Os novos candidatos à prefeitura de São Paulo

Da Folha de S.Paulo

Disputa com novatos em SP antecipa campanha de 2012 

Pré-candidatos aceleram definição de alianças e de equipe de marketing

PT iniciou debates com postulantes há quase um mês; pelo PMDB, Chalita já contratou dupla de marqueteiros

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA 
VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

Com uma inédita antecedência de mais de um ano, São Paulo já assiste aos primeiros lances da campanha eleitoral de 2012.

O PT iniciou há três semanas um ciclo de debates com os postulantes e marcou para 27 de novembro as prévias que definirão o candidato -isso se o processo não for ainda mais curto, como prega o ex-presidente Lula.

Em outros “fronts”, partidos aceleram a negociação de alianças e antecipam até mesmo a definição de equipes de marketing político e assessoria de imprensa.

O que explica tamanha antecedência é o fato de, pela primeira vez na disputa pela prefeitura da capital, haver a possibilidade de uma disputa entre vários novatos.

Uma das configurações prováveis de cédula hoje teria, por exemplo, Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Eduardo Jorge (PV), Netinho de Paula (PC do B) e um nome do PSDB também estreante em disputas para cargo no Executivo.

Recém-filiado ao PMDB com a promessa de ser candidato a prefeito, Chalita se movimenta para que o vice-presidente Michel Temer não tenha como recuar do compromisso de lançá-lo.
Para isso, já contratou a dupla de marqueteiros Paulo Vasconcellos e Rui Rodrigues, que fez as campanhas dos tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia em Minas.

Também fechou com uma equipe de assessores de imprensa que trabalhou para o próprio Temer recentemente.

No campo das alianças, Chalita tem conversas adiantadas com o DEM, que negocia um pacote casado em que o PMDB apoie o candidato do partido em Salvador (BA).

“Essa movimentação do Chalita tanto tempo antes só se justifica pelo fato de que ele sabe que muito provavelmente o PMDB vai tentar lhe tirar a candidatura”, opina um observador privilegiado da sucessão paulistana.

Trabalham para inviabilizar o peemedebista, de um lado, o PT, de novo capitaneado por Lula, e, de outro, o prefeito Gilberto Kassab, desafeto do deputado federal.

Kassab, por seu turno, já disse ao marqueteiro Luiz Gonzalez, que fez sua campanha em 2008, que gostaria de tê-lo à frente da campanha de seu candidato -que pode ser um nome do novato PSD ou de uma sigla aliada, como o secretário Eduardo Jorge (PV), nome mais citado hoje.

Sem tempo de TV para seu novo partido, o prefeito tem, ainda, de garantir um arco de alianças que lhe dê tempo na tela. As conversas já estão bem avançadas com o PR e se desenvolvem também com PST, PC do B e PSB.

Questionado, Kassab nega que esteja preparando desde já o palanque de sua sucessão. “Por ora é prematuro tratar disso. Não se sabe nem quem serão os candidatos”, disse ontem àFolha.

ESTACA ZERO

As conversas sobre alianças ganham peso especial no cenário em que tempo de TV conta ainda mais na construção da imagem de candidatos desconhecidos do eleitor.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, que terminou uma rodada de visitas a todas as capitais para fechar um mapa das disputas de 2012, deve iniciar em setembro conversas mais oficiais com os partidos da base da presidente Dilma Rousseff.

Mas as tratativas já começaram: ele almoçou na semana passada com o ministro Carlos Lupi (Trabalho). A ideia é fechar aliança em São Paulo, e a contrapartida pode ser o apoio à reeleição do prefeito José Fortunati em Porto Alegre (RS).

Paralelamente à discussão sobre apoios, os candidatos novatos têm de consolidar amparo também no público interno. Haddad foi aconselhado a buscar uma relação mais próxima com petistas.

Foi advertido, por exemplo, por ter faltado ao aniversário do presidente municipal da sigla, Antonio Donato, que terá peso no processo de escolha do candidato.

Luis Nassif

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