Rodrigo Vianna e o silenciamento das críticas na grande mídia

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em entrevista exclusiva, jornalista e apresentador fala de manipulação de notícias e do que o levou a sair da Rede Globo após 12 anos

Rodrigo Vianna, jornalista. Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 – via Flickr

O jornalista e apresentador Rodrigo Vianna é um nome conhecido na mídia progressista por conta de sua presença como apresentador do programa Boa Noite 247, além de sua presença por 12 anos na Rede Globo, de onde saiu em 2006 por conta da manipulação de fatos pela própria emissora.

“Eu trabalhava na Globo, trabalhei por 12 anos, não era nenhum incendiário que saía brigando na primeira vez (…)”, diz Vianna, em entrevista exclusiva à TV GGN 20 horas desta sexta-feira (17/06).  “Toda emissora, todo jornal tem os seus limites, a gente sabe, ninguém quer bater de frente o tempo todo, tem linha editorial”.

Contudo, Vianna diz que seu limite pessoal foi ultrapassado em 2006, por conta da apreensão de R$ 1,75 milhão em dinheiro vivo no caso que ficou conhecido como os “aloprados” do PT, que usariam o montante para comprar um dossiê que tinha como alvo o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra.

Embora a apreensão do dinheiro seja de fato uma notícia, Vianna afirma que “a maneira com que eles foram armando isso, e não noticiavam o outro lado, e não noticiaram o dossiê em si – e o Serra estava envolvido, tinha umas denúncias contra o Serra”, a maneira como a Globo foi construindo…

“Aí eu fui me insurgindo, o Azenha (Luiz Carlos Azenha, fundador do site Viomundo) também estava nessa e outros… Acabei publicando uma carta na minha demissão (…) Foi a partir daí que acabei saindo e virei blogueiro”.

Vianna lembra que a grande mídia foi tirando o espaço dos jornalistas que eram críticos – “e eu repito, ninguém era incendiário, ninguém aqui era maluco de chegar no primeiro dia…eram pessoas que trabalhavam normalmente”.

Acidente não poderia estragar apreensão de dinheiro

O caso foi vazado às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais. “A gente começou a ver que tinha uma manipulação na cobertura, e atingiu o auge nessa história quando eles vazaram o dinheiro na véspera do primeiro turno”.

Vianna lembra que o repórter Raymundo Pereira, posteriormente, fez uma reportagem mostrando que a Globo deixou de divulgar o acidente sofrido pelo avião da Gol Linhas Aéreas, ocorrido na sexta-feira na região norte de Mato Grosso.

O acidente em questão foi o choque de um Boeing 737 com um jato Embraer Legacy. Enquanto o jato saiu ileso, o Boeing que voava de Manaus para Brasília caiu em uma área de floresta matando 154 pessoas.

“A eleição era domingo, sexta-feira cai o avião da Gol, aquele que se chocou com o Legacy se eu não me engano”, lembra Vianna.

“Aí na hora do JN já se sabia que um avião tinha caído. Não tinha todos os detalhes, mas se sabia que tinha caído. Não deram, senão ia estragar a cobertura que estava programada para ser metade do JN com o dinheiro, o dinheiro dos aloprados do PT”.

Veja mais sobre a respeito do tema na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. O Rodrigo é muito bom, mas fiquei preocupado com um comentário dele outro dia – “quem ganha 5 ou 10 SM é rico e apoia o Bolsonaro”.

  2. Quem ganha 5 ou 10 SM não é rico, mas em bairros pobres como o que eu moro, em Salvador, assim se julga. Vai chamar um cara dessa faixa salarial de pobre, aqui, e veja o pé-de-microfone que vai dar.
    Pé-de-microfone: confusão, situação difícil de contornar.

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