Estadão lidera cobertura negativa sobre Lula, seguido por Globo e Folha, mostra pesquisa

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Grande mídia faz cobertura “extremamente negativa” sobre os 100 dias de Lula, tratando-o de forma pejorativa, aponta Manchetômetro

Sergio Dutti – PSB

O marco dos 100 primeiros dias do terceiro mandato de Lula (PT) na Presidência da República foi objeto de um dilúvio de críticas nos jornalões, segundo o levantamento “De Olho Na Imprensa”, do Manchetômetro, publicado nesta sexta-feira (15). 

A análise se desdobrou em 163 textos publicados pelos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Estado de S. Paulo, entre manchetes, chamadas, artigos de opinião, colunas e editoriais. Durante a segunda semana de abril, esses veículos mantiveram uma cobertura “predominantemente negativa” em relação ao Governo Federal, com pouquíssimos textos favoráveis. 

O Estadão lidera em negatividade, seguido pelo Globo e a Folha. O Estadão focou em textos contrários nas chamadas e editoriais, já a Folha em chamadas e colunas e o Globo em colunas e editoriais. O Estadão também é o único jornal que não publicou nenhum editorial favorável ao governo Lula nesta semana.

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100 dias, política externa, regulação das redes e economia

O levantamento apontou que a cobertura dos jornais teve quatro grandes temas principais. O primeiro tema foram críticas ao governo e às propostas do mesmo. “Dado o marco dos 100 dias de governo, foram publicados muitos textos críticos à proposta do Governo Lula de retomar projetos antigos e também críticas à forma do presidente de governar. Em suma, a cobertura dos 100 dias foi extremamente negativa para o Governo, com foco especial na figura do presidente, descrito muitas vezes de maneira pejorativa”, mostrou a análise. 

Já em meio a viagem de Lula à China, o segundo tema relevante na mídia foi a política externa, que passou a discutir “exaustivamente os benefícios do governo se aproximar daquele país asiático”. Contudo, nesta temática, houve textos criticando a fala de Lula sobre a Crimeia e sua falta de posicionamento quanto à Nicarágua e Venezuela, “um bordão que a grande imprensa frequentemente utiliza contra o petista”, lembrou a amostra. 

O terceiro tema de destaque foi a regulação das Redes, em meio aos casos de violência nas  e a influência das plataformas digitais para a disseminação de discursos de ódio. “A crítica aqui não se dirigiu ao governo ou a Lula, mas ao Twitter, pela maneira como respondeu aos questionamentos, considerada absurda pela imprensa. As medidas do Ministério da Segurança Pública e Justiça foram consideradas positivas para tentar coibir os discursos, mesmo que necessitem de alguns ajustes”. 

Por fim, a Economia foi o quarto tema mais importante nesta semana, dividido em dois pontos: o Arcabouço Fiscal do ministro Fernando Haddad e a taxação do ecommerce. “A proposta de  taxar o ecommerce foi analisada na mídia a partir de duas críticas: primeiro, de que a comunicação do governo não fora adequada e que, mesmo com o apoio de influenciadores digitais, a divulgação da medida não havia sido feita de forma correta; e segundo, que a taxação era um tiro no pé de Lula, afinal estaria retirando de seu reduto eleitoral, as classes mais baixas, poder de compra. Apesar disso, a proposta é analisada como positiva, por coibir a sonegação de impostos”. 

“Em suma, na semana dos 100 dias a imprensa dá mostras abundantes de não ter dado a Lula o privilégio de uma verdadeira Lua de Mel. O diagnóstico de que as ações do governo não são suficientes para responder aos desafios do país é disseminada na cobertura jornalística, principalmente nos textos opinativos, que são numericamente dominantes em nossa amostra”, completou o levantamento.

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

9 Comentários

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  1. Faz sentido. Os barões da mídia já estão sentido saudades do capitão genocida, mas eles obviamente não tem coragem de admitir isso publicamente.

  2. Eu quero é novidade! Os cães da mídia hegemônica precisam ladrar porque é essa a sua natureza. A caravana do Lula continuará passando vitoriosa e incólume. Dia desses ainda atropela uns.

  3. Acredito que para este momento inicial do governo Lula, para o próprio Lula e para o povão haverá um provável ganho da confiança e da credibilidade, por conta da iniciativa dos jornalões que, penso, demonstram claramente se desassociarem de qualquer indicação de que possam apoiar, aderir ou simpatizar com os programas e\ou eventos praticados e anunciados pelo atual governo.

    Assim, eu posso considerar que esta é uma excelente e poderosa notícia para o governo e para o povão brasileiro. Sem nenhuma dúvida.

    Avalio que a maior das importâncias é que a notícia sobre o comportamento não profissional, e talvez até preconceituoso, da “Grande Mídia” é muito mais potente do que aparenta ser.

    Observo que o grande silêncio e também a possível má vontade, com a divulgação de notícias favoráveis ao atual governo, faz com que este suposto silêncio reverbere muito mais positivamente e favoravelmente ao governo, do que eles imaginaram.

    Mesmo que praticassem a imparcialidade por obrigação, não evitariam que o governo Lula subisse mais degraus positivos e, certamente, não conseguiriam impedir os seus incontroláveis desabamentos ladeira abaixo.

  4. Céus ! A grande mídia criticou Lula !

    Criticava também seu Jair.

    Quem ainda vê ou lê a grande mídia ?

    Vocês vivem nos anos 1990 , a globo, a globo, a globo…

  5. No computador da empresa que trabalho o navegador é da Microsoft e na barra de ferramenta tem aquele ícone de notícias é incrível a enxurrada de notícias negativas do governo por parte desses jornalecos e outros desconhecidos.
    De repente já é uma estratégia de demonização do governo para colocar em prática algum plano, ainda mais agora fortalecendo a relação comercial com a China….. Tio Sam sempre terá a disposição vira-latas brasileiros para defender seus interesses.

  6. Chover no molhado é apontar a cobertura negativa dos meios hegemônicos de comunicação sobre o governo Lula, e nem deveria ser assunto de seus apoiadores.
    Apoiador deve promover, afirmar e reafirmar o bons feitos do apoiado de modo a ampliar seu escopo.

  7. Pela quantidade de tiros no pé que o Lula já deu, conforme nossos comentaristas de aluguel, ele já deveria estar andando de cadeiras de roda. Face ao alto índice de auto tiros, sugero ao presidente Lula, que em qualquer entrevista seja iniciada com um “data venia” aos companheiros de imprensa.

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