Abin identifica neonazistas e supremacistas ligados a grupos que contestaram resultados das eleições

Relatório mostra que supremacistas brancos e integrantes de células nazistas usavam Telegram para incitar ideia de fraude

Foto do letreiro da Abin
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Os movimentos que contestaram o resultado das eleições de 2022 foram reforçados por grupos neonazistas e de supremacistas, segundo relatório elaborado pela Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

Em outubro do ano passado, cinco grupos criados no aplicativo Telegram reuniram 2,8 mil membros que contestavam os resultados das eleições presidenciais – e a Abin também destaca o avanço das células neonazistas e extremistas após o pleito.

O documento destaca que grupos neonazistas mostravam interesse “em associar narrativas supremacistas a movimentos de contestação dos resultados eleitorais”, adotando assim “discursos que dialogam com pautas de outros movimentos para recrutar novos adeptos e promover ações violentas contra autoridades, instituições e agrupamentos antagônicos”.

De acordo com a agência de inteligência, tais grupos fomentavam discursos de deslegitimação das instituições, incitavam suspeitas de fraudes nas urnas, divulgavam bloqueios nas rodovias federais e disseminavam panfletos sobre a “luta contra comunistas”.

Os grupos

Criado em 03 de outubro de 2022, o grupo “Resistência Sulista 1 Divisão” foi um dos identificados pela Abin em seu relatório.

Entre os conteúdos divulgados, está um vídeo que ensinava como produzir uma arma de fogo com o uso de uma impressora 3D.

Embora sua criação tenha sido feita no começo do mês, as publicações começaram a ser feitas a partir de 30 de outubro, dois dias depois do segundo turno das eleições. “Esse é um canal com vários diagramas de armas 3D, baixem, imprimam e passem para frente”, diz a publicação.

Outro grupo difundia imagens de teor nazista e aceleracionista, que é uma vertente do nazismo que prega atos violentos como meio de acelerar o colapso da sociedade.

Um terceiro grupo pregava a supremacia branca e tinha como conteúdo principal referências racistas e críticas à criação do Ministério da Igualdade Racial pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

A Abin também confirmou que os grupos eram usados para discutir e planejar ataques a autoridades públicas – como exemplo, cita o pedido feito pelo integrante de um dos grupos criados por “nome e endereço completo” de possíveis alvos.

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Com informações do jornal O Globo

Isadora Costa

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