O Caso Wal do Açaí voltou à tona nesta terça-feira (22/3), após o MPF (Ministério Público Federal) enviar uma ação à Justiça Federal em Brasília, pedindo a condenação do presidente Jair Bolsonaro pelo crime de improbidade administrativa, ao considerar que, durante 15 anos do seu mandato como deputado federal, ele usou a comerciante Walderice Santos da Conceição como funcionária fantasma, ficando com parte do seu salário.
Na ação, os procuradores afirmam ter provas de Walderice, mais conhecida como Wal do Açaí, jamais esteve em Brasília – incluindo o próprio depoimento da comerciante confirmando essa informação, que se contradiz com o fato de ela estar registrada como assessora do gabinete do então deputado federal.
Também contestaram o argumento de Bolsonaro de que Wal trabalhava em contato com a população de Angra dos Reis, levando a ele as queixas e sugestões dos moradres. “Não há como justificar a manutenção de um secretário parlamentar, com jornada laboral de 40 horas semanais, exclusivamente para receber as demandas de seus habitantes, sobretudo quando o próprio Bolsonaro declarou não ter interesse, nem ser o representante dos eleitores daquela região”, alega o MPF.
“Tal conduta, absolutamente imoral e manifestamente ilícita, foi reiteradamente praticada por mais de 15 anos, somente tendo cessado em razão da repercussão negativa, após divulgação pela imprensa, durante a última campanha eleitoral”, diz o documento.
Além disso, a Folha de São Paulo publicou nesta quinta-feira (24/3) trechos do depoimento de Walderice, nos quais ela desmente um dos argumentos usados por Bolsonaro no processo: o presidente assegura que a comerciante não tinha contato direto com ele, mas sim com assessores, algo que ela nega, ao dizer que “praticamente só falava com ele (Bolsonaro)” sobre assuntos relativos à sua “assessoria”.
Outro fator que contradiz a nova versão de “distanciamento” entre Bolsonaro e Wal do Açaí é que ela foi candidata a vereadora de Angra dos Reis pelo Republicanos em 2020, com forte apoio de Jair Bolsonaro e dos filhos Carlos e Flávio. Os três chegaram a gravar vídeos pedindo votos para a campanha da moça, que inclusive concorreu com o nome de Wal Bolsonaro, mas nada disso deu certo, já que ela não foi eleita.
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