Os problemas de Serra

Em Minas

Do Valor Econômico

Marcio Lacerda anuncia apoio a Anastasia em MG

César Felício de Belo Horizonte

Lacerda, Anastasia e Aécio fecham aliança em Minas: prefeito de BH reivindica suplência no Senado para o PSB

A sucessão de Belo Horizonte em 2008 foi um dos fatores decisivos para o PSB anunciar ontem a decisão de integrar a coligação majoritária do PSDB em Minas Gerais, mantendo o apoio à candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT). Os líderes mineiros do partido encontraram-se ontem com o governador Antonio Anastasia (PSDB) e com o ex-governador Aécio Neves (PSDB), que serão formalmente apoiados para concorrer ao governo estadual e ao Senado. O PSB reivindica a suplência de Aécio. Informalmente, o partido apoiará a candidatura para a outra vaga ao Senado do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT).

Do ponto de vista tucano, o apoio do PSB este ano foi definido como estratégico por Aécio. “Estamos fadados a construir um projeto nacional. Quem sabe a construção de uma nova aliança”, afirmou o ex-governador, frisando que o PSB o apoiou ao longo de todo o mandato. Menções vagas à possibilidade de uma futura aliança de PSDB e PSB em termos nacionais foram feitas diversas vezes por Aécio em seus encontros no ano passado e no início deste ano com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que tentou disputar a eleição presidencial.

 O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB) tenta manter a discussão sobre a sua própria sucessão sob controle até o próximo ano, mas já há algum tempo o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) começa a ganhar projeção como um possível candidato em 2012. Em 2008, o PMDB foi o principal adversário de Lacerda, ao lançar a candidatura do deputado Leonardo Quintão. Aécio e Pimentel foram os principais apoiadores do atual prefeito.

Com o desenho da chapa anunciada ontem, o PSB sinaliza que a parceria eleitoral em Minas é com o Pimentel, não necessariamente com o PT. E colabora para tentar bloquear a ascensão do PMDB, que concorre ao governo com a candidatura do senador Hélio Costa e o apoio formal dos petistas.

“É preciso impedir que o PMDB tome a prefeitura em 2012”, comentou Lacerda, após o encontro. De acordo com o prefeito, é necessário ainda relativizar a força do PT na capital mineira. “Sem a ampla aliança que houve em 2008 possivelmente o partido teria perdido a eleição aqui”, afirmou. Então secretário estadual de Desenvolvimento, Lacerda foi lançado pelo PT, mas o partido vetou uma aliança formal entre petistas e tucanos. Teve o apoio informal de Aécio Neves. Iniciou a eleição como favorito, mas perdeu terreno para o PMDB ao longo do primeiro turno. No segundo turno, derrotou Quintão por estreita margem.

Lacerda manteve diversos integrantes da equipe de Pimentel na Prefeitura de BH , mas logo começou a entrar em atritos com integrantes do PT tanto na administração quanto na Câmara dos Vereadores, onde tem conseguido manter maioria. Sua relação com o ex-prefeito, contudo, segue tranquila.

O fiador do acordo é o ex-coordenador político do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, que não participou do encontro de ontem. Mares Guia, que saiu do governo federal em decorrência das investigações do Ministério Público que o ligavam a irregularidades na campanha do PSDB ao governo de Minas em 1998, ocasião em que era vice-governador do Estado, está integrado à campanha de Dilma e foi o principal artífice do chamado Lulécio, ou o apoio informal de diversas lideranças políticas às candidaturas à reeleição de Lula à Presidência e de Aécio ao governo estadual em 2006.

Este ano, os equivalentes ao Lulécio, que são o “Dilmasia” (voto em Dilma Rousseff e Anastasia) e “Pimentécio” (voto para o Senado em Pimentel e Aécio) terão como protagonistas os prefeitos e parlamentares dos partidos que compõem simultaneamente as bases do governo federal e estadual, como PTB, PP, PR, PDT e PSB. Entre os prefeitos das grandes cidades, Lacerda é o primeiro a sinalizar com esta tendência. 

No Rio

Tucanos do Rio mudam estratégia para aumentar exposição de presidenciável

Por Paola Mora, do Rio <!–Indique | Imprimir | Digg | del.icio.us     Tamanho da Fonte: a- A+
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Em busca de uma nova estratégia para tentar aumentar a popularidade do candidato à Presidência José Serra também no Estado do Rio, o terceiro maior colégio eleitoral do país, o PSDB agora tenta voltar atrás e aceitar uma antiga proposta do PV de não fazer a coligação nas candidaturas ao Senado. Tudo em busca de uma maior exposição para Serra na televisão. Segundo a última pesquisa do Ibope realizada no início de junho, a diferença para a candidata do PT Dilma Rousseff chega a 17 pontos percentuais.

Hoje, a coligação que apoia Serra no Rio tem como candidato a governador o deputado federal Fernando Gabeira (PV).O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) e o ex-deputado federal Marcelo Cerqueira (PPS) sairiam para o Senado. No entanto, com um candidato próprio, Serra conseguiria mais exposição na TV. Uma das propostas é que o atual candidato a vice na coligação, o ex-deputado federal Márcio Fortes, dispute o governo.

Quem gostou da proposta foi o vereador Alfredo Sirkis, coordenador da campanha de Gabeira no Rio. Voto vencido no início das negociações, ele defendia a candidatura independente da também vereadora Aspásia Camargo ao Senado. Agora acredita que não haverá mais impedimento para que sua proposta seja aceita.

À CBN, Gabeira confirmou a consulta do PSDB sobre a possibilidade de troca dos candidatos. Disse que a coligação fez uma nova consulta ao TSE sobre a possibilidade de não coligação para o Senado.

Já para o vereador Paulo Pinheiro (PPS), a proposta “não tem cabimento”. Para Pinheiro, se Serra precisa aumentar sua popularidade, deve fazer melhores propostas e botar a campanha na rua. Não é com o Márcio Fortes candidato ao Senado que o Serra vai decolar”, afirma.

Irritado com a proposta, Paulo Pinheiro ainda diz que quem ganha com toda esta discussão é o governador Sérgio Cabral (PMDB) porque dá a impressão de fragilidade na oposição. Para Sirkis, no entanto, a discussão sobre os acordos é normal e acontece não só no Rio como em todo o país. “É só olhar para os outros estados e ver o que está acontecendo no país inteiro. Isto é uma característica da política brasileira”, conclui.

Quem também sai perdendo com o novo acordo é Cesar Maia, que, em segundo lugar nas pesquisas, negociava para ter a maior parte do horário eleitoral que caberia aos candidatos ao Senado na coligação. Isto porque o DEM é quem tem maior número de deputados federais no Rio. Agora, terá que dividir o espaço com três outros candidatos.



Luis Nassif

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