Alemanha sabia do risco de sobrevoar a Ucrânia e não avisou aéreas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O governo alemão teria sonegado informações às empresas aéreas sobre o risco de sobrevoar a Ucrânia. Este é o tom da matéria do Deutsche Welle. publicada ontem. Segundo a publicação o governo teria sido informado em julho de 2014 sobre o risco e não repassou a informação, que foi uma avaliação feita por diplomatas alemães ao avaliarem a situação no leste ucraniano. Leia a matéria a seguir.

Enviado por Paulo F.

Conhecimento prévio, informação negada

Da Deutsche Welle

Alemanha ocultou de aéreas risco de voar na Ucrânia

Três aviões da Lufthansa sobrevoaram leste ucraniano pouco antes de o voo MH17 ter sido derrubado. Governo alemão sabia dos riscos e não informou companhias aéreas, afirmam jornal e emissoras.

Destroços do MH17 em julho de 2014. Avião foi abatido em região controlada pelos separatistas ucranianos

O governo da Alemanha havia sido informado, em julho de 2014, sobre o risco que o leste da Ucrânia apresentava para aviões de passageiros e não repassou a informação para as companhias aéreas alemãs, noticiaram nesta segunda-feira (27/04) o jornal Süddeutsche Zeitung e as emissoras NDR e WDR.

Segundo a denúncia, que se baseia em documentos internos do Ministério do Exterior da Alemanha, diplomatas alemães avaliaram a situação no leste ucraniano como preocupante depois de um avião militar Antonov, da Ucrânia, ter sido abatido a mais de 6 mil metros de altura.

Segundo eles, isso criou uma situação nova na região. Especialistas avaliam que, quando um avião é abatido a essa altura, alvos ainda mais distantes podem ser atingidos, o que representa sérios riscos para a aviação civil. Também o serviço secreto alemão, o BND, teria alertado o governo para os riscos que a região oferecia para a aviação civil.

Sistema de defesa antiaérea Buk, de fabricação russa, teria abatido o avião da Malaysia Airlines

Em 17 de julho de 2014, um avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17 foi derrubado no leste da Ucrânia. Todas as 298 pessoas a bordo morreram. Nesse mesmo dia, três aviões da Lufthansa sobrevoaram a região, um deles apenas 20 minutos antes do MH17.

Normalmente, as empresas aéreas precisam ser imediatamente informadas sobre mudanças nas condições de segurança de uma região. Essa tarefa costuma estar a cargo do Ministério dos Transportes da Alemanha. Mas, nesse caso, as companhias foram informadas apenas depois da queda do MH17.

A Lufthansa afirmou não ter sido informada pelo governo antes do dia 17 de julho e que, se soubesse da situação de segurança, teria alterado suas rotas imediatamente.

As investigações da equipe de jornalistas também concluíram que o avião da Malaysia Airlines foi derrubado por um míssil terra-ar do sistema de defesa antiaérea Buk M1, de fabricação russa. O disparo teria sido efetuado do território controlado pelos separatistas. As investigações oficiais ainda estão em andamento, lideradas por especialistas holandeses. A maioria das vítimas é holandesa.

AS/dpa/afp/ots

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. As famílias das vítimas

    As famílias das vítimas poderão ser indenizadas pelo governo alemão caso essas informações sejam confirmadas.

      1. Leu a matéria ?

        ” O governo alemão teria sonegado informações às empresas aéreas sobre o risco de sobrevoar a Ucrânia.

        Normalmente, as empresas aéreas precisam ser imediatamente informadas sobre mudanças nas condições de segurança de uma região. Essa tarefa costuma estar a cargo do Ministério dos Transportes da Alemanha.”

        Pelo que se percebe, a obrigação é avisar as companhias aéreas imediatamente, não somente as de bandeira do mesmo país, no caso, Alemanha. Então, o governo alemão teve culpa no ocorrido.

  2. assim como o sequestro do

    assim como o sequestro do avião de Evo Morales, este fato deveria ser estopim para uma reunião séria das nacões pois a globalização não pode prescindir de leis internacionais e SUAS CONSEQUENCIAS. Este ato foi um crime contra a humanidade e esta no caldeirão em fogo brando (isso se estiver aceso)

  3. Notícia incompleta

    O governo alemão não avisou a Lufthansa, o malaio não avisou a Malaysian, o de Cingapura não avisou a Singapore Airlines, e por aí vai. Duas companhias aéreas (Lufthansa e Singapore Airlines) sobrevoaram a regão próxima a região do abate naquele dia. Eu disse “próxima” porque na verdade os vôos destas companhias contornaram a região onde o avião malaio foi abatido. E fizeram isso porque antes do evento já haviam alguns boletins (NOTAM = Notice to Air Men = informação aos aeronautas) que alertavam as companhias aéreas a não sobrevoarem a região, inclusive especificando claramente as coordenadas da mesma. Estes boletins, disponiveis a todos os aviadores, já existiam desde 30 de junho de 2014, 17 dias antes da tragédia.

  4. A matéria diz que foi abatido
    A matéria fala que foi abatido por um sistema anti aéreo mas isso ainda não é certo.
    Dizem que poderia ter sido abatido por um caça ucraniano.

    Isso é um ponto.
    Outro é, caso tenha sido abatido por Buk, como sabem de onde veio? Porque não liberam as imagens do radar? Áudio da caixa preta?
    Porque não liberam? As mídias conseguem tudo, e neste caso não conseguem nada? Porque?

    A matéria é desinformação para passar estas “verdades” como pontos pacíficos!
    Governo alemão é cortina de fumaça.

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