Comentário ao post “Cuba quer atrair mais turistas brasileiros“
Conheci Cuba em 1994 e só trouxe recordações agradáveis. Algumas delas:
– a grande quantidade de pessoas que iam para lá a fim de realizar tratamentos médicos;
– a amizade com uma professora de pré-escola: aluguei uma bicicleta e resolvi me distanciar da área turística; pedalei bastante; parei na frente de uma escola para observar as crianças que brincavam em um parquinho; uma professora se aproximou, começamos a conversar; levou-me para dentro; era hora do lanche e pude ver a molecada comer arroz, verduras e carne de porco, todos sorridentes; por um bom tempo, depois que retornei ao Brasil, trocamos correspondências;
– a conversa com um homem que já havia se casado 12 vezes; segundo ele, não é coisa assim tão incomum por lá;
– as crianças no centro velho de Havana fazendo pose e caretas para a máquina fotográfica;
– a ausência de mendigos nas ruas;
– o excelente nível cultural e a consciência política das pessoas;
– a simpatia de todos;
– a boa música, as meninas dançando balé clássico em um grande salão; o apreço geral pela arte;
– um incidente que se revelou benéfico: estávamos em um bom hotel à beira mar; ligaram para o nosso quarto dizendo que o hotel seria desocupado devido à aproximação de um forte temporal; o vento já trazia a água do mar para dentro dos pátios do hotel; fomos deslocados para o antigo Hotel Nacional, belíssimo, com enormes colunas de mármore; a cama do hotel dava para uns 5 casais, pena que eu e minha mulher somos caretas.
Houve muitas outras alegrias. É claro que observamos aspectos negativos, como a falta de produtos de consumo para os moradores da ilha, as atividades no paralelo (um engenheiro vendia colares de coral na praia), uma certa desorganização; o racionamento de energia nas ruas à noite. Não sei como está hoje, mas quero ressaltar que o Muro de Berlim caíra há cerca de 5 anos e o esfacelamento da antiga URSS levara à perda do auxílio comercial que recebiam dos soviéticos (petróleo x cana de açúcar). O bloqueio econômico pelos EUA continua, não sei por que têm tanto medo e raiva dessa ilhota tão diferentemente bela.
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