Foto: Agência Brasil
Por Ceci Juruá
Certamente não, diz a quase unanimidade dos intelectuais e cientistas sociais do Brasil. E eu me incluo neste grupo, com a convicção de quem sempre lutou nas hostes democráticas.
Mas ainda, amparada no conhecimento de nossa história e na vivência e resistência a dois golpes de Estado, 1964 e 2016, eu me pergunto: golpe? Para quê? Para quem?
-Não há mais democracia O golpe já ocorreu, em 2016, destruiu o embrião democrático que minha geração pensou estar nutrindo, resultado da fertilização de quatro décadas em que: a)
organizamos os movimentos sociais pró-democracia, b) inserimos na Constituição de 1988 os tão sonhados direitos universais e os direitos trabalhistas e sociais, c) obtivemos avanços qualitativos nos setores da Cultura, Educação e Saúde, d) enfrentamos as desigualdades de renda e de oportunidades características do subdesenvolvimento.
Com Lula e Dilma o governo brasileiro deu passos de gigante em direção à afirmação da soberania nacional, projeto nascido do trabalhismo gaúcho e encaminhado por Getúlio e
por Geisel. Velha aspiração dos brasileiros, o desejo de soberania nutriu, por sua vez, a retomada do controle sobre o petróleo e o pré-sal e a retomada da indústria naval, cujas
sementes haviam sido plantadas por Mauá (1846), por Juscelino e pelos governos militares. Dilma esboçou também novo código de mineração e a quebra de monopólio das altas
finanças como fonte de recursos externos, o banco dos BRICS.
Por tudo isto, veio o golpe de maio de 2016 e a enxurrada de projetos anti-nacionais e anti-populares que jamais seriam aprovados sem a quebra dos limites democráticos. Voltamos,
em 2016, à ditadura constitucional do Império e da República Velha, estamos sendo esmagados por um governo ilegítimo que concentrou esforços, e sabe-se lá o quê, na destruição dos direitos inscritos no Pacto de 1988 e na dilapidação do patrimônio nacional. Chegamos ao fim da Era Vargas, projeto explicitado claramente por Fernando Henrique Cardoso nos anos 1990.
-O projeto futuro dos senhores do poder O golpe liquidou a democracia e nos colocou sob comando dos poderes imperiais, em estado de submissão aos objetivos dos conglomerados industriais e financeiros mundiais. O governo brasileiro obedece a estes senhores, como era
costume no Império e na República Velha, do café-com- leite, quando o estado-maior do governo ficava em São Paulo e Minas Gerais. Exportava-se café e os minérios e metais
preciosos eram contrabandeados. Em lugar de impostos, o governo era financiado por divida. Para regozijo dos rentistas.
Saúde e educação eram privilégio de 5% da população. Recolhiam-se tributos para pagar a dívida pública e distribuir privilégios.
Se alguém acredita que estes senhores permitirão eleições limpas em 2018, renunciando à ditadura constitucional ganha sem luta e sem sangue, engana-se redondamente. Eles
vieram para ficar no poder por um século. Destroem a cidadania brasileira para nos oferecer uma cidadania global. Como já fizeram na Ásia e na África. As Forças Armadas serão sucateadas. Parcela significativa já foi transformada em Força Nacional, isto é, a guarda nacional dos antigo coronelismo. Mesmo na ocorrência de uma guerra serão desprezadas, pois a guerra entre nações é feita hoje com poucos homens, aviões não pilotados, muito dinheiro e mísseis de longo alcance.
E o povo? Ora, o povo que se dane. Cachaça e muito samba rock e algo mais, pensam os que defendem a liberação das drogas. Na China foi assim. Porque seria diferente no Brasil?
Para chefiar este projeto já foram designados o futuro presidente, qualquer que seja a reforma política e o regime eleitoral adotados. Mas também os governadores dos principais estados do Brasil.
Não há razão alguma para ter receio de outra ditadura. Ela já chegou. Voz mansa pregando a bíblia. Distribuindo balas e migalhas. E balas de fuzis. Trocando a educação pública
pelo mecenato dos rentistas. E fazendo do direito à saúde um privilégio dos endinheirados. Mais é desnecessário. Não caberia no orçamento de um país submisso, subjugado, sem
militares à altura da Pátria, sem tribunais que respeitem os princípios universais da Justiça, sem políticos que honrem a Nação e seu povo.
Ceci Juruá é economista, pesquisadora independente, doutora em políticas públicas. RJ, setembro de 2017.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Democracia sempre!
Uma hora a democracia voltará…
Ai todos devem ser submetidos RIGIDAMENTE sob o império da lei, não este arremedo de justiça que hoje temos, nem com este STF – que é uma vergonha!
O que não pode ter é a anistia ampla geral e irrestrita aos golpistas, sejam eles bilionários, juizes, empresários, políticos – enfim sem isso!
Mídia vai ter que mudar, sistema financeiro tem acabar com a agiotagem!
Eles criam um turbilhão no país para obter vantagem – chega disso!
Viram o país de cabaça para baixo para colocar em prática fobias, preconceitos e doenças mentais.
Tem juiz ai que é doente mental – não tem a menor chance!
É só dar um ctrl-c e um
É só dar um ctrl-c e um ctrl-v que sai tudinho!!Tá tudo na internet! !
Com a ameaça da cura gay não ser aprovada, entre outros projetos de lei, as forças armadas, que são os principais interessados nessa cura entre outras coisas, pretendem dar o golpe, tomar a governança e aprovar uma série de medidas, entre elas a cura gay. No caso da cura gay, vai beneficiar milhões de militares que sofrem com bullying e todos os tipos de preconceitos, bem como alavancará a dissememinação de clínicas especializadas para todos os civis. Vamos todos torcer para que os objetivos dos militares gays sejam alcançados, acabando com os preconceitos.
PARA SE ENTENDER POLÍTICA
tem-se que olhar à distância. Distância histórica, geográfica ou pessoal. Observar os ciclos políticos tanto quanto os ciclos da natureza para perceber quem e como controla a política.
O que está muito próximo não se vê com clareza. Olhando para o continente sul americano, de fato, a ditadura militar caiu de moda.Os governos desses paises, após um discreto respiro pós ditaduras, vêm sendo subsituidos pelos “democratas conservadores” (de seus próprios interesses) e apoiado pelo discurso “moderno” do liberalismo econômico. Ao governo que resiste acusa-se de , curiosamente, ser inimigo da democracia por tentar respeitar a vontade do povo e preservar seus interesses aplicando-se-lhe sanções de tal monta que o tornam inviável. Junte-se a isso a difamação desse governo às demais populações do mundo para que o exemplo não seja seguido. Uma espécie de intimidação.
No final das contas quem paga é o povo quer tenha sua vontade respeitada,quer não, porque manda no mundo quem tem mais dinheiro.
Discordamos: é fake news!
ALERTA: a (muito!) perigosa “Fake News” de “golpe militar” (sic)
Por Romulus & Núcleo Duro
– A provocação do General Mourão: “se não forem capazes, através do Poder Judiciário, de barrar Lula, as Forças Armadas o farão”.
– A sinuca de bico do General Villas Boas, Comandante do Exército: como manter a “legalidade constitucional” tendo de bater continência para um…
(UNIVERSALMENTE reconhecido…)
– … chefe de quadrilha??
– Mourão – a “síndrome do vice” (golpista!) ataca de novo: General Mourão tenta a última cartada para cacifar-se. Ao produzir a “fake news”, avaliou, corretamente, que o “seu” (?) momento era agora…
– … ou nunca!
– Decifrando o “mistério” (?) narrativo: quando o (civil…) Ministro da Defesa, Raul Jungmann, para (de maneira estabanada…) mostrar serviço, cobra a punição de Mourão, Villas Boas recusa-se.
Ora, o Comandante, corretamente, não quis promover o espetáculo reclamado pela mídia – inclusive a “de esquerda”!
Espetáculo esse…
– … ANSIADO pelo próprio Mourão (!)
– Dããããã!
– Cumpre registrar: o Brasil do(s) Golpe(s) – e do caos “institucional” (sic) dele(s) resultante – deve MUITO ao bravo General Villas Boas. Bem como à sua resiliência cívica e altruísta – inclusive em nível pessoal e, até mesmo, físico.
– Desastre na “blogosfera progressista”: o único a sacar o “jogo” – e a sinuca de bico – foi Fernando Brito, do Tijolaço. Evidente: ter andado tantos anos ao lado de Leonel Brizola fez toda a diferença.
– Lamentavelmente, todos os demais blogueiros derraparam feio na nova “batalha de narrativas”. Pior: foram PAUTADOS por interesses de direita (de novo, Senhor!). Desta feita, dos mais perigosos que há: nem mais, nem menos!
– Destaque, em especial, para a inverossímil análise dessa “nova polêmica” feita por Luis Nassif, no GGN.
LEIA MAIS »
Artigo Magistral, Excelente
O autor do post captou o cerne da questão: Não se trata de dar um golpe ou não, o golpe já foi dado. Trata-se de escolher qual golpe vamos querer; se um golpe militar, nacionalista, com crescimento robusto de PIB e de empregos, ou um golpe parlamentar, rentista e entreguista, com desemprego record.
Um golpe militar com torturas físicas a uns poucos ( se bem que só para os que desafiassem o sistema ) ou um golpe parlamentar com tortura do desemprego, fome, miséria e recessão para a grande maioria.
————–
Porque as esquerdas, com certeza, mesmo que remotamente chegassem ao poder, não venceriam o sistema do rentismo, nem o sistema midiático, ou seja, o projeto das esquerdas, é serem síndicas de um condomínio do grande capital, para gerarem alguns empregos e gerenciarem alguns projetos sociais. Mais que isto nem a elite, nem o Império deixariam, se é que deixariam isto até.
E mesmo que alguma esquerda quisesse diferente, não tem apoio de ninguém. Guerras hoje, como disse acertadamente o autor, se vencem com poucos homens, e com muita tecnologia e dinheiro, mesmo uma guerra contra um povo. O povo não tem nada disto.
Os militares sim, estes tem poder, para se imporem, pelo menos ao sistema rentista e midiático local.
Mas a esquerda quer acabar com o rentismo midiático, só que… tem medo. Quer, mas tem de ser do jeito dela.
————-
” Os intelectuais pensam diferente, acham que o Brasil pode esperar”
No dia em que os intelectuais tiverem de encarar um salário mínimo sem registro em carteira para sustentar a família, isto por décadas, talvez eu dê credibilidade ao que eles dizem.
———-
Então, fazer o que né ? Cavalo encilhado passa do lado do povo e este fica com medo de montar. Deixa a esquerda se convencer por si mesma de que 2018 vai ser uma festa, para a qual o povo não foi convidado.
E então, daqui a décadas… Ou seriam séculos ? Alguém vai olhar pra trás e dizer:
– ” Quanto tempo faz que o grupo de Temer assumiu o poder, estão até hoje no comando do país né? “
Na maioria das análses, penso
Na maioria das análses, penso que prevalece a impressão (real?) de passividade e o compasso de espera por algo pior (ou melhor).