Xadrez da esperteza do mercado e o fator Temer

Peça 1 – a arte de prever o pensamento médio do mercado.

O mercado trabalha sob a ótica do investidor racional, o que toma suas decisões baseado em análises e na lógica. Não é assim. No mercado, há um efeito manada similar ao que acomete o público comum em relação a eventos de repercussão.

Há vários tipos de análises no mercado.

A mais consistente é a chamada análise fundamentalista – que se debruça sobre os fundamentos da economia e da empresa analisada. A boa análise permite ao analista prever como a economia estará daqui a algum tempo. Mas não é suficiente para prever o chamado pensamento médio do mercado. É o pensamento médio que, em última instância, define o valor da ação.

Os ganhos são obtidos por quem consegue prever o pensamento médio do mercado – ou seja, a irracionalidade dos movimentos de manada – em relação aos fatos concretos que ocorrerão na economia.

Peça 2 – como operam os profissionais

Hoje em dia, as Bolsas estão subindo devido a uma nova onda de liquidez internacional, que inclusive ameaça formar novas bolhas globais. Os três índices da Bolsa de Nova York – Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq – alcançaram máximas históricas, algo que não acontecia desde 1999.

Aí analistas profissionais, como Luiz Carlos Mendonça de Barros, assumem posições compradas – que trazem ganhos ao investidor sempre que a bolsa sobe. Ele sabe que o governo Temer é instável, que está longe de se consolidar. Sabe, inclusive, que há uma probabilidade cada dia menos remota do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) caçar a chapa completa de Dilma, levando Temer junto.

Mas o que interessa é o movimento de curto prazo da Bolsa até a votação do impeachment. Ele passa, então, a atribuir a alta da Bolsa à suposta consolidação do governo Temer (http://migre.me/uG6Ds). Esse discurso é repetido por outros profissionais de mercado, criando o efeito manada.

A Bolsa continuará subindo até o dia da votação do impeachment. No dia seguinte, o país continuará o mesmo, não haverá mais dúvidas sobre a permanência de Temer no curto prazo, mas mesmo assim a Bolsa despencará porque Mendonça e outros operadores profissionais, começarão a vender suas posições, realizando lucros. E quem ficará com o mico são os investidores menos informados, que acreditaram que a alta se devia a fatores internos e ao enorme brilho do governo Temer.

Portanto, todas essas análises sobre o mercado subordinam-se a visões de curtíssimo, curto, algumas vezes médio prazo. E os movimentos de manada, quase sempre, são montados em cima de visões parcialíssimas da economia.

Peça 3 – a análise fundamentalista

A rigor, o mercado é afetado por fatores externos e internos. A análise fundamentalista é aquela que tenta analisar as empresas de forma sistêmica, com todos os fatores que poderão impactar seus resultados. E mesmo ela, com toda sua racionalidade, dificilmente autoriza conclusões taxativas sobre as cotações – porque estas dependem do pensamento médio, que não se move racionalmente.

Veja no quadro abaixo, com um pequeno resumo dos fatores que impactam a Petrobras.

exto alternativo gerado por máquina:E e ções nos EUA Juros nos EUA L quidez int

 

Lado externo

O principal fator é o preço do petróleo. Sobe o petróleo, sobe a ação da Petrobras e vice-versa.

As cotações do petróleo são afetadas pela oferta, demanda e pela liquidez internacional.

Do lado da oferta, há inúmeros fatores geopolíticos presentes. Uma crise fiscal na Rússia, um conflito no Irã, uma crise na Venezuela, são fatores que impactam diretamente a oferta do produto.

Do lado da demanda, o desempenho econômico da China e dos países da União Europeia.

Do lado da liquidez, a situação das taxas de juros internacionais e das injeções de liquidez dos Bancos Centrais que, injetando muito dinheiro na economia global, promovem movimentos especulativos com commodities.

Todos esses fatores estão entrelaçados. Um acirramento de ânimos entre EUA e Rússia, por exemplo, afetará a oferta de petróleo, aumentará as avaliações de risco e, por consequência, a liquidez internacional.

Tem-se hoje em dia um quadro internacional bastante similar ao brasileiro, sem a presença de figuras referenciais capazes de apontar rumos ou promover pactos. Cria-se um campo extremamente volátil para previsões. O caso Brexit é sintomático da imprevisibilidade dos modelos.

Lado interno

A cotação final da Petrobras é dada pelos seus resultados de balanço e pelos ecos do mercado de ações em geral.

Os resultados próprios são afetados pelo aumento da produção, cotação dos derivados, redução do passivo. Nem sempre o que é bom para o acionista é bom para a empresa. O acionista se move exclusivamente pelos resultados de curto prazo enquanto a empresa tem que se planejar no longo prazo.

Os movimentos do mercado de ações, por sua vez, se refletem automaticamente nas cotações das empresas. O mercado é afetado por eventos internacionais (a maior ou menor liquidez internacional) e por eventos internos.

Grande parte do mercado atua de forma binária. São os investidores que recorrem a robôs que disparam ordens de compra ou venda quando a cotação atinge determinados patamares.

A maioria do mercado, mesmo os que não recorrem a robôs, atua de maneira binária.

Se o impeachment passar, a bolsa sobe até o dia da votação. Depois, cai.

Se não passar à reforma da Previdência, a bolsa cai.

Se a Lava Jato detonar ainda mais o Lula, a Bolsa sobe.

Se a Lava Jato pegar o Temer, a bolsa cai.

Se passar o limite de gastos a Bolsa sobe.

Tudo isso é avaliado evento a evento. Se um determinado evento leva a uma alta da Bolsa, no dia seguinte à ele, a Bolsa cairá por realização de lucros.

Peça 4 – O mercado e o país

A partir daí, é paradoxal a ideia de que o desenvolvimento virá de políticas econômicas que atendam o mercado no curto prazo.

Voltemos à análise do Mendonça de Barros. Para não ficar mal com os especialistas de fato, ele inclui na sua análise, ainda que em segundo plano, a liquidez internacional e os juros estratosféricos proporcionados pela taxa Selic. Enfatiza que as próximas mudanças fiscais propostas por Temer aumentarão ainda mais a credibilidade do país.

No plano real, de visão de futuro, o que ocorrerá?

1.     Juros altos: desestimulam os investimentos produtivos.

a.     Aumentam a taxa de retorno requerida para os investimentos.

b.     Pressionam a dívida pública, absorvendo mais recursos do orçamento.

c.     Como consequência, são reduzidos os os investimentos públicos e os gastos.

2.     Limites orçamentários, cortando na carne despesas com saúde e educação, interessam apenas aos rentistas. Os limites para a alta de juros são dados pela relação dívida/PIB. Com os cortes orçamentários, ganha-se mais tempo para a manutenção de juros elevados. Mas compromete o investimento produtivo:

a.     Menos oferta da mão-de-obra especializada.

b.     Menos dinamismo no mercado interno.

c.     Menos atividade econômica, com menos interesse pelas concessões de infraestrutura.

3.     Cortes de gastos sociais alimentam a instabilidade política. De um lado, pelo aumento das tensões sociais e da criminalidade em geral. De outro, por inviabilizar politicamente o governo que aplica essas políticas, induzindo-o a ações visando interromper o processo político. Para o investimento produtivo – que planeja para horizontes de décadas – é um forte desestímulo. Para o investimento especulativo, um chamariz, porque saídas abruptas de capital também permitem grandes ganhos financeiros.

É evidente que Mendonça de barros sabe de tudo isso. Mas, como operador de mercado, seu papel é buscar aquilo que é melhor para o mercado.

Esse vício contaminou toda a estrutura produtiva brasileira. As grandes corporações trocaram o crescimento sustentado pelos ganhos de tesouraria. É o típico caso do cachorro se alimentando do próprio rabo.

E essa extravagância, própria de nações subdesenvolvidas, é tratada como tema sofisticado.

 

Luis Nassif

40 Comentários

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  1. Mendonça de Barros disse em

    Mendonça de Barros disse em recente programa PAINEL da Globonews que Henrique Meirelles é a solução natural para a Presidencia da Republica em 2018, diretamente da Quinta Avenida passando por Wall Street, tudo certo, só falta combinar com o pessoal do Complexo da Maré e com a comunidade da favela de Heliopolis que acham Meirelles o maximo.

    1. André, não se esqueça que

      André, não se esqueça que Globo conseguiu colocar milhares nas ruas atrás de um Pato de Borracha e de gente como o Alexandre Frota. Emplacar o Meirelles vai ser mamata para os Marinho, especialmente porque a INCOMPETENTE da Dilma só deixou de arma nas mãos do povo o controle-remoto.

       

      Nunca subestime a idiotia humana.

  2. Somos todos uns trouxas mas somos trouxas olímpicos

    A bolsa do país sempre foi e continuará sendo especulativa. Mais, contaminada que é pelo vazamento de informações privilegiadas e pela divulgação de peças contábeis inverídicas, seja por intenção de maquiar resultados ou pelo simples fato de que a contabilidade no país não é prestigiada e nem respeitada, gerando demonstações financeiras dúbias e inexatas que são frequentemente engolidas sem embargo por auditorias que fazem apenas um papel profissional de parte interessada na própria subsistência, relegando sua verdadeira finalidade e razão de existência.

    Aos que se sentem incomodados com esta afirmação, eu os desafio para que expliquem Eike Batista, Petrobrás, e as construtoras que tem capital aberto. Será que estas auditorias não enxergaram os problemas que estas empresas representavam? Ou será que insistirão na surrada desculpa das ‘ressalvas’?

    Fato é que aqueles que se baseiam em balanços para decidir seus investimentos em ações agem como compradores de mapas de tesouro elaborados por piratas. Comprariam até ações de empresas que fabricassem tônico para fazer nascer cabelo nos tempos do velho oeste.

    A palavra ‘mercado’ já tem em si um disparatado uso linguístico. Por aqui não temos, definitivamente, mercado financeiro. Temos banqueiros e rentistas especuladores. O fato da bolsa oscilar para cima ou para baixo não serve de indicação para explicar ou prever absolutamente nada em nossa economia. Algumas explicações são forjadas com base naquilo que o público pode vir a saber. A verdade sobre as finanças das organizações somente alguns poucos administradores que a elas pertence consegue saber com exatidão. E acreditem, são tenebrosas.

    Não recomendo à ninguém que faça investimento em ações. Jogo de azar por jogo de incertezas, é melhor voar até um país onde o jogo é legal e arriscar na roleta, nos dados, ou no black jack, seu dinheiro que esteja sobrando. A probabilidade de sair ganhando é bem maior.  A menos, é claro, que se possa contar com informações de bastidores, aquelas que somente vão para a mídia quando a vítima já não pode mais fazer nada para se defender das perdas.

    1. “Não recomendo à ninguém que faça investimento em ações.”

      Isso não é específico do Brasil! 

      Corretores de ações na Alemanha chamam os investidores de “dumm und frech” – “bobos e impertinentes”:

      Bobos porque compram ações e impertinentes porque exigem dividendos. 

       

    2. As empresas do Eike nunca

      As empresas do Eike nunca tiveram bons balanços. 

      As construtoras e a Petrobras, só quando as ações estavam em alta. 

      Portanto, sua análise não se sustenta. 

      A grande verdade é que a cotação, segue o balanço da empresa no longo prazo. No curto prazo, tudo pode acontecer. 

  3. Pergunto a Nassif e a todos

    Pergunto a Nassif e a todos os leitores do artigo, alguém dentre vocês conhece algum trabalhador honesto que aplica em Bolsa de Valores? É mera curiosidade.

  4. Esse tal Mendonça de Barros

    É o queridinho do PSDB e da Globo News. Esse tipo de esperteza é que comanda a politica econômica dos iluminados da nova direita, aqueles  do pato da fiesp. Já perto de me aposentar, entendi agora o que é esse tal de “mercado”. E posso garantir, é uma tragedia para a maioria de nós, pobres mortais. Armem as barricadas …

  5.  
    Eu tenho certeza que o

     

    Eu tenho certeza que o Meirelles será um excepcional presidente da república, caso seja eleito.

    E como eu posso ter tanta certeza?

    Simples. Porque para ele ser eleito presidente, significa que o Brasil superou a crise em 2 anos, estaremos crescendo a taxas de 5% em 2018, o desemprego estará em queda vertiginosa, as bolsas bombando, pobreza caindo, etc.

    Meirelles jamais será eleito por um discurso nem de medo nem de esperança, mas sim pelas conquistas pelo Brasil que ele alcançará nesse 2 anos e meio.

     

  6. Extravagância, nesse caso, eufemismo de Roubo.

    “As grandes corporações trocaram o crescimento sustentado pelos ganhos de tesouraria. É o típico caso do cachorro se alimentando do próprio rabo.

    E essa extravagância, própria de nações subdesenvolvidas, é tratada como tema sofisticado.”

  7. Muito bom ler um texto de

    Muito bom ler um texto de pessoa honesta. Coisa raríssima no cenário político, religioso, midiático, juridico…nacional e internacional atual.

  8. Já reparam q só se debate
    Já reparam q só se debate poder e negócios no governo Temer?
    E AS PESSOAS ? NÃO É PARA CUIDAR DELAS Q EXISTE POLÍTICA?
    Obs: Por isso q aposto no crescimento da esquerda já nestas
    eleições,o povo está percebendo o q ocorre aqui e por isso se
    consumado o golpe, Temer não poderá fazer grandes mudanças!!

  9. O novo.
    Quando nos desgrudaremos do pensamento único?

    O mercado deve se submeter à população, ou continuamos com o mercado ditando as ordens e derrubando governos eleitos pela população?

    Este é o embate mundial, expressado em todos os movimentos de ruas desde o “occupy Wall Street”, ao atrapalhado brasileiro de “mais saúde, educação e transportes públicos” e derrubando Dilma e colocando em seu lugar a elite aversa às coisas públicas.

    Este é o tema do livro de Piketty que critica a economia de mercado e sua concentração e sugere atenção às populações com uma divisão mais equilibrada das riquezas.

  10. Não é mole, não

    Tem gente por aí atribuindo o aumento do preço das ações ao golpe contra a Democracia e contra Dilma. O pior é que há gente que acredita nisso.

    Uma coisa nada tem a ver com a outra. Aumento saudável de preço de ação tem de estar relacionado com a melhoria do mercado consumidor, ou com abertura de novo mercado, ou descoberta de tecnologia revolucionária que aumentará as vendas, ou descoberta de jazida mineral e coisas deste tipo.

    Nada disto aconteceu. O que se vislumbra é aumento da inflação, aumento dos juros, aumento de desemprego, baderna política, greves, convulsão social. A perspectiva é a de que o mercado consumidor minguará!

    Mas há gente que chega a dizer que a economia começa a crescer!!!! E tem gente que acredita! PQP! Como estaria a crescer se as novas projeções dos próprios grilos falantes da camarilha golpista são de que o PIB terá queda maior do que a prevista inicialmente? Isso sem se falar das ameças de manutenção de juro elevado por muito tempo e aumento de impostos.

    Viver num país em que idiotas que acreditam em potoca têm voz é FODA!

     

    1. não é mole…

      Será que somos desprovidos de cérebro? Será que nossas universidades, centros acadêmicos, intelectuais, financistas não conseguem produzir nada mais elaborado que esta picuinha eterna direita versus esquerda? Voltemos aos anos de 1980, todas as forças que haviam sido repelidas da construção democrática do país enfim retornam. O atraso e  a miséria brasileira são frutos da falta de uma politica educacional, da subordinação aos interesses estrangeiros e falta de investimentos sociais. Todos concordavam. De lá para cá, fomos governados basicamente por estas forças, com raríssimas exceções. Naqueles anos, a gasolina importada em dólar (porque não produzíamos nada e não existia a sombra de Pré-Sal)  era o gatilho para toda desculpa de aumentos e de inflação. Gasolina aumentou. Aumenta o feijão. Aumenta a carne. Aumenta o pão. Aumenta o aluguel. Por que sem a  gasolina…blá, blá, blá…E aí nossa agropecuária e seus preços ridiculos e famélicos contrabalanceava a média inflacionária. Mais de trinta anos depois, governos livres, de pessoas livres, e continuamos a ouvir destes poiticos e desta imprensa a mesma ladainha, o mesmo fatalismo, a mesma impotência? Paremos de ser tão medíocres!!! Para que precisavamos vender a maior rede de telecomunicações do Hemisfério Sul? Para que precisavamos vender as maiores jazidas minerais do planeta? Para que precisavamos vender as maiores hidroelétricas e sistemas de transmissão de energia do mundo? Para que precisamos vender a maior petrolífera? O que mudou sgnificativamente neste país em 30 anos, pelo sucesso de politicas públcas destes “iluminados”, que não foi em decorrência do envelhecimento da população, diminuição nas taxas de natalidade e aumento dos fluxos comerciais que ocorream no mundo inteiro? Vamos parar de dar desculpas para nossa incompetência, ignorância e falta de produzir soluções. 

    2. A lógica é aumentar preços,

      A lógica é aumentar preços, com isso eleva a inflação, na sequência clama-se por aumento das taxas de juros do tesouro para contrair a oferta de moeda.

      Como aumento de preços tem efeito tem efeito recessivo, o empresário vendedor/produtor de bens fica protegido mantendo seu volume de lucro, mas demitindo por queda das vendas.

      A história acaba assim:

      1. O financista tem seus ganhos aumentados pela elevação das taxas de juros

      2. O empresário vendedor/produtor mantém sua renda com a perda de volume de vendas compensada pelo aumento dos preços (lucro por unidade produzida/vendida).

      3. O trabalhador perde duplamente com a inflação e desemprego.

      Se é bom para o mercado financeiro, não é bom para o resto da economia, afinal, as taxas de retorno de investimento em produção (que gera emprego e renda para o investidor produtor) sofrem com a concorrência das taxas do mercado financeiro que proporciona ganhos sem esforço nem riscos.

  11. sempre que o dinheiro é visto como matéria-prima…

    golpes ocorrem, político e de mercado

    em golpes políticos, tipo Brasil, usam o legislativo e o judiciário como insumo

    consequentemente, em golpes de mercado, tipo passa boi passa boiada, o que ficar na estrada é povo,

    ou estrume que a Globo recolhe e guarda como matéria prima

  12. A população, de uma maneira geral

    A população, de uma maneira geral, já captou a maneira com que o mercado influencia na criação do emprego ou no desemprego, essa balela de estado mínimo serve apenas para direcionar as ações do estado e os investimentos às elites e ao mercado financeiro, fazendo o estado deixar de ser mínimo ao brasil e máximo aos investidores

    O grande medo da população era a volta do PSDB ao governo e esse foi o motivo principal da vitória da Dilma: o medo do retrocesso de um Brasil que aprendeu a se investir

    E então ela aprece com o ajuste fiscal e vai com a popularidade para as cucuias

    Temer assume e implementa quase a totalidade do ajuste fiscal, livrando a cara do judiciário e dos estados aliados, Temer tem a popularidade de uma dengue

    É esse total descompromisso com a população brasileira que torna o legislativo e o executivo motivos de vaia e rancor

    E a tendência é piorar cada vez mais…

     

    http://brasil.elpais.com/brasil/2016/07/01/politica/1467377006_399517.html

    http://oglobo.globo.com/economia/havera-perdas-nos-avancos-sociais-diz-diretor-do-fmi-sobre-brasil-19104708

     

  13. Eu comparo o Brasil a um

    Eu comparo o Brasil a um avião de passageiros de grande porte. A elite a qual pertence Mendonça de Barros e Meirelles se imagina a caixa preta do avião, aquela parte que é feita para continuar inteira mesmo depois que o avião seja destruído e todos os passageiros morram. E estão certos em pensar assim. O André já falou isso = se o Meirelles conseguir o que ele quer ( e não há na vida nada mais perigoso do que a gente conseguir o que mais deseja rs ), o país quebra de vez, entramos numa depressão sem sequer ter um Roosevelt no horizonte, o país entra em um caos que vai precisar ser contido na paulada (forças armadas ), e enquanto isso seu Meirelles volta pra quinta avenida e fica com os netinhos. 

     

    1. MH370
      Está igual ao do avião

      MH370

      Está igual ao do avião da Malaysia Airlines, que voa sem rumo, pela escuridão da noite, com os passageiros sem saber onde vão parar… e a tripulação também poderá se arrebentar.

  14. Stock exchange for dummies

    Exploradores do Povo, e, em especial a subclasse dos manipuladores de Bolsas, esfregam as mãos na véspera de tomar dinheiro de estúpidos (a ralé coxinha, o lúmpen da classe média).

    Manipuladores de Bolsas, detentores de capital gigantesco, provocam artificialmente aumento dos valores das ações, aumento que nada tem a ver com desempenho de empresas.

    Idiotas, vendo que os preços das ações estão nas alturas, correm para aproveitar a “bonança” e compram na alta. Quem vende são os manipuladores que provocaram o aumento das ações comprando-as por um tempo para atrair incautos.

    No início, os preços das ações sobem mais ainda. No decurso do tempo, porém, os manipuladores vendem tudo que podem inundando o mercado de ações enquanto os preços são atraentes para eles, os manipuladores. Os preços das ações, no devido tempo em razão da lei da oferta e procura, caem, é claro. As marionetes que têm o oligopólio da mídia e seus grilos falantes como deuses entram em pânico e passam a vender também, a vender na baixa: compraram na alta e vendem na baixa, perderam dinheiro.

    Os preços? Caem mais e mais, aceleradamente. Quem passa a comprar então? Ganha uma mariola quem disser, os manipuladores, os mesmos que provocaram corrida à Bolsa aumentando artificialmente o preço das ações. Estes venderam na alta e compraram na baixa, ganharam dinheiro.

    Espertalhões aumentam artificialmente o preços das ações comprando algumas delas, vendem-nas por preços maiores ainda e as compram de volta por ninharia, quando compram de volta. Por este trocar de mãos das ações, os espertalhões aumentam mais um pouco a própria riqueza.

    Isso é coisa nova? Claro que não. Estúpido sempre comprou na alta e vendeu na baixa, ajudando a aumentar a fortuna dos espertos.

    Mas, como ensinam os grilos falantes da alta burguesia, a atual bonança da Bolsa decorre do golpe contra a Democracia, então está tudo explicado. Vamos comprar ações aos montes! Bem, quando a realidade punir a estupidez da ralé da classe média, virá o bordão “a culpa é do PT, esse partido que afunda o Brasil”, hehehehehe.

     

  15. Lara Resende fez escola

    a Banania é repleta de “especialistas do mercado” que só pensam em levar seus cavalos para passear de jatinho e o país que se exploda.  Falar o que de um país que tem um pato roubado como objeto de adoração, considera o gerente de banco Meirelles como santo milagreiro e tem o Delfim-Neto-vamos-aumentar-a-cide-por-que-eu-investi-em-álcool como referência de economista sério…

  16. “limite da irresponsabilidade”
    Manipular o mercado acionário assim – como Nassif acaba de desnudar – estaria no “no limite da irresponsabilidade”?

    Hmmm

    As pessoas não mudam. Mudam as circunstâncias.

  17. O grande fiasco

    Vergonhoso golpe

    …“O mercado trabalha sob a ótica do investidor racional, o que toma suas decisões baseado em análises e na lógica. Não é assim. No mercado, há um efeito manada similar ao que acomete o público comum em relação a eventos de repercussão.”…

    …“Os ganhos são obtidos por quem consegue prever o pensamento médio do mercado – ou seja, a irracionalidade dos movimentos de manada – em relação aos fatos concretos que ocorrerão na economia.”…

    A sábia e competente Dona Natureza, dentre inúmeros dons, dotou os seres vivos de invejável capacidade de adaptação. Na luta pela vida, os seres vivos desenvolveram o mínimo necessário de inteligência. Nada além. A exceção ficou por conta do homem, por algumas características incomuns aos demais seres vivos. Dentre elas, cérebro adequado, aparelho vocal apto para fala, boa capacidade de locomoção, mãos com dedos aptos ao manuseio e construção, etc. Apesar dessas extraordinárias características, tudo indica que mantivemos intato o lado emocional, comum aos animais em maior ou menor grau. E, o lado emocional acaba no comando, aniquilando o lado racional.

    O sistema capitalista tem sua base primordial no emocional. Pouco a ver com o racional. E, dado a complexidade existente no moderno sistema capitalista, é impossível prever o futuro com boa confiança, por mais competências que conseguimos reunir. No final de tudo, o que conta mesmo, é a velha crença – adrenalina – a emoção que tudo vai sair conforme desejamos. A expressão máxima dessa loucura pode ser vista no comportamento das bolsas de valores e commodities, mundão afora.

    Por conta da genética característica do ser humano de ser pouco racional, mas muito emocional, os golpistas derrubaram a honesta e nacionalista presidente Dilma/PT, em cima de pretenso combate a velha gigantesca e ampla corrupção. Pasmem, contando com vários de seus integrantes, publicamente envolvidos em grandes corrupções. 

    Com tanta roubalheira divulgada pela grande mídia “livre”, sempre que possível, seletivamente sobre políticos do PT. Ainda assim, acabou escapando muita sujeira envolvendo grande número de golpistas com a velha e conhecida corrupção.

    Nessa insensata e louca empreitada, os golpistas conseguiram destruir a crença na economia do Brasil, destruir a confiança interna e externa dos investidores, solidamente construída e presente no governo Dilma/PT de até junho de 2013. Agora, com indivíduos da pior espécie no Poder, agravando a descrença geral, interna e externa, boa coisa não poderá acontecer. A essa altura, só mesmo, devolvendo o Poder para Dilma/PT. Não há outra saída honrosa para a democracia e para o Brasil. Acreditem. Que Deus, nos iluminem.

     

  18. Las Vegas nem se compara com o BraZil

    Acho que somos o maior CASSINO do mundo. Quem entende o jogo só tem lucro aqui. Vocês acham que os grandes jogadores (  Big Playes ) permitirão que essa brincadeira acabe?

    1. Comos os jogadore nunca

      Comos os jogadore nunca perdem, isso aqui nao pode ser um cassino.

      Seria se de vez em quando perdessem. Isso aqui eh mesmo uma colonia de exploracao do capital predador internacional. O Brasil atual nem aposta eh, na verdade eh lucro certo para essa turma de sanguessugas.

  19. “Do lado da oferta, há

    “Do lado da oferta, há inúmeros fatores geopolíticos presentes. Uma crise fiscal na Rússia, um conflito no Irã, uma crise na Venezuela, são fatores que impactam diretamente a oferta do produto.”

    Um golpe aplicado no  Brasil perpetrado por assaltantes contra uma presidenta eleita democraticamente.

  20. Não sei se lembram, mas no

    Não sei se lembram, mas no final de 2012 a Dilma tentou mudar isto(festa dos rentistas, ganhos de tesouraria, etc) com a queda da selic e a baixa dos juros nos bancos públicos e a baixa da energia. Os bancos públicos não deixaram de lucrar por isto e muito menos os privados.

    No início de 2013, sob o comando da globo e de um colar de tomates começou a sua derrubada.

    O Brasil é um país de merda. 

  21. Na boa, o comentário abaixo

    Na boa, o comentário abaixo do Motta Araújo, articulista do GGN, não retrata a realidade. Na verdade o Mendonça de Barros apenas sugeriu que se houver um mínimo de cuidado na condução da economia, e o PIB responder, o nome do Meirelles seria uma opção natural, assim como foi FHC, ou seja, depois de um desastre, quem colocar a economia nos eixos leva.

  22. Geni

        ” Mendonça como operador de mercado, busca o melhor para o mercado “

           Queriam o que ? Que os operadores exercessem a função que cabe ao governo ?

            E não importa qual é ou qual foi o “governo”, todos desde FHC fizeram muito pelo “mercado”, foram pautados por ele, e é muito comodo a “esquerda”, sempre achar um “culpado” para cobrir seus erros, quer seja o “mercado” , a midia, conspirações externas, já suas cagadas, vão para debaixo do tapete.

  23. Tomara que Temer seja o fundo do poço para o rentismo/financismo

    Os grandes especuladores financeiros estão dando as cartas na polítca e na economia brasileira, agora mais do que nunca. Têm na grande mídia sua maior ferramenta de persuasão; através dela, difundem a narrativa que lhes interessa, cooptando inclusive setores capitalistas que deveriam perceber o antagonismo entre seus próprios interesses e os dos banqueiros & especuladores.

    Como isso é possível? Como um grupelho de operadores de cassino financeiro  consegue manipular a mente de  gente que teria acesso a toda a cultura e informação que desejasse? Lembro do Nassif comentando, com estupefação, a cretinice do discurso que escutou de um empresário paulista. O cara repetia bovinamente os bordões mais inverossímeis e idiotas da mídia de direita: PT = Foro de S. Paulo = comunismo internacional = FARC = bolivarianismo, etc. Tornara-se robô teleguiado da grande mídia, passando procuração a Miriam Leitão, Sardemberg, Merval e outras mediocridades do mesmo nível para pensar, em lugar dele, a política e a economia…. ou seja, para decidir por ele.

    Os empresários brasileiros que (ainda) teimam em produzir mercadorias para mercado interno ou externo teriam de perceber que a receita da “austeridade”, juros altos – câmbio apreciado – arrocho fiscal e salarial  é lesiva para eles (a curto ou médio prazo). A menos que estejam loucos para torrar empresas, terras etc. e passar a viver de renda, também eles. O problema é que, num cassino, só a banca jamais perde. A grande maioria dos jogadores acabam depenados…

    Os governos do PT tocaram a economia na base de muito improviso, combinações estapafúrdias entre mercadismo e programas sociais. Faltou ao PT um programa econômico alternativo à ortodoxia neoliberal: um projeto capaz de promover desenvolvimento inclusivo, sustentável e soberano, com investimento maciço em pesquisa e desenvolvimento, e incentivo a investimento produtivo. Algo que fomentasse um pacto social em torno de objetivos nacionais comuns, crescimento econômico articulado à redução de desigualdades (permitindo formação de mercado interno, atenuação da criminalidade violenta e da devastação ambiental). Seria preciso conquistar bases de apoio sólidas para esse projeto no meio empresarial, na classe média e… nas forças armadas. Seria preciso estimular a organização e politização das massas populares.  

    Tenho pensado ultimamente em termos de “quanto pior, melhor”. Torcendo para que o desgoverno Temer produza tamanha devastação, seja tão disfuncional para tantos setores que caíram no conto da grande mídia, que possa representar o “fundo do poço” para os crédulos nos dogmas ortodoxos. Se os “de cima” não puderem e os “de baixo” não quiserem manter o país sujeitado aos interesses dos especuladores, quem sabe seja possível alinhavar e viabilizar politicamente um projeto de desenvolvimento nacional inclusivo, conquistando apoio suficiente para implementá-lo… Quem sabe o caos social, econômico e político criado pelo desgoverno Temer torne possível enquadrar a grande mídia, que é hoje, na minha opinião, o maior inimigo do povo brasileiro, o mais poderoso instrumento a serviço de interesses (nacionais e estrangeiros) lesivos ao interesse nacional. Às vezes é preciso recuar para poder dar um salto maior.

  24. Seres humanos não estão dotados da capacidade de prever o futuro

    Lembrar que os seres humanos não estão dotados da capacidade de prever o futuro, mas de atuar hoje, inclusive com discursos (análises) para manipular os mercados e provocar o efeito manada ou fazer previsões auto-realizáveis.

    Human beings do not have the ability to foresee the future (WEISS & WOOHOUSE, 1992, p. 266).

    Weiss, Andrew & Woodhouse, Edward (1992). Reframing incrementalism? A constructive response to the critics. Policy Sciences, v. 25, p.255-273.

    Dahl (1966) critica os métodos matemáticos e lógicos – teoria dos jogos e decisões estatísticas – para a tomada de decisão. Argumenta que à medida que tais ferramentas são mais sofisticadas servem para situações humanas mais simples e menos relevantes, enquanto que, nas situações de decisões de alta complexidade, tais modelos fazem uso de várias suposições baseadas no senso comum, na intuição ou em valores pessoais. Um ponto relevante é sua afirmação sobre a maior dificuldade em obter conhecimento fidedigno sobre o futuro em sistemas humanos e sociais do que em sistemas físicos ou biológicos (DAHL, 1966).

    DAHL, Robert. A moderna análise política. 2a.ed. Rio de Janeiro: Lidador, 1966.

    A formulação da estratégia, para Quinn (2001), é um processo que lida com o futuro não apenas incerto, mas desconhecido, através do qual é buscada a obtenção de um consenso analítico-político continuamente em evolução, sem possuir um início ou um fim definido.

    QUINN, James Brian. Strategic goals: process and politics. Sloan Management Review, v. 19, n. 1, p.21-37, Fall 1977.

    Matus (1997) afirma que o planejamento é um problema entre os homens, um problema social e não um jogo contra a natureza, redutível a uma dimensão tecnológica. Matus (1997, p. 76) assume, como hipótese mais realista, que “o ator que planeja está dentro da realidade e ali coexiste com outros atores que também planejam.” (MATUS, 1997). Critica também o planejamento formal, baseado no cálculo econômico que oculta, como subentendidas e tomadas como dados, as circunstâncias e o contexto político do plano, de forma que o plano fica isolado. As circunstâncias e o contexto político são considerados fora do controle do sujeito que planeja. Os únicos recursos escassos são os econômicos. Os agentes econômicos possuem comportamentos enumeráveis e previsíveis. Possui certeza, porque esquece das incertezas sobre os possíveis comportamentos, respostas, efeitos e acontecimentos que fogem ao poder do planejador. Os planos não têm variantes. Ignora a incerteza mal definida do cálculo interativo. Não distingue previsão de predição, definidas por Matus como:

    1 – Previsão é entendido como capacidade ou tentativa de prever um espaço de possibilidades futuras, sem contudo arriscar-se a anunciar o que ocorrerá (MATUS, 1997, p. 579).

    2 –  Predição é entendida como capacidade ou tentativa de antecipar o que ocorrerá no futuro, anunciando o que ocorrerá amanhã (MATUS, 1997, p. 579).

    MATUS, Carlos. Política, planejamento e governo. 3. ed. Brasília : IPEA, 1997.

    Para Gadamer (1997), como a experiência é também experiência da finitude humana, o homem experimentado está consciente desta limitação, sabe que não é senhor do tempo nem de seu futuro, por isto, “conhece os limites de toda previsão e a insegurança de todo plano” (GADAMER, 1997, p. 527). Desta forma, o poder fazer da razão planejadora encontra seu limite na finitude do homem.

    Para Gadamer, a trama infinita de motivações que faz a história, somente raras vezes e em períodos de tempo muito curtos pode ser considerada como um padrão de planejamento de um único indivíduo. Segundo ele, acatar a ideia de que tudo está ocorrendo conforme o plano implicaria em realizar uma “tremenda extrapolação que contradiz estritamente a nossa experiência histórica” (GADAMER, 1997, p. 547), uma vez que o curso das coisas é experimentado como algo que obriga permanentemente a alterar os planos e perspectivas, pois “são muito raros os momentos em que tudo anda “por si mesmo”, em que os acontecimentos saem espontaneamente ao encontro dos nossos planos e desejos” (GADAMER, 1997, p. 547).

    GADAMER, Hanz-Georg. Verdade e Método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Petrópolis: Vozes, 1997.

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