajudar a produção e o nível de demanda mais baixo tem o processo de demissão de pessoas que ganham mais. Assim, o salário médio diminui justamente porque o empregador demite pessoas que têm salário maior e recompõe com pessoas menos experientes”, explica.

    Bacciotti afirma que o emprego privado está caindo e as pessoas estão buscando se recolocar no mercado com outras atividades, principalmente por conta própria, e dentro desse segmento também ocorre diminuição da renda.

    O economista afirma que os salários vão achatando principalmente quando as pessoas não têm mais opção no mercado de trabalho. “Dá para esperar aumento de salário se houver melhora no nível de ocupação, mas há fatores estruturais que impedem melhora no rendimento. Tem que melhorar a negociação, mas não dá com tanta ociosidade. Quanto menor a ociosidade, a negociação fica mais fortalecida”.

    Previsão
    Para Braga, o cenário é bastante imprevisível, mas o que seria possível se imaginar para um futuro imediato é que haja uma pequena recuperação em termos de emprego provavelmente no próximo ano, com diminuição da taxa atual de desemprego e um ganho de empregos no mercado de trabalho. “No entanto, essa pequena recuperação não será capaz de recuperar a massa de emprego que foi perdida nesses últimos dois anos. Então a tendência é que o desemprego continue em alta e esses empregos que forem criados nesse momento sejam empregos que reproduzam as mesmas características da última década, ou seja, empregos que pagam muito pouco”, prevê.

    “Um dos setores que estão sendo mais atingidos pela questão do desemprego hoje é o de serviços, até porque a indústria já passou por um processo de degradação e desintegração de algumas de suas cadeias e de elevação do desemprego e hoje é a vez do setor de serviços desempregar”, afirma.

    Braga explica que o emprego no setor de serviços é mais barato que o da indústria e, por isso, é um setor muito flexível, pois cria-se muitas vagas e também se desemprega com muita rapidez e a rotatividade é muito alta. Segundo ele, caso haja uma retomada do emprego no país, ainda que discreta, haverá uma reedição do modelo concentrado no setor de serviços como ocorreu nos anos 2000, que continuará sendo carro-chefe desse processo de empregabilidade.

    Para o economista da Tendências, o cenário atual do mercado de trabalho não deve melhorar tão cedo. “A gente trabalha com um cenário desfavorável para o mercado de trabalho. A taxa de desemprego tem espaço para aumentar. Há sinais de melhora, mas ainda não se materializaram”, diz.

    Bacciotti diz que o mercado de trabalho é o último setor a responder num cenário de melhora da economia e prevê volta nas contratações mais para o meio do ano que vem. “Ainda está num processo de contenção de atividade, a confiança está melhorando, a indústria deve voltar a respirar até o ano que vem”.

    1. Ninguém comenta > segue links do zerohedge sobre isto

      Fed Worries About Deflation But Pays Banks Billions Not … – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/…/fed-worries-about-deflation-pays-banks-billions-not-lend-qe-… May 15, 2016 – In a world in which growth is slowing, is it not strange that the Fed (privately owned by the largest banks in the world) would institute a system of …

      The Deflation Monster Has Arrived | Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/2016-01-16/deflation-monster-has-arrived  Jan 17, 2016 – As we’ve been warning for quite a while (too long for my taste): the world’s grand experiment with debt has come to an end. And it’s now …

      Millennials Are The Deflation Generation | Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/2016-03-08/millennials-are-deflation-generation Mar 8, 2016 – While the world’s central banks struggle with deflation, millennials (those born between 1980 – 2000) are busy creating a world where …

      Deflation Is Blowing In On An Eastern Trade Wind | Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/2016-07-04/deflation-blowing-eastern-trade-wind Jul 4, 2016 – Deflation results from reduced spending, which in turn comes from not only … To repeat once again, inflation/deflation is the velocity of money …

      Europe Remains Stuck In Deflation For Second Month | Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/2016-03…/europe-remains-stuck-deflation-second-month Mar 31, 2016 – The last time Europe had at least two consecutive months ofdeflation was in late 2014/early 2015 when the ECB launched its sovereign QE, …

      Easy Money = Over-Capacity = Deflation – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/…/unintended-consequences-monetary-policy-101-easy-money-… May 20, 2016 – Unintended Consequences Of Monetary Policy 101: Easy Money = Over-Capacity = Deflation. Tyler Durden’s picture. by Tyler Durden. May 20 …

      Deflation Is Coming To The Auto Industry As Used Car … – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/…/deflation-coming-auto-industry-used-car-prices-drop-lease-d… Mar 8, 2016 – Last week, we learned that vehicle leasing as a percentage of monthly light-vehicle sales hit a record in February at 32.3%. In other words, a …

      Visualizing The World’s Most Famous Case Of Deflation … – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/…/visualizing-worlds-most-famous-case-deflation-part-1 Feb 5, 2016 – As VisualCapitalist notes, it was during this troubled time that the world’s most famous case of deflation also happened. The resulting aftermath …

      Betting on Deflation May Be a Huge Mistake. Here’s Why … – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/news/…/betting-deflation-may-be-huge-mistake-here’s-why……  Jan 24, 2016 – In 2008, investors knew little about the lengths to which the Fed would be willing to go. Today they DO know. The Fed will overwhelmdeflation …

      Why the Black Hole of Deflation Is Swallowing the Entire … – Zero Hedge

      http://www.zerohedge.com/…/why-black-hole-deflation-swallowing-entire-world-…-even-a…  Jan 24, 2016 – Why the Black Hole of Deflation Is Swallowing the Entire World … Even After Central Banks Have Pumped Trillions Into the Economy. 

       

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