“Braga Netto já esteve mais forte” no governo, diz Helena Chagas

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista, jornalista diz que Bolsonaro usa ex-ministro da Defesa para mostrar que militares estão do lado dele – o que não é bem assim

A jornalista Helena Chagas. Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 – via Flickr

A presença do ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) é “uma maneira de mostrar que ele (Bolsonaro) tem os militares ao lado dele”, mas o ex-militar perdeu força recentemente, na visão da jornalista Helena Chagas.

Em conversa com o jornalista Luis Nassif na TV GGN 20 horas desta sexta-feira (30/04), Helena diz que Braga Netto, inclusive, “está na origem de vários desses episódios de linha dura” por parte do governo federal.

Um exemplo disso é a nota feita pelo novo ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, que teria sido fruto de uma ordem de Bolsonaro para atingir ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, por conta das declarações do magistrado a respeito do uso do Exército para pressionar as eleições presidenciais.

“Acho que o ministro da Defesa, que é um cargo do governo, político, cedeu naquele momento”, diz Helena. Contudo, a jornalista ressalta que “isso não quer dizer que as Forças Armadas como um todo, o Alto Comando, estejam favoráveis a um golpe. Eu acho que a gente tem que ter muito cuidado para analisar essas posições”.

Entretanto, Helena Chagas acredita que o nome de Braga Netto já esteve mais forte na esfera de poder. “Eu acho que depois daquelas compras de Viagra, camisinha, o sujeito ficou meio mal na foto”, diz Helena.

A briga pelo posto de vice na chapa de Bolsonaro

Segundo Helena, corre um rumor em Brasília de que a pastora Damares Alves, a ex-Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pode vir a ser a vice de Bolsonaro na chapa presidencial que quer a reeleição.

“Ele (Bolsonaro) está vendo que ela é uma pastora, é muito popular nas áreas evangélicas, e que talvez – por que que ele não confirmou até agora o Braga Netto como vice dele? É o vice, tem 90% de chance, mas acho que nos 10% ali está a Damares”, diz a jornalista.

“Eu acho que ainda tem uma coisinha dele estar pensando em não ter o Braga Netto como vice. Pode ser até que tenha, mas eu não sei”, diz Helena. “Essa atitude dele de tentar instrumentalizar as Forças Armadas, pega mal para um setor das Forças Armadas. É a impressão que dá”.

Além disso, vale lembrar que Damares é candidata ao Senado Federal pelo DF, disputando a vaga com Flávia Arruda, ex-ministra da Secretaria de Governo e responsável pela articulação política presidencial “em uma coisa muito esquisita”, na visão de Helena Chagas.

“Como é que um presidente da República coloca duas ex-ministras auxiliares disputando uma com a outra uma única cadeira ao Senado?”, questiona a jornalista.

Veja mais a respeito do tema na íntegra da TV GGN 20 horas desta sexta-feira. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. A cada momento mais fica evidente que a Eleição do Bozo foi um tremendo acidente.

    Agora , ele e os filhos zero qualquer coisa, só conseguem enxergar um vice dentro do seu campo. Nenhum dos nomes tras algo que ja não esta com ele.

    Escolher a Damares , ou a Flordelis não faz a minima diferença.

    E , vamos reconhecer a capacidade politica do Lula em buscar alianças fora do campo que tradicionalmente votariam nele.

  2. Eu acredito que haverá golpe. O mecanismo, na minha opinião, será semelhante ao que ocorreu nos EUA, com a diferença fatal de que, aqui, as FFAA serão convocadas para uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem que vai desembocar no golpe.
    Em 1964, de acordo com alguns autores, no 1º de abril ainda não havia consenso nem dentro do Exército, nem na Marinha e na Aeronáutica sobre a necessidade efetiva da ação direta, do golpe propriamente dito. E foi a movimentação do Mourão (o daquela época) que precipitou as coisas e acabou arrastando os que ainda queriam esperar mais um pouco, pelo simples corporativismo dos militares. Saíram tropas do Rio para deter Mourão, que vinha de Juiz de Fora, antes que chegasse a Petrópolis. Quando se encontraram, o que houve foi confraternização, porque o comandante que saiu daqui preferiu aderir do que resistir.
    Vai ser assim, novamente. Mesmo que metade do Alto Comando em cada Força discorde do golpe e queira respeitar o resultado das urnas, mesmo que seja assim, vão enfiar os rabinhos entre as pernas e ficar muito quietinhos. Provavelmente serão pressionados a passar para a reserva e serão alocados, se ainda existirem, em estatais, coçando vocês-sabem-o-que em troca de salários de gerentes ou altos assessores. E se venderem todas as estatais, vão bater na porta das empresas privadas como aquele velho personagem do Jô Soares, que apresentava um cartão de visitas e pedia um emprego, dizendo que “quem me mandou aqui foi o gandola” (para os que não sabem, gandola é a túnica/paletó do uniforme militar).

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