Bolsonarismo propõe criminalizar pesquisas que não acertem os resultados eleitorais

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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Líder do governo na Câmara apresentará iniciativa que pretende impor “punições severas, não só de cadeia como também indenização”

A disparidade entre os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais deste domingo (2/20) e as pesquisas eleitorais publicadas na última semana inspirou o bolsonarismo a apresentar um projeto de lei no Congresso para criminalizar os erros em estudos de opinião desse tipo.

A iniciativa foi anunciada pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, ´que assegurou que o projeto será protocolado no Congresso ainda nesta segunda-feira (3/10).

Segundo a coluna do jornalista Tales Faria, do UOL, o projeto do deputado Barros pretende impor “punições severas” aos institutos, caso as pesquisas publicadas nas vésperas das eleições apresentem números diferentes dos resultados das eleições – considerando a margem de erro, ou seja, qualquer percentual que um candidato tiver nas urnas que não estiver dentro da margem de erro da pesquisa anterior será considerado crime.

Em declaração para o UOL, Ricardo Barros justificou seu projeto dizendo que “pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime. (Merece) pena alta, não só de cadeia como também indenização”.

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Vale destacar que a maioria das pesquisas de intenção de voto acertou a previsão da votação de Lula neste domingo: seus 48,43% de votos válidos está dentro da margem de erro das pesquisas IPEC, DataFolha e Quaest, por exemplo. Houve erro apenas no que diz respeito à votação de Jair Bolsonaro, de quem se esperava um percentual abaixo dos 40%, segundo as pesquisas publicadas no sábado.

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Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN

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