Otan reclama de cortes no orçamento

Por Assis Ribeiro

Do Zwela

NATO. EUA querem ver mais dinheiro europeu

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“Estamos confrontados com pesados cortes que vão ter consequências na NATO”, disse Leon Panetta. Alemanha quer Aliança mais pequena

António Rodrigues, i

A reunião de ministros de Defesa da NATO em Bruxelas decorreu ontem com um novo secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta. O seu antecessor, Robert Gates, despediu-se dos membros da Aliança Atlântica com reparos à falta de capacidade europeia de agir coordenadamente para se defender. Panetta veio agora dizer que os dias estão maus para todos e os países europeus têm de disponibilizar mais dinheiro para o funcionamento da NATO.

“Alguns crêem que o orçamento norte-americano para a defesa é de tal forma importante que pode absorver os impactos e colmatar as lacunas da Aliança, mas é preciso não cair nesse erro. Estamos confrontados com pesados cortes que vão ter consequências na NATO”, disse o secretário americano da Defesa.

Para Panetta, os desafios de segurança no futuro exigem uma acção concertada entre os parceiros da Aliança Atlântica que não pode ser garantida “se cada país marchar ao ritmo do seu próprio tambor.”

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, já o afirmara durante a manhã de ontem, ao referir que é preciso “encontrar soluções multinacionais para a aquisição de meios, para a logística e para a formação”. Porque, segundo Rasmussen, “não podemos permitir que os países tomem decisões por si mesmos sobre a redução de forças sem o comunicar aos seus vizinhos e aliados”.

De acordo com o secretário-geral da Aliança, “em princípio, os ministros estão de acordo em que devemos centrar-nos mais na cooperação multinacional e usar com mais eficácia os nossos recursos. Existe acordo político. A questão é traduzi-lo na prática.”

O ministro alemão da Defesa, Thomas de Maizière, compreende que os Estados Unidos não estejam interessados em continuar a pagar 75% do orçamento da NATO, no entanto, considera que a solução não é aumentar a contribuição dos demais Estados mas a redução do orçamento geral da organização.

Maizière acha que os membros da Aliança Atlântica devem concentrar os seus esforços “no que é de facto necessário” para transformar a NATO numa organização “mais pequena e mais eficaz”.

Os Estados Unidos querem que os membros europeus da NATO cubram as faltas de especialistas para fixar os alvos a atacar e assegurem que as forças têm um arsenal devidamente apetrechado, “sobretudo” no que diz respeito a “capacidades cruciais: aviões-tanque e plataformas de inteligência, vigilância e reconhecimento”, como sejam os aviões não tripulados, disse o secretário da Defesa no seu discurso em Bruxelas.

No entanto, sinal de que o Pentágono não está interessado em forçar o tom do discurso para levar os europeus a mudarem a sua posição, as palavras de Panetta vieram envolvidas em elogios à acção dos países europeus na missão da NATOna Líbia: “Pudemos assistir a uma maior liderança dos europeus e partilharam-se mais os fardos do que se havia feito até agora”.

Luis Nassif

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