Foto: Agência Brasil
Jornal GGN – A jornalista Helena Chagas avaliou como um erro a decisão de governistas em fechar questão sobre a reforma da Previdência. Segundo ela, usado de mandeira desesperada, a cobrança por fidelidade pardária pode não ser garantia de votos e deixar o governo Temer exposto. Se não conseguir votar o projeto ou for derrotado, mesmo após ter fechado questão, o governo ficará “desmoralizado”. A crise pode “destroçar de vez um governo e sua base.”
Por Helena Chagas
Em Os Divergentes
Fechar questão numa votação é sempre uma jogada de risco. Pode ter efeito positivo e deixar à vontade deputados que estavam pressionados pelas bases a votar de uma forma – ganham a desculpa da disciplina partidária para votar do jeito que o governo e o partido querem. Quando usado na base do desespero, porém, o recurso pode ter efeito contrário, expondo dissidências e divisões, e enfraquecendo mais ainda o Planalto e os partidos aliados.É que pode acontecer agora no caso da Previdência.
Fechar questão e perder – ou não conseguir votar, que é uma espécie de derrota – é desmoralizante. E pode destroçar de vez um governo e sua base. É uma medida extrema que pode acelerar a percepção de que o rei está nu.
Há muitos e muitos anos, nos idos de 1984/85, foi o que aconteceu nos estertores do regime militar, acelerando sua deterioração, quando o então partido do governo, o PDS, fechou questão pelo voto em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral que acabou elegendo Tancredo Neves.
Naquele jogo de cartas marcadas, o PDS teria maioria numérica para derrotar Tancredo, não fossem as dissidências no próprio partido, formadas pelo grupo que acabou intitulado Frente Liberal – o pai do extinto PFL, hoje DEM -, integrado por José Sarney, Marco Maciel, Guilherme Palmeira e outros. A direção do PDS fechou questão e chegou a recorrer à Justiça argumentando que os votos dados a Tancredo, contrários à orientação partidária, não poderiam sequer ser computados. Coisas da ditadura. Mas perdeu todas no TSE, expôs a deterioração do regime e Tancredo foi eleito pela aliança entre o PMDB e os dissidentes.
Guardadas as diferenças de tempo, espaço, objeto e motivação, a consequência de um fracasso na estratégia do fechamento de questão determinada pelo Planalto para a Previdência pode ter um resultado parecido: expor a deterioração política do governo Michel Temer e mostrar que o rei está nu.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Nu !!!!
Há quanto tempo ele está nu ? desde sempre . Como deputado só se elegeu com pouquíssimos votos ! Não fosse o STF, toda a mídia , PGR, granes empresários e safadezas do PSDB, segurando sua capa de golpista, já estaria fazendo fazendo seu espetáculo diário, tal e qual o artista nu , que revoltou todos os pseudomoralistas da cidade Grande .
Aff !
Efeitos perversos de uma reforma sem rumo..
Vivemos num País onde o novo significa energia, sucesso e menores custos. A população está envelhecendo em ritmo acelerado e enfrentando um problema muito grave no mercado de trabalho: a troca da experiência por resultados rápidos, nem sempre obtidos de maneira sustentável.
Enquanto na Europa e Países desenvolvidos os jovens adentram no mercado de trabalho após a conclusão do ensino superior, muitas vezes pós graduação e/ou especialização, compondo uma mão de obra qualificada de alto valor agregado, em nosso país os jovens começam a trabalhar cedo, vivem um período de produtividade alta e são descartados mutio cedo das organizações.
Assim um profissional acima de 45 anos (que pode estar no mercado de tralhalho a trinta anos) já é considerado velho e portanto preterido pelo mercado. Não existem pesquisas sérias indicando este efeito perverso nas relações trabalhistas e o preço que pessoas experientes, muitas vezes altamente quaificadas terão com as medidas propostas por este governo insano, nem o assunto é tratado com profundidade na grande mídia.
De que forma estes profissionais conseguirão chegar aos 65 anos de trabalho sem conviver com o desemprego e tendência a substituição cada vez mais forte por entrantes no mercado de trabalho, dispositos a obter resultados a qualquer custo.
Só nos resta torcer para que esta insanidade sucumba diante da mediocridade de um congresso corrupto e disposto a arrancar até o ultimo centavo de um governo moribundo como este.
Seguindo ordens
O governo Temer está apenas seguindo ordens e cumprindo a sua parte no acordão que o mantém livre e solto (hoje e no futuro com a promessa de “tem que manter isso, viu!”), assim como também ao consórcio golpista. Quem defende mesmo a reforma da previdência o faz através das emissoras de TV e no PIG em geral, por trás do fone de ouvido que cutuca ao “colonista” de plantão nas coberturas noticiosas.
É um engano tentar atribuir a Temer e ao grupo que ocupa hoje o Planalto algum protagonismo pessoal nesta história toda. O governo atual está com o rabo extremamente preso, sem popularidade alguma, tentando cumprir com os acordos combinados com o verdadeiro gestor do golpe: o grande capital financeiro.
Curioso
È curioso como neste artigo Helena Chagas se preocupa mais com as questões estratégicas do governo, do que com as questões éticas. Estes nossos jornalistas que brandiam tanto a ética, e a luta contra a corrupção, e defendiam o impeachment, hoje em dia só se preocupam com as estratégias do poder. E de forma “”””neutra””” sequer julgam os aspectos éticos morais administrativos, e que comprometem, o país suas instituições e tudo o mais. Nada disso importa, agora apenas o desenrolar dos “””fatos””” e salvar a própria pele.