Desabafo do ex-leitor da Folha

Ontem, dia 17/09/2010, rompi, após trinta anos de relacionamento, meu derradeiro vínculo com o jornal Folha de São Paulo: cancelei minha assinatura do portal UOL, por intermédio do qual acessava a versão eletrônica daquele diário.

A decisão de fazê-lo deve ser entendida num contexto temporal mais amplo, ainda que tenha tido como motivação mais próxima a postura obscena da Folha em favor de determinado candidato na atual campanha presidencial. Não que, como é patente no caso da Folha, um veículo de imprensa não possa ter seu candidato. É legítimo que o tenha e que manifeste sua preferência por ele. Mas, para isso, há um local apropriado: o editorial. O que não se admite é que se contamine o noticiário com essa preferência, seja omitindo, distorcendo ou inventando notícias.

De qualquer forma, o fato é que, afora a falta de isenção e a resultante perda de credibilidade, há muito a Folha passava também por um processo de perda de qualidade. Ao longo dos anos realizou a façanha de se tornar, talvez atendendo um desejo dos novos tempos, um jornal para quem não gosta de ler. Textos encolhendo mais e mais pouco tinham a acrescentar a qualquer jornal televisivo, com a desvantagem do atraso da notícia em relação ao fato quando comparado à televisão. Algumas matérias chegavam ao cúmulo de mais parecerem mensagens do twitter.

Como se não bastasse, o jornal foi mais e mais se afastando do pluralismo que foi sua marca nos anos 80. O leque de colunistas que poderia servir de contraponto ao noticiário crescentemente enviesado foi se estreitando com o passar do tempo. O tiro de misericórdia foi a recente reforma pela qual passou o jornal.

Enfim, fica aqui meu desabafo. As perdas financeiras resultantes da minha decisão para o grupo Folha resumem-se a R$ 11,90 mensais. Ainda assim tenho a esperança de que no futuro o jornal venha sofrer as conseqüências das escolhas que agora faz. Mais do que inútil, um jornal que, tal como falsário, manipula a informação, é nocivo à nação. Não merece sobreviver .

Por Terezinha Maria Scher Pereira

O que me intriga em relação à Folha de São Paulo é pouca preocupação dos responsáveis com a reputação de um jornal que já teve momentos de honra, ao se colocar, um dia, a favor da redemocratização do país. A Folha hoje demonstra um desprezo arrogante pelo povo brasileiro que aprova o governo de Lula, pelo fato indiscutível de que a vida dos mais pobres melhorou. Os enfatuados colunistas e editorialistas do jornal não se envergonham de ostentar um pouco caso, de resto, ridículo ( quem lê a Folha?) em relação ao sentimento real da maior parte da nação? Em que mundo vive essa gente? No Brasil não parece ser. 

Luis Nassif

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