Por David Smilde
Os venezuelanos rejeitam a presidência de Maduro – mas a maioria se opõe à operação militar estrangeira para derrubá-lo
O presidente venezuelano Nicolás Maduro, que liderou seu país em uma das piores crises econômicas do mundo, foi empossado para um novo mandato de seis anos em 10 de janeiro.
Sua posse na Suprema Corte foi solitária: cerca de 40 países – incluindo Estados Unidos, Brasil, Colômbia e toda a União Européia – estão se recusando a reconhecer o governo de Maduro porque acreditam que sua reeleição em maio de 2018 foi manipulada.
De que outra forma poderia um líder com um índice de aprovação de 21% ganhar 68% dos votos?
Produtora de petróleo, que já foi uma das nações mais prósperas da América Latina, a Venezuela vem enfrentando grave escassez de alimentos e remédios desde 2014. Milhares de pessoas fogem de uma crise terrível lá todos os dias.
A maioria dos venezuelanos atribuem a Maduro – o sucessor escolhido pelo falecido Hugo Chávez, primeiro presidente eleito em 2013 – a responsabilidade por seu sofrimento.
Mas responsabilizar Maduro provou ser extremamente difícil.
Buscando a mudança democraticamente
Os cidadãos podem exigir democraticamente a mudança de líderes com desempenho insatisfatório de três maneiras: votando para que saiam do escritório, protestando para que mudem de rumo ou demitam-se, ou fazendo exigências por meio do diálogo face a face.
Os venezuelanos tentaram os três.
As últimas eleições livres na Venezuela foram realizadas em dezembro de 2015. Os partidos de oposição ganharam a legislatura venezuelana em um deslizamento de terra, garantindo uma super-maioria que lhes deu força sem precedentes para verificar Maduro.
Seu partido, o Partido Socialista Unido, reagiu retirando progressivamente o poder da legislatura e garantindo que os socialistas não perdessem outra eleição.
Em primeiro lugar, a agência eleitoral nacional administrada pelo governo cancelou uma proposta de votação do recall presidencial em 2016. Então, em julho de 2017, o Partido Socialista convocou uma votação inconstitucional para eleger uma legislatura alternativa. Mais tarde naquele ano, os oficiais do partido abertamente cometeram fraudes nas eleições regionais.
Quando Maduro se candidatou à reeleição em 2018, os funcionários do Partido Socialista desqualificaram os principais políticos e partidos da oposição e forçaram a votação sete meses antes, para evitar que eles se reorganizassem.
Muitos venezuelanos lutaram por sua democracia.
De abril a julho de 2017, centenas de milhares de manifestantes tomaram as ruas em todo o país, principalmente em protestos pacíficos. Os manifestantes em Caracas que se aproximaram do palácio presidencial ou dos ministérios do governo foram recebidos pela polícia e por soldados em tropas de choque que os espalharam usando gás lacrimogêneo, canhões de água e, freqüentemente, munição viva.
Pelo menos 124 pessoas foram mortas durante os protestos da Venezuela em 2017. Outros 4.000 ficaram feridos e 5.000 foram presos, segundo o Conselho Interamericano de Direitos Humanos. Dezenas, talvez centenas, foram torturadas.
Em meio a tudo isso, a oposição da Venezuela também tentou conversar com o governo de Maduro.
Mas os diálogos em 2014, 2016 e 2018 – incluindo um mediado pelo Vaticano – alcançaram pouco. Indiscutivelmente, as negociações enfraqueceram o movimento de protesto liderado pela oposição, dando a aparência de concessões do governo.
A opção militar
Depois de eleições democráticas, o protesto e o diálogo não conseguiram resolver a crise política da Venezuela, alguns líderes internacionais propuseram uma medida mais drástica para criar uma mudança política.
Em agosto de 2017, pouco depois de os Estados Unidos aplicarem sanções econômicas ao próprio presidente Maduro, o presidente Donald Trump disse que os Estados Unidos estavam considerando uma “opção militar” na Venezuela.
“A Venezuela não está muito longe e as pessoas estão sofrendo, e estão morrendo”, disse Trump. “Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário.”
Autoridades do governo até se reuniram com oficiais militares venezuelanos que tramaram um golpe antes de recusar apoiar seu plano.
Governos latino-americanos rejeitaram a “opção militar” de Trump.
Mas alguns líderes exilados da Venezuela abraçaram a ideia.
“A intervenção militar de uma coalizão de forças regionais pode ser a única maneira de acabar com uma fome provocada pelo homem que ameaça milhões de vidas”, escreveu o ex-ministro venezuelano e professor de Harvard Ricardo Hausmann em janeiro de 2018 na coluna do Project Syndicate .
Hausmann apontou para a invasão do Panamá e da Segunda Guerra Mundial, em 1989, como precedentes positivos de intervenções estrangeiras que acabaram com regimes tirânicos.
O ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, usou uma linguagem eufemística para justificar uma remoção de Maduro, apoiada pelos estrangeiros, dizendo que seria uma “intervenção humanitária”.
Comparando a crise lá com o genocídio de Ruanda nos anos 90, o Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, sugeriu que a intervenção militar poderia ser justificada sob o direito internacional, o que inclui a “responsabilidade de proteger”.
Na visão dos defensores da “opção militar”, os venezuelanos acolheriam de bom grado tal operação se isso acabasse com seu sofrimento.
A intervenção seria “ extremamente popular” na Venezuela, segundo Diego Arria, ex-embaixador venezuelano nas Nações Unidas e proeminente crítico de Maduro.
Os venezuelanos apoiariam a intervenção militar estrangeira?
Minha pesquisa na Venezuela sugere o contrário.
Todas as pesquisas credíveis na Venezuela dizem que a maioria dos venezuelanos quer desesperadamente Maduro fora do poder. Mas isso não significa necessariamente que estejam abertos a medidas desesperadas.
Em novembro de 2018, trabalhei com a Datanálisis, uma das mais respeitadas empresas de pesquisa da Venezuela, para acrescentar várias questões sobre a intervenção militar e possíveis negociações para sua pesquisa nacional de rastreamento.
Quando perguntados se apoiariam “uma intervenção militar estrangeira para remover o Presidente Maduro de sua posição”, apenas 35% disseram que sim – dificilmente a calorosa acolhida prevista pelos defensores. Mais da metade – 54% – rejeitaria tal operação.
Os venezuelanos também são céticos em relação a novas negociações com Maduro.
Apenas 37% “concordariam com um novo diálogo entre o governo e a oposição”. Quarenta por cento são “indiferentes” a conversas renovadas ou não responderam à pergunta.
Então, o que os venezuelanos querem?
Dado o comprometimento passado com o governo de Maduro, suas dúvidas são compreensíveis.
O interesse em mais conversas inflam, no entanto, se a mesma pergunta for reformulada para incluir um resultado positivo.
Quando os entrevistados foram questionados sobre “um acordo negociado para retirar o presidente Maduro do poder”, 63% disseram que o apoiariam. Isso torna as negociações, de longe, a opção mais popular para restaurar a democracia na Venezuela, de acordo com esses dados.
Esses resultados devem impulsionar os esforços atuais da União Européia e do Grupo de Boston – uma coalizão de políticos venezuelanos e americanos – para restabelecer contato de alto nível entre figuras do governo venezuelano, líderes da oposição e autoridades estrangeiras.
A diplomacia pode ser lenta e frustrante. Mas um acordo negociado teria o apoio das pessoas que mais importam: os venezuelanos que devem sobreviver ao governo de Maduro.
David Smilde é professor de Sociologia da Universidade de Tulane
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Sem elementos para defender
Sem elementos para defender ou condenar de forma peremptória o regime de Maduro na Venezuela, dado que “comemos na mão” das mídias e de interlocutores nada imparciais, resta-nos apenas arguir certas perplexidades:
– O Direito de autodeterminação dos povos é consagrado no Direito Internacional. Por que não vale para a Venezuela?
– Por que regimes tão ou mais nefastos em termos de autoritarismo, a exemplo da Arábia Saudita, Turquia, não são alvos da mesma preocupação e indignação?
– Se a Venezuela não detivesse boa parte das reservas mundiais de petróleo receberia a mesma atenção dos EUA e aliados?
O Brasil poderia até estar protagonizando um esforço para solver, pacificamente, essa terrível crise que acomete nossos irmãos venezuelanos. Tudo na base do diálogo e da negociação; ao contrário da arrogante e interesseira ingerência dos Estados Unidos. Ocorre que com a eleição de um sacripanta da estirpe de Bolsonaro, à frente de uma trupe de desajustados e mal intencionados, isso jamais será possível.
Que matéria é esta que não esclarece mas sim incendeia.
Comparar a Venezuela com Ruanda, é absolutamente absurdo e mostra claramente a tendenciosidade. O genocidio étnico em Ruanda não tem nada a ver com a Venezuela. Quanto às pesquisas fica a dúvida quanto a sua legitimidade. Pois se a eleição ocorreu com vários observadores internacionais presentes que não detetaram fraude, a eleição é válida, e tem uma amostragem maior do que qualquer pesquisa.
Quem sabe o Venezuelano tenha cŕiticas ao governo, mas não confie de forma alguma na oposição. O que continuo é sem saber o que de fato ocorre na Venezuela? A situação economica não está boa, o que embargos e sanções não auxiliam, mas o que de fato está ocorrendo não sei.
OS HIPOCRITAS QUE CONTESTAM A LISURA…
OS HIPÓCRITAS QUE CONTESTAM (SERÁ QUE COM RAZÃO?) A ELEIÇÃO DE MADURO, DEVERIAM PRIMEIRO CONTESTAR A PALHAÇADA DO TSE IMPEDINDO QUE LULA CONCORRESSE E PERMITINDO QUE O BOÇAL SE ELEGESSE ÀS CUSTAS DE MILHARES DE FAKE NEWS PAGAS POR EMPRESAS, ILEGALMENTE……..MAS NA VERDADE NÃO SÃO HIPÓCRITAS….POIS SÃO C A F A J E S T E S MESMOS……..
Todo país tem a sua quinta coluna
Mesmo considerando que a estupidez é uma ocorrência universal, não acredito que chegue a 35% o número dos venezuelanos que estariam de acordo com uma intervenção estrangeira. Mas, todo país tem a sua quinta coluna. Brasil é o caso óbvio. Por mim, se um dia chegarmos a uma situação que assim o exija, o pau tem que quebrar aqui dentro e entre nós. Que força estrangeira nenhuma (sem exceções) jamais pudesse pisar no solo brasileiro. Mas, infelizmente, isso, ao que parece, sempre ocorreu, de forma explícita (milicos gringos) ou oculta (agentes).
Veja pelo menos os primeiros 35 minutos desse vídeo
[video:https://youtu.be/cjwV3JAT3aU%5D
Oposição pacífica?
https://www.terra.com.br/noticias/mundo/america-latina/videos/homem-e-queimado-vivo-em-protestos-na-venezuela,8415947.html
O Orange hair se preocupa
O Orange hair se preocupa tanto com direitos humanos dos povos “amigos” desde que sofram em seu cadinho…….vide o massacre que promove contra os que tentam entrar ilegalmente em seu país………
Hipocrisia é o ingrediente desses governos safados e siameses, um crítica o ativismo de esquerda, enquanto incentiva o massacre de quem discorda de sua ideologia. São um bando de sem vergonhas, canalhas, abutres da boa fé, aproveitadores da raiva dos imbecis que brotaram da merda que viceja nos dias atuais………
Não vejo solução, viveremos dias de violência e intolerância, sob a benção de uma.midia corrompida, quadrilheira e tão assassina quanto essa malta no poder…..
Não conheço a real situação
Não conheço a real situação da Venezuela.
O fato é que quando governou, a elite venezuelana se mostrou tão predadora quanto a brasileira de seu povo.
Chaves e Maduro são apenas reações ao passado daquele pais.
A chave para este imbróglio é o setor produtivo, por que a elite vai querer voltar e com força total em cima do povo, como aqui no Brasil e lá talvez pior, milhares poderão ser condenados!
A direita nunca perdoa ninguém – perdão é coisa de esquerdista!
A solução é o setor produtivo, seria “Evoluir a ideia de socialismo do século XX!” para a ideia de uma social democracia.
Modernizar a relação capital X trabalho.
Conseguir adesão das forças produtivas, a elite perderia força…
Um lixo de artigo!
Um lixo de artigo!
cuuuuma?
“A maioria dos venezuelanos…”
Verdade fake! Toda vez que leio “a maioria” já desconfio. Via de regra essa é uma pseudo maiorya!
Se os Venezuelanos não querem Maduro, porque votaram nele?
quando li que havia somente
quando li que havia somente 40 governos na posse desisti de ler….
pois ouvi e li que havia 94 delegações estrasngeiras….pra. um
país que tem 25 eleições em 19 anos não pode ter um governo classificado de ditador,,,,
é prerciso saber a origem desse artigo, certamente um autor que tem
interesses da grande midia internacional ligada ao pentágono e por aí vai….
parecidinha com a grande mídia avacalhada
naional….que copia os releases armamentistas estadunidenses…
se a maioria não quer maduro
se a maioria não quer maduro como diz o autor por
que mais de 60 por cento o elegeram?
parece que não reza, tchê!
mais de 60 porcento votaram
mais de 60 porcento votaram em maduro,…portanto, é
mentrira que a maioria não quer o presidente eleito democratiamenrte….
Artigo enviesado
Se o povo não queria Maduro, pq o elegeu?
Outro ponto: mais de 200 observadores internacionais acompanharam as eleições e atestaram a lisura do pleito.
Por fim, havia mais do dobro de delegações estrangeiras na posse de Maduro, que na posse do Bozo. Maduro tem mais prestígio que o Bozo.
Maduro tem muitas fragilidades, mas conseguiu alinhar-se com China e Rússia, um feito político notável. Por conta do arsenal bélico da Rússia, a maior potência armada do planeta, os EUA vêm resistindo a atacar a Venezuela abertamente. Passarinho que come pedra sabe o Trump que tem.
Ademais, de saco cheio da arrogância desses estadunidenses, ladrões de petróleo.
tudo por petróleo…
se estivesse endividando o país, em petróleo, com os Estados Unidos, hoje estaria tudo maravilha, mas está com a Rússia e a China
daí que veio a tal ameaça à segurança americana declarada por Obama
Nossa!Que post ridículo! O
Nossa!Que post ridículo! O sujeito começa fazendo um colóquio de afirmações tiradas sabe-se lá de onde mas,pelo jeito,longe da verdade para concluir de forma magnânima que todas suas pesquisas demonstraram que o povo venezuelano quer a saída de Maduro.
Que pesquisas foram essas? Onde estão estes dados disponíveis para consulta?
No lugar destas pesquisas vamos aos fatos verdadeiros:
Os falcões do Norte estão a um piscar de olhos da Venezuela e se sentissem que há a menor possibilidade de derrubar o presidente eleito,já o teriam feito.
Outro fato que não precisa de pesquisa,é só constatar um loco,foi o que ocorreu no Afeganistão há longos 15 anos,no Iraque há 13 anos e,mais recentemente na Líbia,há 7 anos.
Em todos estes países, em todos,a desculpa era a mesma: ditaduras sanguinárias ou religiosas que torturam, que eram contra a democracia etc e tal.
Pois bem,passado todo este período, a vida destes povos só andou para trás. Democracia que é bom,nada. A vida só piorou e,no caso da Líbia, houve um retrocesso incalculável na qualidade de vida de seu povo,algo que somente o Brasil concorrerá para suplantar.
Os falcões do Norte não desistem nunca mas parece que o povo venezuelano também não.
De qualquer forma,foi um post muito ruim.
E o GGN com isso?
Sinceramente, esse artigo é tão notavelmente ideológico a favor da preparação da opinião pública para a derrubada do governo da Venezuela, a título da “liberação” do país do “desastre” bolivariano, como advoga o lixo do planeta (Trump, Bozo, Macron…), que eu me pergunto o motivo do GGN haver amarrado seu burro nesse jabuti.
Caracas ? Tiuna ………?
O problema que se avoluma não está em Caracas, mas em Maracay/Aragua onde opções já são voz corrente, por enquanto Padriño ainda controla a situação, mas ……………….não se sabe até quando.
consciência situacional da população venezuelana
A narrativa de enfraquecimento da Venezuela parece deparar dificuldade crescente em reunir elementos sólidos, fatos reais em que se firme, de tal modo que eventos encenados de desestabilização promovidos, salvo melhor juízo, vem servindo à ampliação da consciência situacional da população para a defesa. Com efeito:
[video:https://youtu.be/XX84KS54TsI%5D
Sendo realista: a Venezuela
Sendo realista: a Venezuela será invadida, cedo ou tarde. Ninguém vai impedir as ações dos EUA (eles mandam no mundo, afinal de contas). Rússia e China podem tentarão intimidar, mas efetivamente não vão gastar dinheiro em uma guerra que não é deles em outro continente.
Basta saber se o Brasil será bucha de canhão da invasão. Acredito que sim, considerando a vassalagem do Bozo diante do governo do norte.
Será um genocídio que irá alimentar a instabilidade política e social na América Latina por décadas, transformando-a em um Oriente Médio 2.0.
O Brasil entrará no caminho de se tornar o país inimigo da América Latina (sendo um país invasor), perdendo prestígio entre os vizinhos e destruindo o Mercosul. O Brasil e a América Latina perderão avanços pequenos que levaram décadas para conseguir e os EUA ganharão muito dinheiro e petróleo nessa empreitada.
É isso.