Gabinete de Bolsonaro não informa como ida de Carlos Bolsonaro a Rússia foi financiada

A Presidência não respondeu a origem dos recursos que financiaram a ida de Carlos Bolsonaro na comitiva presidencial à Rússia

Foto: Reprodução Redes Sociais

A Presidência da República não respondeu a origem dos recursos que financiaram a ida de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, na comitiva presidencial à Rússia.

O gabinete de Jair Bolsonaro foi convocado a prestar esclarecimentos sobre a ida de seu filho e do assessor Tércio Arnaud à Rússia, em fevereiro. Ambos são integrantes do chamado “gabinete do ódio”.

O pedido de investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi encaminhado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que constatou a presença de ambos na viagem oficial internacional, sem apresentar nenhuma relação com interesses diplomáticos do mandatário.

Até então não divulgada publicamente, reportagem recente do Brasil de Fato expôs a lista completa dos membros dessa comitiva: 32 dos 52 funcionários eram militares. A lista não incluiu o nome do filho do presidente, mas sim do assessor Tércio.

Ainda, por meio do Portal da Transparência, o site recebeu da Presidência da República uma resposta sobre o valor gasto na viagem: R$ 229,6 mil, que se referem a diárias e passagens aéreas, excluindo aqueles que foram no avião da Força Aérea Brasileira, junto com o presidente.

Não foram revelados os valores gastos de combustível com a própria aeronave da FAB, gastos de cartão de crédito, alimentação, entre outros.

A suspeita levantada pelo senador é que a ida de Carlos Bolsonaro e do assessor Tércio, que integram o chamado “gabinete do ódio”, poderia ter relação com estratégias da milícia digital investigada pelo STF.

“Os planos do presidente Jair Bolsonaro parecem cada vez mais claros, não sendo demais inquirir os reais interesses dessa agenda. Assim, fica o questionamento óbvio: qual a verdadeira razão para uma viagem à Rússia em momento internacional tão delicado, com uma comitiva sui generis, com ausência de ministros e a presença de numerosos integrantes de seu gabinete do ódio, e no início do ano eleitoral”, havia acionado o senador.

Segundo Randolfe, buscas por sistemas de hackeamento e disseminação de Fake News por robôs poderiam estar entre os pontos das intenções da viagem.

“Ainda, não é demais destacar que o residente incrementou seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro, passando inclusive a se utilizar de um pretenso argumento de autoridade baseado nas Forças Armadas para questionar novamente a sua integridade.”

Imediatamente após o pedido ser encaminhado ao Supremo, a Procuradoria Geral da República não quis investigar a suspeita. A subprocuradora-geral Lindôra Araújo afirmou que se tratavam de “críticas e opiniões pessoais, bem-vindas na tribuna ou como matéria midiática, não como representação criminal”.

Mas solicitou que a Presidência da República prestasse informações, a título de esclarecimentos. A resposta veio nesta segunda-feira (14). O gabinete do mandatário afirmou que não há nada que deva ser investigado sobre a comitiva presidencial à Rússia.

Sem justificar a origem dos recursos, negou que tenha financiado a ida do vereador, filho do presidente.

Em ofício enviado ao STF, o Ministério das Relações Exteriores informa que “não pagou qualquer valor a título de diárias ao vereador Carlos Nantes Bolsonaro por conta da referida visita oficial e tampouco há registros de despesas neste Ministério relacionadas a sua participação na comitiva oficial do senhor presidente da República”.

Na semana passada, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro também negou que tenha custeado a viagem de Carlos Bolsonaro, também encaminhando documentos ao Supremo.

Redação

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