Bolsonaro tenta disfarçar isolamento e embarca para Rússia

Considerado pária internacional, presidente contraria recomendações e embarca nesta segunda-feira para se encontrar com Putin

O presidente Jair Bolsonaro (dir.) e o Presidente da Federação da Rússia, Vladmir Putin. Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro embarca nesta segunda-feira para a Rússia com o objetivo de se encontrar com Vladimir Putin, em meio à pressão de uma parte dos olavistas de seu governo e com foco claramente eleitoral.

Como explica o jornalista Jamil Chade em artigo no portal UOL, Bolsonaro é visto como pária internacional, evitado por líderes democráticos e alvo de críticas por parte das delegações estrangeiras.

E por conta dessa hesitação, o Brasil sequer tem sido capaz de solicitar reuniões bilaterais com outras autoridades em reuniões como o G20 – como ficou claro na última reunião da cúpula, em novembro de 2021.

Embora a reunião com Putin sirva mais como um sinal para sua base eleitoral, Bolsonaro foi orientado a ser “superficial” quando questionado sobre a crise russa com a Ucrânia. O objetivo é apenas mostrar aos seus apoiadores que o país não está isolado, embora todos os fatos mostrem o contrário.

Tanto que a reunião com Bolsonaro não será prioridade para Putin. O foco é o encontro com o primeiro ministro alemão Olaf Scholz para discutir a possibilidade de uma saída pacífica para as tensões com a Ucrânia.

Outro sinal que Bolsonaro quer enviar à sua base radical é a visita à Hungria, onde o presidente desembarca no próximo dia 17. O governo de Viktor Orban é considerado um projeto de sucesso na extrema-direita, e diversos bolsonaristas foram autorizados a se afastarem por dez dias e acompanharem a viagem.

Contudo, diplomatas dizem que a visita a Orban também é um ponto de risco: as eleições na Hungria estão programadas para o mês de abril, e pela primeira vez o primeiro ministro corre o risco de ser derrotado nas urnas.

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Redação

4 Comentários

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  1. “… mês de abril, e pela primeira vez o primeiro ministro corre o risco de ser derrotado nas urnas.”
    Ufa!
    Que alívio. Pensei que seria uma medida à la CIA para que os Estados Unidos, ou melhor, a banca que controla toda a Europa e Estados Unidos se livrasse de Putin.
    E aumentasse a lista de vítimas: Trump, Netanyahu, etc., e etc..

  2. Espero que o Putin reserve uma mesa maior, mais distante e mais feia que a do Macron para se “confraternizar com o “estadista”bozo.
    O bozo não se enxerga mesmo.

  3. A visita do bozo a Hungria é uma necessidade cármica. Que o bozo vá dar seu incondicional apoio a Urban como garantia de derrota certa àquele, pois tudo o que o bozo toca apodrece.

  4. Para besteinaro é apenas uma oportunidade de se manter em destaque no noticiário, pois poderia ir direto para a Hungria, onde aí sim há “sinergia” entre protofascistas.
    Vou insistir que bozo é apenas aquele presepeiro da 5a.série que faz tudo para ser diferente e aparecer, junto com sua patotinha que quer “tocar o terror”, pois querem “mandar” no colégio.
    O grande mistério é a população que o segue bovinamente, apesar de tantas e públicas evidências passadas e presentes de seus desatinos e incompetências, tudo em benefício próprio. Nem Freud, Goebbels, Bernays ou Kogan explicam, lembrando que esta maluquice já aconteceu em países bem mais desenvolvidos como a Alemanha.
    Estes 18 a 25% sim merecem (e precisam) ser estudados, compreendidos e reesclarecidos.
    Se é que isto é possível.

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