Guido Mantega e o exercício sistemático da confusão

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Valor

Saque do Fundo Soberano poderá ser revisto, diz ministro

Por Edna Simão e Leandra Peres | De Brasília

Dois dias depois de anunciar o saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano, o que exigiria uma venda maciça de ações do Banco do Brasil, o Ministério da Fazenda relativizou a decisão. Em entrevista exclusiva ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, o ministro Guido Mantega disse que o resgate pode ser revisto no próximo relatório de avaliação de receitas e despesas, que terá que ser publicado em novembro, logo depois das eleições.

“[O saque] é uma possibilidade. O relatório faz uma previsão de receitas e despesas e diz como cobrir a despesa. Em suma, isso será definido mais adiante. Agora não vai fazer nada. Isso aqui é para fechar as contas e pode ser que no próximo relatório isso seja mudado”, disse o ministro.

Na segunda-feira, ao divulgar o documento de avaliação dos gastos, o governo federal programou o saque de R$ 3,5 bilhões do Fundo Soberano para compensar a queda na arrecadação e para turbinar as receitas do Tesouro Nacional, com dificuldade de cumprir a meta de superávit primário desse ano.

Segundo Mantega, o governo ainda depende do desempenho das receitas do leilão de frequências 4G e do Refis – parcelamento especial para definir a nova meta de primário para 2014. O ministro já informou que o compromisso de 1,9% do PIB será revisto. Se o governo não tivesse previsto o saque no fundo, teria sido necessário anunciar um corte de gastos ou a redução do esforço fiscal duas semanas antes da eleição presidencial.

Atualmente, o braço financeiro do Fundo Soberano tem R$ 4,2 bilhões de patrimônio líquido, sendo R$ 3,8 bilhões em papéis do Banco do Brasil. Em 2012, quando sacou recursos do fundo para garantir o cumprimento da meta fiscal, o governo obrigou o BNDES a comprar ações da Petrobras, numa triangulação entre estatais que deu início à chamada “contabilidade criativa”.

Se o governo realmente resgatar o recurso do Fundo Soberano, terá que vender os papéis do Banco do Brasil e a expectativa é que seja necessário fazer algo semelhante a 2012. O Tesouro Nacional já informou que não está prevista emissão de títulos públicos para essa operação ou a participação do BNDES como aconteceu anteriormente.

Em entrevista ao Valor, o ministro descartou ainda novos aportes do Tesouro aos bancos públicos. A única exceção será o BNDES.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

42 Comentários

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  1. Obrigado pela oportunidade da defesa de quem tanto ajudou o país

    Gostaria de ver um ministro que sofre tanto ataque não ser derrubado (não conseguiram com Guido) ou não realizar trapalhadas.

    Obrigado Mantega pelos inúmeros e grandiosos serviços prestados ao Brasil e por não terem descoberto nenhuma falcatrua que provocasse mais um dos escândalos que a mídia persegue diariamente ainda mais em uma pasta como a sua.

    Obrigado Mantega por ter tido a coragem e força  de segurar todos os ataques

    Obrigado Mantega por ter segurado esse setor nevrálgico em um período de tamanha insegurança e delicadeza como foi a queda de Palocci

    1. Naquele momento ele foi bem e

      Naquele momento ele foi bem e também durante todo o Governo Lula.

      Depois perdeu o prazo de validade e no Governo Dilma, aparentemente, só fez trapalhadas. Tem que sair o quanto antes, ele e toda sua equipe, sob pena de vir a prejudicar ainda mais o atual Governo.

      1. A Mantega ao que é de Mantega!

        Concordo! Acho que a estada que Mantega no governo de forma longa deu a ele o recorde para um ministro da fazenda, mas ao mesmo tempo sua falta de primor na linguagem o desgastaram além do que este merceia numa primeria hora. Isso pode prejudicar o Brasil e nenhum homem pode se considerar mais importante do que o país no qual ele se dispõe a servir. 

    2. Assis, ao comparar  a

      Assis, ao comparar  a qualidade de seus excelentes textos anteriores com esse podemos perceber a dificuldade que é fazer a defesa do Mantega. Patético!

  2. O Governo e o Mantega, que

    O Governo e o Mantega, que aliás já deveria ter saído há muito tempo, precisa parar com essa palhaçada fiscal o quanto antes, sob pena de inclusive atrapalhar eleitoralmente a Presidente Dilma.

    Dilma tem que acordar e varrer essa turma da Fazenda.

    Não adianta o Governo achar que vai “enganar” o mercado. Na verdade, está enganando toda a sociedade com essas contas escondidas, essa retenção de valores para CEF, BB e BNDES. É algo absurdo. Se quer subsidiar e fazer superávit menor, o Governo tem que deixar isso explicitado se é via aumento de dívida, de inflação ou de impostos, não há outra forma. Querer postergar o problema não vai resolver, ao contrário, gera ainda mais desconfiança entre todos, justamente porque não se sabe o tamanho real desses adiamentos de pagamentos.

    1. Daniel, sua argumentação é

      Daniel, sua argumentação é irretocavel. Os “truques” contabeis são INUTEIS porque o povão não entende nada disso e quem entende não se deixa enganar, ao fim a contabilidade criativa não engana ninguem e só traz o prejuizo da perda de credibilidade.

      Uma coisa é o fato, outra coisa é a narrativa do fato. Numa situação ruim a melhor maneira de maneja-la e contar a verdade nua e crua porque ao menos se mantem a credibilidade.

      Lembro a gestão Mailson da Nobrega na Fazenda, a situação era péssima, alta inflação, imensa divida externa e dificuldade de financia-la mas Mailson nunca escondeu nada e conseguiu manejar o barco da fazendo no meio da tempestade, com isso manteve a credibilidade da politic economica e a sua propria.

      A “contabilidade criativa” da Fazenda é gramsciana, segue os ditames de Gramsci, de fingir e inventar rotulos para nunca dizer a verdade, usar a democracia como capa para um regime autoritario, conrole social da midia inves de censura, tudo se apresenta com rotulos e nunca com sua essencia.

      1. Pois é, Motta Araújo. A

        Pois é, Motta Araújo. A transparência não deveria ser atributo, mas DEVER de todo homem dito como “público”. 

        Mas essa opacidade não vem de agora. O jogo se “esconde-esconde” quando se trata da contabilidade, das contas públicas, vem há tempos. 

        Um menos recente foi o que fez o governo FHC em 1998 ao esconder do público-eleitor a grave crise cambial que atravessava o país. Tudo para ganhar a eleição. Só em 1999 destampa a panela através de uma maxi-desvalorização já tardia. 

        Lembro também dos artifícios da chamada “Conta Movimento” do Banco do Brasil um dos jeitinhos que deu uma mãozinha para hiper inflação que dar o ar da graça a partir da década de 80. Chegou ao ponto  – lá pelos meados da década de setenta – de concentrar quase a totalidade do crédito agrícola. Tornou-se um BACEN ad hoc. 

         

        1. JB, ficar procurando exemplos

          JB, ficar procurando exemplos no passado para justificar ações no presente, sinceramente, não ajuda em nada a nação a evoluir. 

           

      2. ISDA-fix

        O Motta e o Daniel deviam ir visitar os bancos que operaram os ativos subprimes referendados pelas agências Moodys, Standard and Poor e a Ficht, lá sim, temos transparência e honestidade com o dinheiro do povo.

        Isto sem tirar a banca que se lambusou na Prime, na Libor e no ISDA-fix, entre outros menos cotados e que renderam famosas condenações e indenizações.

        Ninguém, eu já disse ninguém, coloca dados certos. Por que o Brasil têm de ser o trouxa que vai por?

        Só aceito resposta inteligente, hipocrisia não vai ter resposta.

        Ps. Esqueci da manipulação do preço do ouro, a GATA que o diga.

        1. De que adianta colocar dados

          De que adianta colocar dados errados se todos sabem que eles assim estão ?

          O que o Subprime mostra (em conjunto com tantos outros escândalos anteriores) é que a maquiagem de números, mais cedo ou mais tarde, acaba mal. Por que então insistir nesse caminho ?

        2. Voce citou empresas PRIVADAS,

          Voce citou empresas PRIVADAS, estamos falando de um GOVERNO, são conceitos absolutamente diferentes. Governos tem obrigação de ser transparentes, os governos dos paises centrais colocam todos os numeros na mesa, quando mentem geralmente o mentiroso é DEMITIDO.

          1. Mas neste caso específico,

            Mas neste caso específico, onde faltou transparência se o uso do fundo soberano foi anunciado pelo próprio governo?

            Pode-se reclamar a vontade das dificuldades de se fechar as contas, mas não de escondê-las. Esta especialidade (dissimulação) foi aplicada a mais de 12 anos no nível federal, e agora está mais atuante que nunca numa estatal paulista responsável pela gestão da água.

        3. Voce quer comparar a

          Voce quer comparar a contabilidade nacional com fraudes de empresas privadas, é isso mesmo ? Tem certeza ?

          Voce tem certeza que acha correto o Governo colocar números falsos na dívida, no superávit, tentar esconder aumento de dívida com passivos em empresas públicas ? Que absurdo.

           

          1. Dois pontos

            Primeiro que empresa privada, Daniel, é o butiquim que você toma café ou a padaria da esquina da sua casa. Estas firmas de Wall Street que eu citei causaram uma crise planetária não resolvida até aqui e frequentemente citada pela mída como o crash de 2008, se atualize sobre o assunto e irás ter uma surpresa de como o público e o privado estão imiscuidos aqui.

            Segundo, um humano mentir não é uma coisa tão simples e preto no branco, como sua ingenuidade faz parecer, ontém juntei um artigo  mais técnico sobre os efeitos da mentira na sociedade.

            Hoje lhe remeto a um que encontra as origens da mentira humana na própria estrutura do desenvolvimento do cérebro humano moderno.

            Decididamente um assunto para especialistas e não discussão de mesa de bar como esta sua.

            False memories could be a side-effect of human ability to learn rules
            September 24th, 2014 in Psychology & Psychiatry

            Our tendency to create false memories could be related to our ability to learn rules according to research from Queen Mary University of London (QMUL).

            Errors in memory range from misremembering minor details of events to generating illusory memories of entire episodes. These inaccuracies have wide-ranging implications in crime-witness accounts and in the courtroom but the researchers believe that they could be an inevitable side-effect of our brains’ ability to learn trends, and process objects into categories useful for our survival.

            The wiring in our brains is generally well-designed to capture the world around us, but the computations it uses have certain quirks as shown in well-known optical illusions. The new research suggests that we could also create false memories for the same reason.

            Professor Lars Chittka, from the School of Biological and Chemical Sciences, at QMUL and co-author of the paper, said:

            “Our memory is often surprisingly inaccurate, even though we typically feel that we can recall events as they really occurred. For example, witnesses of a nocturnal street robbery might describe the perpetrator as a hooded teenager, when it later turns out that the assailant was middle-aged and balding.”

            Participants in the study were given two tests, one to measure their ability to identify associations within groups of words and the other which was designed to elicit false memories of words appearing in a list. The peer-reviewed results, published in the journal ‘F1000Research’, showed that people who were better at grouping words into categories were also more likely develop false memories, leading researchers to believe the two may be linked.

            According to Professor Chittka:

            “On the surface creating false memories would seem to be bad for our survival, but historical research suggests that false memories are often those that fall in with previously learned rules and cultural norms which can be useful.

            “Our research suggests that individuals who are particularly good at learning rules and classifying objects by common properties are also particularly prone to false memory illusions. So, like optical illusions, it might be that false memories are a by-product of the clever ways our brains monitor the world around us.”

            More information: Hunt K and Chittka L. False memory susceptibility is correlated with categorisation ability in humans [v1; ref status: indexed, http://f1000r.es/3ty%5D F1000Research 2014, 3:154 DOI: 10.12688/f1000research.4645.1

            Provided by Queen Mary, University of London

            “False memories could be a side-effect of human ability to learn rules.” September 24th, 2014. http://medicalxpress.com/news/2014-09-false-memories-side-effect-human-ability.html

            Comment:
            Adding another dimension to episodic memory, the reason for such a faculty to evolve, we can find many reasons why remembering the best response to a situation, especially related to survival and reproduction, is a big survival advantage. But an exact memory (like a video recording) is a big disadvantage as we would have to recall each similar response and evaluate which one was the most beneficial. While you are thinking about this, whether to running or hiding was the best strategy in the past, you are a lion’s dinner.

            It is far more efficient to summarise recollections and adjust them for the current context eg you aren’t in lion country but tiger country.

            Thus a system of updating episodic memory (like procedural memory but for past events) is very likely to have evolved before accurate memory (that you might need for tool making, processing and using). Further, if the recollection is related to people (having more emotional than technical content) it is likely to be under the control of the earlier form, which is clearly in evidence across the mammalian lineage (and others, such as birds) rather than the later forms which is in prominent evidence only in primates.

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            False memories could be a side-effect of human ability to learn rules
            September 24th, 2014 in Psychology & Psychiatry

            Our tendency to create false memories could be related to our ability to learn rules according to research from Queen Mary University of London (QMUL).

            Errors in memory range from misremembering minor details of events to generating illusory memories of entire episodes. These inaccuracies have wide-ranging implications in crime-witness accounts and in the courtroom but the researchers believe that they could be an inevitable side-effect of our brains’ ability to learn trends, and process objects into categories useful for our survival.

            The wiring in our brains is generally well-designed to capture the world around us, but the computations it uses have certain quirks as shown in well-known optical illusions. The new research suggests that we could also create false memories for the same reason.

            Professor Lars Chittka, from the School of Biological and Chemical Sciences, at QMUL and co-author of the paper, said:

            “Our memory is often surprisingly inaccurate, even though we typically feel that we can recall events as they really occurred. For example, witnesses of a nocturnal street robbery might describe the perpetrator as a hooded teenager, when it later turns out that the assailant was middle-aged and balding.”

            Participants in the study were given two tests, one to measure their ability to identify associations within groups of words and the other which was designed to elicit false memories of words appearing in a list. The peer-reviewed results, published in the journal ‘F1000Research’, showed that people who were better at grouping words into categories were also more likely develop false memories, leading researchers to believe the two may be linked.

            According to Professor Chittka:

            “On the surface creating false memories would seem to be bad for our survival, but historical research suggests that false memories are often those that fall in with previously learned rules and cultural norms which can be useful.

            “Our research suggests that individuals who are particularly good at learning rules and classifying objects by common properties are also particularly prone to false memory illusions. So, like optical illusions, it might be that false memories are a by-product of the clever ways our brains monitor the world around us.”

            More information: Hunt K and Chittka L. False memory susceptibility is correlated with categorisation ability in humans [v1; ref status: indexed, http://f1000r.es/3ty%5D F1000Research 2014, 3:154 DOI: 10.12688/f1000research.4645.1

            Provided by Queen Mary, University of London

            “False memories could be a side-effect of human ability to learn rules.” September 24th, 2014. http://medicalxpress.com/news/2014-09-false-memories-side-effect-human-ability.html

            Comment:
            Adding another dimension to episodic memory, the reason for such a faculty to evolve, we can find many reasons why remembering the best response to a situation, especially related to survival and reproduction, is a big survival advantage. But an exact memory (like a video recording) is a big disadvantage as we would have to recall each similar response and evaluate which one was the most beneficial. While you are thinking about this, whether to running or hiding was the best strategy in the past, you are a lion’s dinner.

            It is far more efficient to summarise recollections and adjust them for the current context eg you aren’t in lion country but tiger country.

            Thus a system of updating episodic memory (like procedural memory but for past events) is very likely to have evolved before accurate memory (that you might need for tool making, processing and using). Further, if the recollection is related to people (having more emotional than technical content) it is likely to be under the control of the earlier form, which is clearly in evidence across the mammalian lineage (and others, such as birds) rather than the later forms which is in prominent evidence only in primates.

             

          2. Então porque houve a crise de

            Então porque houve a crise de 2008, com fraudes contábeis, o Brasil também deve falsear números em sua economia ?

            Qual é o seu ponto ?

             

          3. Tenho mesmo, procuro aprender

            Tenho mesmo, procuro aprender sempre e por isso continuo aqui no blog.

            Pena que é com voce.

          4. Você é sempre arrogante assim?

            Isto não te causa problemas?

            Estamos todas aqui para aprender, este negócio de ser vítima é um saco.

          5. Puxa, foi mal, so agora
            Puxa, foi mal, so agora entendi o seu ponto.

            Vc esta certo. Quando o governo debitar no orcamento o passivo dos bancos publicos, vai aparecer uma divida maior, eh verdade.

            Pera ai. Mas os bancos publicos nao sao tb do governo?

            Nossa, entao vai aparecer tb um ativo maior, neh?

            Eh cara, vc tem razao, qdo isto acontecer, o Brasil estara phodido.

            E eu nem tinha me tocado disto.

            Foi mal.

          6. Os repasses aos bancos

            Os repasses aos bancos públicos já estão lançados como ativos destes bancos, que trabalham sob o regime contábil de competência. Ou seja, mesmo o dinheiro ainda não tendo entrado, ele ja foi lançado nos balanços dos bancos. Mas não há a contrapartida em passivo no “balanço” do Governo, pois, segundo o Nassif, o Governo trabalha em regime de caixa e só haverá a “baixa”, quando o recurso efetivamente sair. Se for mesmo os 150 bi, é  coisa de mais de 3% em aumento da dívida pública.

            Ou seja, quando estas operações forem equalizadas, haverá aumento da dívida, mas não haverá nenhum aumento de ativo em banco algum. Este é o grande problema, a coisa está escondida. Até por isso que pouca gente sabe desses absurdos.

            Ademais, com relação ao BB, o Governo não é dono de todo o banco e as taxas de juros concedidas com o dinheiro atrasado pelo tesouro são bem menores que as taxa de juros que o Governo para pela dívida pública. Com Caixa e BNDES, apesar do Governo ser dono de 100%, com relação aos juros, é a mesma coisa.

            Nâo é possível que voces não percebam o absurdo dessas medidas, quaisquer sejam os nomes ou apelidos que elas adquiram

            Não estou fazendo terrorismo, vou votar na Dilma, pois creio que apesar destes erros, ela ainda é a melhor para o Brasil.

            Mas espero que estes sejam corrigidos.

          7. Não adianta, por aqui é

            Não adianta, por aqui é sempre assim. O pessoal tinha que começar a ler o Paul Krugman.

            Há anos eu lia diariamente, hoje menos.

            O filme por lá é mais ou menos o mesmo que o daqui.A única diferença é que aqui apenas estamos sempre com um delay de alguns anos.

            Mas a história é a mesma.

            Se você pesquisar no blog do Paul Krugman vai encontrar algumas máximas que ele definiu:

            Very Serious People –> Este daqui é o meu predileto e me lembra bastante alguns comentaristas deste blog. 

            http://rationalwiki.org/wiki/Very_Serious_People

            São pessoas que dizem sempre coisas de amplo censo comum, mas extrapolam os limites deste censo comum. É o exemplo destas análises da contabilidade criativa: “não pode, não deve, deveria colocar tudo no seu devido lugar, pra ficar tudo transparente”.

            Ou seja, não importa analisar os efeitos políticos de nada, basta colocar tudo certinho no seu lugar, que o céu vai ficar cor de rosa. Ainda bem que o mundo real é outro e estas pessoas não são levadas em conta nas decisões mais difíceis, mas o que incomodam, não está escrito.

            A fada da confiança –> Este é o meu personagem animado preferido. É a fada que vai restaurar toda a harmonia, que trará o crescimento econômico, que trará de volta os empregos, etc. Basta o governo transmitir confiança aos investidores, e a fada fará o resto do trabalho. Na UE e nos EUA, a fada surgiu logo após a crise de 2008, aqui no Brasil a fada da confiança chegou agora, por conta da tal da “contabilidade criativa” do governo.

            Os vigilantes da dívida –> Por aqui ainda não chegou, mas deverá chegar em breve, quando o governo finalmente ceder e acabar com a “contabilidade criativa”. Neste ponto, o estado continuará a ser 100% dono da CEF, p.ex.; no entanto, não poderá mexer em 1 centavo sequer que a CEF tenha de lucro, nem na eventualidade de uma grande catástrofe que demande de recursos urgente (a não ser na eventualidade de salvar algum banco que seja grande demais para quebrar).

            A dívida pública estará rondando digamos, inimagináveis 60% do PIB (na Inglaterra chega a mais de 100%). Apesar da dívida ser toda interna, em moeda nacional, a mídia vai começar a dizer que os vigilantes da dívida logo atrás da esquina poderão ficar muito nervosos se o governo não cumprir, sem o auxílio da “contabilidade criativa”, a meta de superávit primário, ou seja, a economia que o estado faz para pagar juros aos banqueiros, o que por sua vez poderia causar uma corrida dos títulos nacionais (eles não vão dizer pra onde, até porque não tem pra onde) para títulos mais seguros em outros lugares do mundo.

            Apesar de nunca acontecer a tal fuga de capitais ( afinal de contas os gestores sérios de investimentos sabem muito bem que não há mamata melhor do que esta brasileira em nenhum lugar do mundo ocidental, onde os juros chegam a ser negativos no LP), os vigilantes da dívida permanecerão sempre atentos às contas do governo.

            http://zfacts.com/paul-krugman

          8. Para vai.. O Paul Krugman,

            Para vai..

            O Paul Krugman, coitado, fala corretamente mas fala de maneira teórica, ele não tem a mínima ideia do que a fazenda aqui no Brasil vem fazendo com as nossas contas. É claro que se ele soubesse, seria contra também.

            E dai que na inglaterra chega a 100% ? Nos EUA é mais de 100%, no Japão é 240%, só que os juros que eles pagam, mesmo assim, são MENORES que os juros que pagamos.

            Portanto, nossa situação nao é melhor que a deles. Desculpe, aqui não tem sofisma. Voto na Dilma e a apoio, mas procuro trabalhar com os fatos.

          9. Ai Daniel, realmente você

            Ai Daniel, realmente você ainda tem muito pra aprender, se é que vai aprender algum dia.

            O Paul Krugman, só pra vc ter uma idéia, quando nos EUA o congresso estava discutindo a questão do aumento ou não do teto da dívida pública ( o que por aqui não acontece, já que o Congresso tem o dever de aprovar o orçamento aqui no Brasil, e quem o elabora é o executivo), deu ao Obama a idéia de atropelar o congresso e cunhar uma moeda de um trilhão de dólares, já que para cunhar moedas o Obama não carece de aprovação do congresso.

            Ou seja, a idéia que vc faz do que o Krugman pensaria ou não das picuinhas inventadas pela velha mídia sobre as contas do governo você tirou da sua cabecinha, e não passa nem perto do que seria a real opinião do Krugman.

            Outra coisa, o que eu disse é que no Brasil a dívida é menor em relação ao PIB e citei o exemplo da Inglaterra, mas como vc mesmo sabe, nos EUA, Japão e tantos outros países também tem problemas, eu não disse que era só a Inglaterra que tinha problemas.

            Agora, quanto a estes países terem juros menores, isto não quer dizer nada.

            É claro que no Japão eles devem 240% do PIB porque a poupança interna do Japão é uma das maiores do mundo e isto propicia a eles terem esta dívida gigantesca.

            Mas o que você não enxerga é que a taxa nominal de juros não quer dizer nada. No Japão, p. ex., eles vivem permanentemente com um problema de deflação, enquanto aqui no Brasil temos inflação de 6,5%.

            Ou seja, a senhoriagem do estado brasileiro sobre a moeda é muito maior do que no Japão, ou nos EUA, ou mesmo na zona do Euro, onde eles estão todos com problemas de deflação agora e nestas circunstâncias até um juro nominal baixo aumenta a dívida.

            Aliás as últimas notícias dão conta de que  a dívida brasileira tem diminuído.

            Ou seja, pare de achismos e de querer se achar o dono da verdade principalmente em questões evidentemente moralistas feito estas, que a mídia fica colocando no ar toda hora só para passar para o cidadão a falsa impressão que o governo está totalmente descontrolado, que o Brasil está quebrado (eu conheço um monte de gente, estou falando sério, um monte de gente que acha realmente que o Brasil está quebrado).

            Outro dia chegou no cúmulo de um colonista da Folha (Hélio Schwartsman, algo assim) escrever que os anti-petistas deveriam votar no PT nesta eleição porque o Brasil iria quebrar depois da eleição e que haveria risco de, ganhando a oposição, o PT dizer que o país quebrou por causa do novo (futuro) governo.

            Dá pra acreditar? A situação é tal que a até a mídia está acreditando na própria mentira.

          10. Números relativos

            Isto derruba muita gente boa, Droubi, fugiram da escola, mas vai fazer o que?

            Por outro lado uma discussão sobre números em uma outra, mas não menos importante perspectiva, em Inglês infelizmente.

            Sefirot is the Hebrew plural of sefira (singular) which means ‘number’ (in the sense of a verb)or ‘counting’.  The Tree of Life diagram often depicts the sefirot as circles or spheres.
            Other translations of Sefira are – to inscribe, to enumerate; intensively to recount, that is,to celebrate: – commune, (ac-) count, declare, penknife, scribe, shew forth, reckon,  speak,talk, tell (out), writer

            The core of Judaism is that of an ancient Mystery religion — and therefore is duty bound not to give to dogs what his holy, or cast their pearls before swine — and this is especially true when it is recognized that man in his organic untransformed condition of mind, is incapable of comprehending his own higher soul-reality.   The Ten Sphere Tree of Life that is promoted by Jewish Mysticism is totally incomplete — and from a spiritual perspective, is therefore dysfunctional.   When man was allegorically thrown out of the Garden of Eden — as when the prodigal son journeyed into the Far Country — the only means of return was to eat the fruit of the Tree of Life.   Organic man who dwells in ignorance, perpetually eats the fruit of the Tree of Duality — which is why he is portrayed in the Gospels as the walking dead.   But more important is the fact that between the notations of the Tree of Life in Genesis, to those in the Revelation, the whole of the substance of the scriptures is the process of preparing the mind and being we are in this world to seek out and be nourished by the fruit of the Tree of Life.  The Twelve Sphere Tree of Life was given to me from Spirit — and the Indwelling Logos revealed to me the reality of mind and being that is presents.   I was provided this Sacred Knowledge and the proper use of the scriptures as the Key of Knowledge, to reveal to the body of True Seekers who need this wisdom to bring about the End Times within them — which is the only place that it can Manifest and Return.  

          11. E o que isso tem a ver com o

            E o que isso tem a ver com o Brasil ?

             EUA é emissor de moeda reserva mundial. Nada a ver com o Brasil. E mesmo assim seria algo transparente de se fazer, nada escondido. 

            É claro que nossa divida vem diminuindo porque estao expurgando da divida passivos nos bancos publicos, voce jura que ainda nao entendeu? uma hora isso vai aparecer e a dívida vai aumentar. 

    2. Para mim essa é a maior

      Para mim essa é a maior crítica ao Mantega (e por consequência, a Dilma).  É muito melhor admitir os problemas, apontar os agravantes e mostrar o que está sendo feito para resolve-lo do que fingir que ninguém vê os números da contabilidade criativa.

       

      1. Sem dúvida. E a maioria aqui,

        Sem dúvida. E a maioria aqui, mesmo os que entendem do assunto, muitos ainda não se deram conta que o problema é real.

        Eu mesmo demorei a perceber isso, só descobri por frequentar outros blogs.

  3. Fundo Soberano

    Nassif,

    Para que serve, porque foi criado o Fundo Soberano em 2008 ?

    Se não puder ser usado $$$ pelo governo federal em caso de necessidade, não compreendo. Neste período pré-umbigo na urna aparece de tudo, taí o caso dos jeniais funcionários da Aneel, reação de gente atrasada.

    1. O Fundo Soberano foi criado

      O Fundo Soberano foi criado para fazer INVESTIMENTOS e não para tapar buracos na economia.

      Não confunda Fundo Soberano com Reserva Cambial.

      Se o Brasil tiver mesmo que retirar novamente dinheiro do fundo para tapar buracos na economia jogando no mercado MILHÕES de titulos do BB… seria uma encrenca danada.

      Mas fique calmo isso não vai acontecer. Na verdade o que está ocorrendo é que o governo NÃO VAI atingir e meta de superavit primário ESTABELECIDA POR LEI ! Alias no fim do ano devem faltar algo em torno de 40 a 50 BILHOES dos mais de 80 que deveriam economizar. 

      Mas, ás vesperas de eleições, não dá para ficar falando isso para o povão.

      Digamos que é mais uma jogada da já famosa “Contabilidade Criativa” ou “MateMágica” – para garantir eleição com numeros bonitos.
      .
      Passadas as eleições a gente vê o que faz com o buraco…

      1. Objetivos

        Doug,

        De acordo com o site tesouro.fazenda.gov.br, os objetivos do .Fundo Soberano 

        O FSB tem como finalidades expressas na sua lei de criação a promoção de investimentos em ativos no Brasil e no exterior, a formação de poupança pública, a mitigação dos efeitos dos ciclos econômicos e o fomento de projetos de interesse estratégico do País localizados no exterior.

        E nem poderia ser diferente, pois o contrário equivale a internalizar $$$ ad eternum, a qualquer custo.

         

         

    2. Alfredo, boa levantada de bola

      LEI Nº 11.887, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2008.

      Art. 1o  Fica criado o Fundo Soberano do Brasil – FSB, fundo especial de natureza contábil e financeira, vinculado ao Ministério da Fazenda, com as finalidades de promover investimentos em ativos no Brasil e no exterior, formar poupança pública, mitigar os efeitos dos ciclos econômicos e fomentar projetos de interesse estratégico do País localizados no exterior.

  4. A melhor definição da

    A melhor definição da credibilidade do Mantega foi a charge que indica que o PT deveria espalhar a notícia que ele continuará no cargo em caso de vitória da Marina. Isso sepultaria qualquer chance de vitória da Marina.

  5. A “Geni” da vez

    O Mantega encontra-se no ponto da Geni, da música do Chico Buarque!

    Pediram para ela salvar o Brasil, pediram correção no trato do nosso dinheiro, pediram para fazer o que a Dilma quiz, pois ela é que recebeu os nossos votos e ele conseguiu cumprir, da melhor maneira, quase tudo.

    Depois disto, o “MERCADO” (esta palavra me dá asco), que ficou mais rico com ele, pede sua cabeça. Querem um gênio por eles indicado, um Czar (do tipo ou o própio Delfin Neto) da economia para acabar com a bagunça existente. Quando estavamos na merda e lá estivemos por décadas, estes tipos nunca resolveram nada, pelo contrário, só pioraram mais ainda a situação,  vide os mais citados como  Maison e Delfin Neto. Tiveram nas mãos todos instrumentos para fazer o que queriam. e nada conseguiram, mas são lembrados por suas façanhas brilhantemente ignóbeis.  

    No caso do Mantega, como a Geni, transaram com ele, cuspiram nele,  bateram nele, em suma só o usaram e agora ele é considerado como o mais inútil dos ministros da fazenda!

    Agora, falar que o mercado quer isto ou aquilo, é uma afronta!  O que o mercado quer, é o nosso dinheiro!

  6. “… é uma possibilidade. O

    “… é uma possibilidade. O relatório faz uma previsão de receitas e despesas e diz como cobrir a despesa. Em suma, isso será definido mais adiante. Agora não vai fazer nada. Isso aqui é para fechar as contas e pode ser que no próximo relatório isso seja mudado”

    É evidente que sem a pergunta essa resposta fica confusa e atá sem sentido. Mas isso não é truque pra lá de manjado? Quem nunca viu montagem com palavras de ministro antes?

    Enquanto isso o dinheiro vai só mudando de mãos….

    Pra mim é mais que óbvio; se esse pessoal do “mercado” e da imprensa golpista dizem que é ruim, é porque é bom; se eles dizem que é bom eu estranho.

  7. A “Contabilidade Criativa” de

    A “Contabilidade Criativa” de Mantega e Arno Augustin me lembra aquela conversa entre Ricardo Sérgio e Luis Carlos Mendonça de Barros: “Chegamos ao limite de nossa irresponsabilidade”.

    Se o Brasil fosse um país totalmente sério, estariam respondendo processos por má-gestão e crime de lesa-pátria.

    Quando você acha que não dá para piorar, lá vem o Mantega com mais uma de suas declarações patéticas.

    E o caso dos 4 bilhões? Só isso seria suficiente para meter na cadeia meia dúzia de próceres do PT. Seria, se ocorresse num país sério.
     

     

    1. Banco central independente e mentiras

      Pode ser coincidência que Itaú seja pedra preta em língua indígena e blackrock também, mas a atuação pouco transparente do FED (mentindo e imprimindo sem lastro) deixou este povo na mão.

      Why Blackrock (And Every Other Bondholder) Is Freaking Out (In 1 Simple Chart)

       Tyler Durden's pictureSubmitted by Tyler Durden on 09/25/2014 19:20 -0400

       

      Just last week, we explained why Blackrock – the largest asset manager in the world – is gravely concerned about the ‘broken’ corporate bond market. Simply put, thanks to The Fed’s continued presence in the Treasury market has left the corporate bond market a liquidity-starved ticking time-bomb if faith in the stability of defaults ever falters (with firm balance sheets at record high leverage) and “selling” begins. As the following chart from Deutsche Bank highlights, the current level of liquid assets as a proportion of total HY assets is about as low as it has been tracking data back around 25 years.

       

      In other words, the massive (and likely levered) positions The Fed has forced the world to take on by its repression face a dramatic liquidity risk cost if they are ever to ‘realize’ any gains from the Fed’s handouts (by actually selling).

      That’s what every bond manager ‘knows’…

      *  *  *

      As Blackrock concluded,

        

      To BlackRock, the dangers of price gaps and scant liquidity have been masked in a benign, low interest-rate environment, and need to be addressed before market stress returns.

       

       

      The risk posed by investors trying to dump bonds after the Federal Reserve raises interest rates is “percolating right under” the noses of regulators, he said.

      *  *  *

      And so here we are…

      1. Corporate Bond Managers “KNOW” they can’t sell as much as they want/need to (due to the illiquidty), so..

      2. They Hedge.. first through CDS (HY CDX small sample and does not cover risk of the lowest crappiest names that many firms have bid up as the search for yield accelerated),

      2a. or HYG/JNK (but that includes rate risk so the hedge is liquid but less accurate), so…

      3. They Hedge… through stocks (beta-adjusted hedges – akin to capital structure arbitrage – can help more idiosyncratic risk control in the HY portfolio), and

      4. They Hedge… through volatility (credit spreads and equity volatility are explicitly linked via the firm’s asset – or business – uncertainty).

       

       

      That’s why small caps have suffered more as credit fell (as more directly linked to the weaker balance sheets).

      How this ends… the hedges start to fail (i.e. MTM differences between portfolio delta and hedge delta grow large), someone else decides to “sell” and throw in the towel and prices gap down in HY… and the avalanche begins…

      That’s what Blackrock fears.

      *  *  *

      Bonus Chart 1: Forget “best balance sheets ever”, Leverage has never been higher…

       

      Bonus Chart 2: The Fed is leaving the building and it’s time to realize this ‘spread’…

      Average:

       

    2. O problema é o Banco Central
       

      Central Banking Is The Problem, Not The Solution

      Submitted by Tyler Durden on 09/25/2014 – 17:22

      At the heart of the problem is the fact that the Federal Reserve’s manipulation of the money supply prevents interest rates from telling the truth: How much are people really choosing to save out of income, and therefore how much of the society’s resources — land, labor, capital — are really available to support sustainable investment activities in the longer run? What is the real cost of borrowing, independent of Fed distortions of interest rates, so businessmen could make realistic and fair estimates about which investment projects might be truly profitable, without the unnecessary risk of being drawn into unsustainable bubble ventures? All that government produces from its interventions, regulations, and manipulations is false signals and bad information.

       

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