Polêmica da Petrobras é ideológica, avalia José Genoíno

Em meio as discussões irracionais sobre os lucros Petrobras levantadas pela grande mídia, com a acusação do mercado que o governo Lula (PT) está interferindo em uma empresa pública, o ex-presidente Nacional do PT e ex-deputado federal, José Genoino, afirma que esta é uma narrativa “ideológica” do neoliberalismo e daqueles que “querem um governo refém do mercado“.

A declaração de Genoino foi dada em entrevista ao jornalista Luís Nassif, no programa TVGGN 20h, que discutiu os desafios de Lula em reagir ao golpismo, na noite desta quarta-feira (14). [Assista a íntegra no final da matéria].

“A Petrobras não é uma questão de inteligência e de leitura, nem de burrice, é uma questão ideológica. Esses comentaristas e assessores são os eunucos do imperialismo, do ‘entreguismo’, do capitalismo, porque eles fazem um carnaval e eu pergunto: Para que que serve o controlador majoritário? Para que serve o governo? É para atender os interesses dos sanguessugas? Os rentistas são sanguessugas, que querem lucrar sem investir, sem produzir, sem gerar emprego, sem cuidar da saúde social e econômica do país”, declara o político, visto com “um dos grandes estrategistas do PT”.

“Essa luta ideológica sobre Petrobras, essa luta ideológica sobre a [extinta] Lava Jato, essa luta ideológica sobre a industrialização do país é para manter a hegemonia econômica neoliberal, que aposta na crise. Como a velha direita tá enfraquecida, a nova direita – que é extrema – se cria do neoliberalismo. O liberalismo ‘precariza’, terceiriza, destrói e mostra como alternativa para esse caos o individualismo, as armas, a religião da prosperidade“, explica.

Genoino insiste e afirma que a estratégia deste setor é isolar Lula. “Eles tentam colocar o Lula nas cordas, na defensiva, com uma pauta para que o governo fique se explicando. Mas, o querem é que o governo simplesmente administre o mercado, querem um governo refém do mercado. Esse é o ideal do neoliberalismo“, acrescenta.

Diante deste cerco, Genoino acredita que a missão do presidente “não é consertar estrago” ou de “colocar esparadrapo em feridas“, principalmente sobre aquelas causadas por gestões anteriores, “mas fazer algumas cirurgias seletivas e enfrentar o garrote da financeirização e da tirania fiscal”, tendo em vista “o papel do estado“.

“Se não rompermos com as rédeas do neoliberalismo e quais são elas: financeirização, privatizações – e aí tem que discutir o papel do estado e da tirania fiscal. Se não enfrentarmos esses pontos, nós vamos ficar limitados a uma espécie social dentro do neoliberalismo“, pontua.

Para ele, a a única forma de combater esse cerco formado pela extrema-direita é termos um projeto de país soberano. “Como é que vamos mobilizar corações e mentes se não se discute o futuro? É claro, é evidente, que o Lula tem força e autoridade para fazer esse movimento (…) Ele vai ter que tomar uma posição e fazer um chamamento as lideranças, porque a extrema-direita está agindo unitariamente e ofensivamente“, completa.

Assista a entrevista na íntegra: