Após gesto de apoio, Guaidó visita Jair Bolsonaro

Durante Grupo de Lima, o Brasil havia dado sinais claros de que apoiaria uma medida mais radical por iniciativa dos Estados Unidos

O presidente Jair Bolsonaro durante encontro com o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, no Palácio do Planalto. – Foto: Antônio Cruz/ABr

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro recebeu, na tarde desta quinta-feira (28), Juan Guaidó, líder da oposição a Nicolás Maduro na Venezuela e que se autodeclarou presidente. Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, receberam Guaidó como se o venezuelano fosse o presidente definitivo do país.

E apesar de não ter sido contado com honras militares, como é feito quando o Planalto recebe a visita de um presidente estrangeiro, entrou por uma portaria lateral, sob um tapete vermelho e com soldados dos Dragões da Independência nas laterais do corredor térreo do local.

Sem falar à imprensa, Guaidó tratou a visita como teor “pessoal”, ainda que os temas guardavam relação com as medidas tomadas pelo país para a derrubada de Nicolás Maduro. O nome do líder da oposição não estava na agenda oficial de Bolsonaro. O porta-voz da Presidência, contudo, Otávio Rêgo Barros, havia anunciado a visita.

Durante encontro de Araújo e do vice Hamilton Mourão no Grupo de Lima, nesta segunda-feira (25), o Brasil havia dados sinais claros de que apoiaria uma medida mais radical por iniciativa dos Estados Unidos, referente a uma possível intervenção militar no país. Contudo, os demais países do bloco negaram a opção e optaram por exigir a saída de Maduro sem interferir, de maneira “democrática”, e “conduzida pelos próprios venezuelanos pacificamente”.

Leia mais: Brasil muda tom após Grupo de Lima discordar de intervenção na Venezuela

No dia seguinte ao comunicado do Grupo de Lima que optou pela transição pacífica, o general que é vice-presidente mudou o discurso e negou a possibilidade de interferência militar nos assuntos do país vizinho. Mas diante dos gestos dados por Araújo e Mourão, em apoio aos Estados Unidos, e juntamente com Guaidó, que esteve presente no encontro, o líder venezuelano marcou uma visita oficial ao Brasil para tratar do tema.

Guaidó foi recebido por um grupo que protestava contra a sua presença e as ações contra Maduro. O grupo esperava o opositor venezuelano na Praça dos Três Poderes, em frente à entrada que Juan Guaidó utilizou para entrar no Planalto, gritando palavras de ordem, como “Fora, Guaidó”, pedindo que seja “respeitada a soberania” da Venezuela.

 

Redação

4 Comentários

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  1. O autoproclamado presidente do Brasil, Zé de Abreu, visitará Maduro em breve. O principal assunto a ser tratado será as exportações de laranja para a Venezuela.

  2. Respeito à soberania venezuelana sob Maduro merece aspas?
    Não é a toa que o usurpador auto proclamado presidento se acha no direito de posar de “chefe de estado” e esperar ser recebido de tapete vermelho e dragões da incompetência.
    Esse Obama descorado vai pro xilindró assim que entrar na Venezuela.
    Lá a lei não está na mão do moro e nem do supremo de frango, como aqui.

  3. “Pobre Juan ”

    No momento, o “pobre juan ” ( Guaidó ), é util, sabe que perdeu, sabemos que perdeu, mas “marketimamente” continua usavel, é uma “cara”, um “alguem”, mas não se compara a seus concorrentes, que existem – e tem muito mais dinheiro e posição do que ele, como Caprilles, Lopez ou mesmo Carvajal – todos se posicionando ao “futuro” pós-Maduro.
    Investimento: Juan caiu, baixou de “preço”, ainda pode ser usado, MAS investir sobre os militares estatutarios das FANB, tipo com o Ceballos ( chefe operacional das FANB ), é um negócio mais viavel, pois um golpe militar interno será melhor interpretado, tipo que as FANB substituam Maduro “et caterva” e manipulem Guaidó ( o pobre Juan ), por uns 2/3 anos, este seria um bom acordo.
    Problema: Como já se verifica, esta dificil que os profissionais das FANB (Ex/MB/AMB) atuem na repressão aos movimentos anti-maduro, atualmente a cargo oficialmente da GNB e da PNB, e extra oficialmente dos milicianos “colectivos” e das “maras”, e desarmar estas unidades não oficiais será um tremendo trabalho, portanto o pepino, e grosso, não é que Maduro/Cilia/Cabello/Delcy, irão “cair”, é questão de tempo, mas o que ocorrerá depois.
    O Depois: Só se tem certeza que os militares – os organicos das FANB – terão que controlar, o que for possivel, das situações graves que irão ocorrer, afinal tem muita gente armada que perderá muito, tanto em poder como em dinheiro, portanto um “golpe” ou “pronunciamento”, com origem militar interna pode até necessitar de um ” pobre Juan “- uma “cara”, então é muito compreensivel a atual posição dos governos latinoamericanos, ao investir em fracturar as FANBs profissionais.

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