Irã: a nova posição brasileira na ONU

(Atualizado em 24 de março, às 11h15)

Por Miguel do Rosário

Não é mudança, Nassif. Quando o Brasil votou contra no Conselho de Segurança e na Assembléia Geral, o representante do Brasil explicou que o fórum adequado era o Conselho dos Direitos Humanos. Aí sim, poder-se-ia fazer uma avaliação mais justa. E a tendência era aprovar o que foi aprovado hoje, porque no Irã efetivamente há violações graves dos direitos humanos. Esperemos agora que alguém leve também uma denúncia contra Arábia Saudita. 

Lembremos que o próprio Brasil já sofreu diversas condenações de direitos humanos. Tive tempo de pesquisar a da OEA:

http://www.conjur.com.br/2010-dez-14/corte-interamericana-manda-brasil-investigar-guerrilha-araguaia

Mas lembro também do Massacre de Eldorado e Carajás, que valeram algumas advertências.

Vai dar um trabalho explicar isso para todos que estão com sangue na boca para provar a tese de que Dilma abraçou a doutrina imperialista… 

Do Estadão.com.br

Brasil vota a favor do envio de relator especial da ONU ao Irã

País muda posição e aprova resolução do Conselho de Direitos Humanos contra governo de Ahmadinejad

24de24 de março de 2011 | 9h 12

Jamil Chade, correspondente em Genebra – Estadão.com.br

GENEBRA – O Brasil muda sua posição em relação ao Irã e votou na manhã desta quinta-feira, 24, a favor de uma resolução no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, proposta pelos Estados Unidos para investigar as violações do governo de Mahmoud Ahmadinejad.

A proposta de enviar um relator especial ao país do Oriente Médio para investigar as denúncias de violações de direitos humanos foi proposta por Washington e foi votada e aprovada hoje.

Nos últimos 10 anos, o Brasil se absteve em votações que condenavam o Irã ou era contrário a resoluções, como no caso das últimas sanções aprovadas no Conselho de Segurança da ONU, em junho. Nas abstenções anteriores, na Assembleia-geral das Nações Unidas, a alegação brasileira era a de que esse não era o fórum adequado para a discussão. Em 2010, o Brasil aplicou as sanções aprovadas para tentar interromper o avanço do programa nuclear iraniano, mas foi contrário na votação com a justificativa de que as medidas “não eram um instrumento eficaz”.

A criação de uma relatoria especial para investigar abusos de direitos humanos no Irã não é uma condenação em si, mas chega perto disso. Até hoje oito países passaram por isso, entre eles Sudão, Coreia do Norte e Camboja. No entanto, a avaliação brasileira é que o CDH é o local adequado para essa discussão e a criação de um relator especial, uma medida eficaz.

Por Miguel do Rosário

Nassif,

Achei notícia da época em que o Brasil “se absteve” (ou seja, nem votou contra) de condenar o Irã na Assembléia Geral da ONU.

“Segundo o Itamaraty, o Brasil se absteve – assim como tem feito nos últimos anos – por não considerar a Assembleia Geral “o melhor fórum” para se debater a questão dos direitos humanos no Irã.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o espaço ideal para esse debate é o Conselho de Direitos Humanos da ONU, por meio do mecanismo de avaliação periódica mensal.”

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/11/101119_onu_abstencao_rp.shtml

A medida aprovada ontem não implica em condenação, mas apenas o envio de um representante da ONU ao país. É muito diferente do que aprovar sanções no Conselho de Segurança ou uma condenção sumária na Assembléia Geral da ONU.

Mas agora ninguém mais acredita em ninguém. Se o Globo explicar, vão dizer que é o PIG fazendo jogo de cena. Se eu, blogueiro, explicar, vão dizer que defendo Dilma a todo custo. 

As pessoas tem que se ater aos fatos em si. Leiam a notícia. Caso contrário, vai ser difícil debater com racionalidade em qualquer parte.

Luis Nassif

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