EXCLUSIVO: Ariovaldo Moreira conta bastidores de reunião de Delgatti em Brasília

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Ariovaldo Moreira, ex-advogado do hacker Walter Delgatti. Foto: Arquivo Pessoal.

O advogado Ariovaldo Moreira, ex-defensor do “hacker” da Vaza Jato, Walter Delgatti, confirmou o encontro realizado entre seu então cliente com a deputada federal Carla Zambelli (PL) em viagem realizada à Brasília na última semana.

“Eu fui com o Walter para Brasília no último domingo, sabendo que nós teríamos uma conversa com a deputada Carla Zambelli”, afirma Moreira, em conversa exclusiva com a jornalista Cíntia Alves na TV GGN.

A comunicação foi feita entre o advogado e a deputada uma vez que Delgatti não poderia se comunicar por meio de aplicativos ou rede social. “Toda vez que alguém procura o Walter, procura no meu intermédio, eu faço essa intermediação, e também em função do meu trabalho na operação e coordenar qualquer tipo de ajuda que o Walter possa vir a receber de pessoas em função da operação Scoofing”.

Moreira conta que houve a abordagem de Carla, que os convidou a irem até Brasília oferecendo um trabalho “ligado à tecnologia da informação”. “Falei com ela uma, duas vezes por telefone e, em um dia, ela me liga perguntando se eu não poderia ir até Brasília”.

Reunião em Brasília – e urna eletrônica

Ariovaldo e Walter chegaram à Brasília no domingo, e sua volta estava programada para segunda-feira. Porém, Carla Zambelli afirmou que não poderia se encontrar com eles, no que Moreira  refutou por conta de compromissos estabelecidos em sua cidade, Araraquara (SP).

“Eu não lembro se foi no domingo ou na segunda-feira, ela fala que não ia dar certo da gente se encontrar, que ia ser na terça, daí a gente conversa sobre outros assuntos e acaba que ela marca uma reunião, se era possível eu ir nessa reunião, na sede do PL, que é o partido do atual presidente Jair Bolsonaro. E assim foi feito”.

Ariovaldo afirma que esteve na sede do PL com Delgatti, em reunião programada para as 11 horas, onde diversos assuntos foram abordados – inclusive sobre urna eletrônica.

“Perguntaram de urna eletrônica? Sim, perguntaram a opinião do Walter sobre urna eletrônica. Perguntaram sobre a vida pessoal dele? Sim, e no momento ali eu percebi que havia algo no ar no sentido de que o Walter pudesse prestar um serviço legalmente, um serviço legal, em fiscalizar o trabalho das urnas eletrônicas”, afirma Ariovaldo.

“Em nenhum momento ali foi dito ‘ai, você pode hackear uma urna? Você consegue fazer isso? O que você tem de conhecimento técnico para isso acontecer?’ Não, isso não foi dito”, afirma o advogado.

“Inclusive, o senhor Valdemar (da Costa Neto), que é o presidente do PL, estava lá (…) É um sujeito que confia na urna eletrônica, é um sujeito que confia nesse tipo de instrumento para o eleitor realizar o seu voto”, afirma o advogado.

Mudança de rumo e rompimento

Segundo Ariovaldo, a conversa mudou de rumo quando foi feito contato com o pessoal do marketing do PL, responsável pela campanha de reeleição de Bolsonaro, sendo que o responsável gostaria de conversar informalmente com Walter.

“Quando chega nesse ponto, eu começo a achar que não era esse o foco – começo a entender que não era bem isso que eu ia fazer ali”, diz Moreira. “Termina essa conversa, nós descemos, eu ia almoçar com o Walter, ficou meio que acertada essa questão dessa conversa com o marqueteiro do PL e no elevador eu já falo para o Walter ‘não é para isso que nós viemos aqui, não sei se esse é o caminho’”.

Ariovaldo apresentou a proposta para Walter, afirmou que não concordava com esses rumos e fala para que eles fossem embora de Brasília por não terem mais o que fazer lá. “Nesse momento, ela (Carla) fala que quem tem de decidir é o Walter.  Eu falo ‘então Walter, você decide o que quer fazer’. E ele não responde (…)”.

Enquanto Walter desconversava, Ariovaldo deixou claro que voltaria para Araraquara. “Se você quiser ficar com a Carla, é problema seu – mas eu já adianto para você: se você ficar, eu vou sair da sua defesa (…) Foi quando ele deu a entender que não iria”, diz Moreira.

Veja mais a respeito na entrevista completa de Ariovaldo Moreira à jornalista Cíntia Alves na TV GGN

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador